O que é e como apoiar a campanha Setembro Amarelo

Pensamentos suicidas podem surgir na mente de qualquer pessoa e normalmente são difíceis de serem refutados. Divulgar este entendimento a todos é promover esta campanha em favor da vida.

Michele Coronetti

Recentemente foram divulgadas duas notícias que abalaram a sociedade. O que impulsiona um pai de família a se matar e ainda levar um filho consigo? Ou ainda a família inteira?

Em sua carta de suicídio um deles escreveu que é possível que um suicida esteja a frente e ninguém perceba. Ele se atirou do 17º andar com seu filho de 4 anos no colo. Quando a dor é tão grande que nada faz passar, as pessoas, então, buscam uma forma de terminar o sofrimento. E muitas vezes a morte é a única saída que elas encontram.

O dia 10 de setembro foi escolhido como o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, marcado para servir de alerta para a população sobre algo que não diminuiu com o passar do tempo, mas que está se tornando um problema de saúde pública. Em todo o mundo há registros de 9 mil suicídios por ano ou uma morte a cada 40 minutos. Para piorar os dados, a maior parte deste dígito pertence a população jovem.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos de suicídio estão relacionados a patologias como a depressão e a bipolaridade e podem ser prevenidos, tratando as doenças em questão. O mês de setembro foi escolhido para conscientizar a população de que este grande número de mortes pode diminuir com algumas soluções simples.

A campanha do Setembro Amarelo existe para que as pessoas deixem de pensar sobre este assunto considerando um tabu e passem a prestar mais atenção no comportamento alheio. É um dever de todo cidadão cuidar de seu próximo. Só no Brasil 32 pessoas cometem suicídio todos os dias do ano. É um número muito alto que precisa diminuir.

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Se a pessoa não busca ajuda, eles vencerão. Ela se culpa por estes pensamentos, pois sabe que não são coerentes, mas não consegue evitar. Ela precisa acabar com a dor, apesar de não desejar terminar com sua vida. Por isso, a família, amigos e pessoas do convívio precisam estar atentas a algumas apatias e mudanças no comportamento e conversar para tentar ajudar, além de buscar ajuda profissional o mais rápido possível.

Há vários profissionais no setor de saúde pública ou privada e ainda há entidades não profissionais como o CVV que atende por telefone, Skype, chat ou e-mail, de forma sigilosa e gratuita, a qualquer hora do dia ou noite. Eles recebem por volta de 800 mil ligações por ano, sem nem precisar divulgar seu serviço nos meios de comunicação. São voluntários que, em sua maioria, sabem muito bem pelo que a pessoa do outro lado da linha está passando, conseguem ouvir sem criticar, julgar ou oferecer conselhos infundados.

Pensar no suicídio como uma fraqueza humana alheia não condiz com a realidade. Não é uma falha na personalidade ou encenação para adquirir a atenção dos pais, namorado ou outras pessoas à volta. É realmente uma patologia que pode ser curada com medicamentos e ajuda profissional.

Semelhante a outras campanhas como o Outubro Rosa, usar uma fita amarela na roupa e responder aos curiosos sobre o seu significado já ajuda muito a conscientizar os que estão à volta, a fim de quebrar tabus e preconceitos e divulgar a importância desta batalha silenciosa pela vida.

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Michele Coronetti

Michele Coronetti é secretária, mãe de seis lindos filhos, gosta de cultura e pesquisas genealógicas.