É isso que os especialistas dizem sobre perdoar uma traição
Diante da infidelidade muitos emitem suas opiniões sobre a possibilidade do perdão, mas é fundamental analisar o que dizem pessoas que estudam casos assim.
Suely Buriasco
Infelizmente não há como negar que a traição é muito comum em nossa sociedade e causa danos, muitas vezes, irreversíveis nos relacionamentos amorosos e nas famílias. Diante da complexidade de seus efeitos, não se pode banalizar, de forma alguma, a infidelidade conjugal.
Diante de uma traição é normal que as emoções estejam muito afloradas, por isso não é aconselhável tomar nenhuma atitude drástica de súbito. O ideal é esperar que os ânimos se acalmem e refletir com sabedoria sobre os acontecimentos.
Se você vive um momento assim, algumas considerações de especialistas podem facilitar a tomada de decisão.
Causa
Nessa matéria a especialista em relacionamentos Sheila Rigler, da agência Par Ideal, afirma que nem sempre o sexo é a grande causa da infidelidade. “Hoje, os infiéis buscam fora de casa aquela satisfação emocional como gestos carinhosos, afeto, reconhecimento e cumplicidade”. Sheila considera a insatisfação no relacionamento como consequência da rotina, dificuldades financeiras, carências e necessidade de autoafirmação. Infelizmente, diante das crises muitos optam pela fuga representada pela infidelidade; ao invés de buscarem resolver os problemas acabam envolvendo o casamento em questões ainda mais graves.
Compreensão
A especialista afirma ainda que: “Nessas situações é fundamental que a pessoa traída não se sinta culpada e procure descobrir o que levou o companheiro a agir dessa forma”. Claro que não é fácil compreender nenhum tipo de ofensa e a traição é mesmo muito grave, mas é preciso buscar entender o outro dentro de seu próprio contexto de vida. O fundamental é nunca aceitar que qualquer sentimento de culpa venha abater a pessoa que sofre uma traição. A responsabilidade do ato é sempre de quem o pratica.
Perdão
Penso que o perdão, além de possível, é sempre a melhor opção. A questão não é, pois, perdoar, e sim analisar se o relacionamento ainda é viável e se vale a pena reconstruí-lo. Ou seja, perdoar é uma coisa, manter o relacionamento é outra. Em meu livro “Mediando conflitos no relacionamento a dois” reservei um capítulo para esse tema no qual escrevi: “Uma coisa é se livrar das mágoas, a outra é continuar ou não com a pessoa que o magoou”.
Decisão
Uma outra questão levantada por Sheila Rigler é a necessidade de refletir “se vale a pena ou não levar o relacionamento adiante e agir de forma sensata pode ajudar nesse processo doloroso”. Isso é de grande relevância, pois cada caso é único e apenas o casal tem condições de decidir sobre a possibilidade de reconstruir a relação. Em situações assim é muito comum que familiares e amigos queiram influenciar a decisão desse ou daquele cônjuge, isso pode causar muitos prejuízos e arrependimentos. É importante que a decisão seja feita unicamente pelo casal depois de muita reflexão e análise.
Em suma, a infidelidade é uma atitude que tem por consequência imensa dor, comparada até mesmo com o luto. Perdoar o cônjuge que se deixa levar por tamanha fraqueza é fundamental para o próprio bem-estar. E, por mais dolorida que seja a traição, cada pessoa tem a sua maneira de lidar com ela.