Você está disposto a pagar o preço para ter um relacionamento duradouro?

Já foi dito que “família feliz não acontece por acaso”. Até que ponto estamos mesmo dispostos a pagar o preço para termos um casamento feliz e duradouro?

Luiz Higino Polito

Pense numa boa esposa, boa mãe e boa companheira. No começo do casamento, normalmente, as coisas vão muito bem, mas com o passar dos anos a mulher engorda uns 15 quilos ou mais, deixa de se arrumar como antes, vive sempre cansada e indisposta e perde grande parte do interesse sexual, apesar de ter um marido interessado e interessante.

Pense agora num bom marido, esforçado, gentil, trabalhador e elegante. Os anos passam e ele deixa de se importar totalmente com sua aparência, veste sempre a mesma bermuda, não tem mais paciência com a esposa e nem com os filhos, se descuida da própria saúde e esquece totalmente do romantismo que mostrou nos tempos da paquera e da conquista.

Descuidar é humano

Os cenários acima são perfeitamente compreensíveis, pois a mulher pode engordar por causa das gestações ou problemas de metabolismo, também pode ficar indisposta muitas vezes por ter de fazer tantas coisas em casa, ou muitas vezes também por ter de trabalhar fora. Pode também perder um pouco do seu interesse sexual porque a parte sexual pode não representar, para a mulher, a parte principal na vida conjugal, como representa para o homem.

O homem, por sua vez, se descuida da aparência porque acha que uma vez que ele já casou, sua mulher jamais vai deixá-lo, porque, afinal, ele é um excelente partido! Ele pensa que não precisa mais ficar com “frescuras” como dizer “Eu te amo”, “Meu amor”, ou coisas parecidas para sua esposa. E para que ficar se arrumando, se barbeando (ou aparar a barba, se a tiver), e se preocupar com a barriga que já está parecendo uma melancia? Ele já casou mesmo! Que mais que sua esposa pode querer? Ele gosta mesmo é de ficar bebendo sua cervejinha sossegado, sem ter de conversar com ninguém, ou, no máximo, soltar alguns monossílabos ou grunhidos, quando provocado…

A realidade da vida

Então, aos poucos, começam os atritos mais acalorados entre o casal, acontecem os dias em que ficam sem se falarem, surgem muitas mágoas e, quando menos se espera, um dos dois arruma as malas deixando o outro estupefato: Onde foi que eu errei?

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Dizem que “ninguém vai para o inferno com um único salto”, e isso é válido num relacionamento: é a somatória de pequenas coisas no dia a dia no rio dos anos, que podem levar a um desastre familiar.

E estamos nos referindo aqui aos relacionamentos onde havia amor verdadeiro no começo. Onde havia respeito, romantismo, admiração mútua, companheirismo e tudo o mais que faz um casamento feliz. Mas, o amor pode acabar, dando lugar à indiferença, mágoa ou mesmo ódio.

Como evitar que o relacionamento esfrie?

Não vou tentar inventar a roda, mas somente relembrar coisas que todos nós já sabemos, mas que a preguiça, a procrastinação, o descuido e a má vontade podem fazer com que botemos tudo a perder em nossos casamentos.

Não existem fórmulas mágicas para se manter acesa a chama da paixão e o interesse que uniu os cônjuges no namoro e no início do casamento. Mesmo porque as pessoas e os casais são muito diferentes uns dos outros.

Então, não existe receita que funcione em todos os casos, porém, algumas coisas são óbvias demais, e é por isso mesmo que são tão negligenciadas e tantos casamentos podem naufragar. Despretensiosamente, vou sugerir algumas coisas que talvez ajudem a maioria dos casais, se os cônjuges estiverem mesmo dispostos a pagarem o preço para manterem seus relacionamentos por muito tempo de maneira satisfatória e – por que não? – muito felizes.

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1. Manterem sempre vivo o diálogo.

2. Continuarem sendo educados um com o outro: “Por favor”, “Com licença”, “Me desculpe!”, “Obrigado”, etc.

3. Os segredos e as conversas íntimas devem ficar somente entre o casal.

4. Respeitarem a individualidade um do outro.

5. Manterem o ciúme sob controle.

6. Lembrarem que viver em paz é mais importante do que terem razão numa discussão.

7. Ouvirem um ao outro com atenção e não por obrigação.

8. Não falarem mal do cônjuge para outras pessoas, nem para os parentes e não discutirem na frente dos filhos.

9. Não desautorizar o cônjuge quando um dos dois impor limites aos filhos.

10. Lembrarem que o cônjuge é a pessoa mais importante de suas vidas e sua principal prioridade.

A felicidade é possível

Não é fácil manter um relacionamento satisfatório ou feliz por anos ou décadas, se os dois não estiverem dispostos a fazerem muitos sacrifícios.

Mas, será sempre da nossa família que virão nossos maiores orgulhos e alegrias ou nossas piores tristezas e decepções.

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Luiz Higino Polito

Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, estudei oratória e didática. Gosto muito de escrever. Profissionalmente, sou músico e tenho um Sebo Virtual, onde vivo com minha esposa e cercado de livros!