Por que eu nunca julguei uma mãe

Um dos erros mais graves da humanidade encontra-se no julgamento. Antes de querer apontar erros é preciso conhecer a história, saber exatamente o que leva uma pessoa a fazer determinadas escolhas.

Roberta Preto

Fiquei perplexa ao ler um artigo sobre crianças chinesas conhecidas como: “Deixados para trás“. São aproximadamente 60 milhões. Os pais deixam seus filhos e lares na zona rural para trabalharem na cidade.

Segundo as autoridades chinesas, a situação não pode ser considerada como abandono, já que muitos são mantidos aos cuidados dos avós. Mas nem sempre é o que ocorre, pois muitos desses meninos e meninas não possuem um membro da família para cuidar. Eles vivem aos cuidados de irmãos mais velhos, muitos com a idade de 14 anos.

Ponderei muito sobre o assunto, e isso me fez lembrar a história de uma mãe que sacrificou tudo em prol do bem-estar de seus filhos.

A mulher foi expulsa de seu lar com seus 4 filhos, tendo o mais velho 8 anos e o caçula 4 anos, mas o marido não se importou e antes que ela deixasse a casa ele, desumanamente, colocou uma amante para ocupar seu lugar. Filha de portugueses falecidos, a brasileira atravessou, com poucos recursos, de um estado para outro até chegar na casa dos irmãos de sangue. A primeira coisa que fez foi arrumar trabalho e alugar uma casa simples, mas que trouxesse o conforto de um lar e lá ela viveu por anos. Trabalhou num restaurante por mais de 30 anos. A jornada de trabalho das 6:30 da manhã às 18:30 lhe custou a infância dos filhos.

A boa mulher casou-se novamente e teve mais um filho, mas o marido um dia saiu e nunca mais voltou. O filho mais velho assumiu o papel de homem da casa e cuidou dos irmãos. Mas, aos 19 anos, o caçula do primeiro casamento tirou a própria vida. O mais velho tornou-se alcoólatra por quase 20 anos, no entanto, a mãe lutou até vê-lo abandonar a bebida.

Advertisement

A mãe perdeu a esperança e alegria na vida, entretanto, ela permaneceu firme para prover o sustento da família e tornou-se a melhor avó do mundo para seus 15 netos.

Infelizmente a felicidade dela não estava nesta vida e no dia do aniversário de 33 anos do filho caçula, ele sofreu infarto fulminante, vindo a falecer. Um ano após o ocorrido, ela também faleceu do mesmo tipo de infarto.

Uma das coisas mais admiráveis nesta grande mulher foi a capacidade de seguir em frente, diante de tanto sofrimento, abandono e injustiças. Ela não fez nada heroico aos olhos dos homens, mas aos olhos de Deus e de sua família ela foi e será uma eterna heroína. A coragem de seguir em frente, sem deixar um filho para trás, foi o que a tornou tão especial.

Quando alguém ousar julgar ou apedrejar uma mãe, tente se imaginar suportando o que elas suportam e sendo um pouco do que elas são; caso o faça, é certo que sentirá vergonha de si mesmo.

Algumas dicas abaixo do que são e da capacidade de suportar de muitas mães:

Advertisement

As verdadeiras mães são resilientes

As mães podem ser deixadas, humilhadas e até sangrarem pelo coração, mas elas nunca soltam as mãos dos filhos. Elas possuem a capacidade de superar todas as adversidades. São fortes o suficiente para se curarem de qualquer ferida em prol de seus filhos. Existe apenas o amor de Deus acima do amor de mãe, o restante é incomparável.

Uma mãe é capaz de criar um filho sozinha

Algumas pessoas recriminam muitas mães solteiras, as julgam sem sequer conhecer sua história. Essas pessoas não têm noção de como é sofrido ser mãe solteira e os muitos sacrifícios que são feitos para manter, prover e proteger o lar.

Às vezes as mães solteiras também desejam ser abraças e cuidadas, mas guardam suas vontades e desejos no mais profundo âmago da alma para abraçar e cuidar dos filhos, pois elas sabem que são tudo o que eles têm.

Nem sempre é escolha de uma mulher ser uma mãe solteira, muitas acreditavam em seus companheiros. Elas se casaram, tentaram fazer dar certo, o problema é que nem sempre há homens comprometidos com a família.

A mulher mãe divorciada

Há um número muito grande de mulheres divorciadas que são abandonadas por seus parceiros. Elas planejaram suas vidas, construíram seus sonhos ao lado do cônjuge, no entanto, um dia acordaram com a casa vazia, perceberam que só elas sonharam e investiram no lar. Muitas delas tornam-se duras demais, já que as feridas causadas pela separação são extremamente profundas, mas elas não permitem que suas dores sejam maiores do que os deveres para com a família, elas permanecem firmes no trabalho sagrado de mães.

Advertisement

Todas nós teremos que enfrentar dificuldades em nossas jornadas como mulheres, algumas enfrentarão mais, outras menos. Contudo, que nenhuma de nós percamos o foco de nos mantermos firmes sob quaisquer circunstâncias em nossos chamados de mães.

Toma un momento para compartir ...

Roberta Preto

Roberta Preto, 33. Formada como tradutora e intérprete, escritora, mãe. Apaixonada pela vida, em uma eterna busca por conhecimento. Espero que minhas palavras possam ser uma luz na vida das pessoas. Sonho em ajudar a humanidade a tornar-se livre da escravidão da ignorância.