4 testes para detectar problemas auditivos no bebê

Cerca de 134.000 bebês nascem todos os anos com deficiência auditiva. No entanto, a OMS diz que 60% dos casos de surdez são evitáveis ou detectáveis em tempo.

Stael Ferreira Pedrosa

Descobrir que um filho tem uma deficiência não é fácil. Foi um golpe duro que me jogou em profunda depressão descobrir que meu filho mais jovem tinha um problema mental que levou muitos anos para ser diagnosticado. Finalmente, aos 15 anos, por falta de um parâmetro melhor, ele foi enquadrado dentro do espectro autista.

Existem deficiências que somente um profissional de saúde pode determinar, outros que são indefinidos e pode levar anos (como o caso do meu filho) e há aqueles que mesmo em casa se pode descobrir. Por exemplo, problemas auditivos.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aproximadamente 10 milhões de brasileiros apresentaram em 2010 algum grau de deficiência auditiva. Já para a Organização Mundial de Saúde (OMS), esse número se aproximava dos 30 milhões em 2011. E no mundo, de acordo com dados de 2016, 5% da população, cerca de 360 milhões de pessoas sofrem algum tipo de surdez. Destas, 134 a 400 mil, são crianças que nascem com surdez irreversível.

É possível evitar?

De acordo com a OMS, 60% dos casos de surdez são evitáveis. Segundo a psicóloga do Departamento de Deficiência e Reabilitação da OMS, Alarcos Cieza, “a perda da audição em crianças pode ser prevenida com uma detecção antecipada, de imunização e através de bons programas de saúde para mães e filhos. “

Como é no Brasil?

Atualmente no Brasil é obrigatória a realização do exame Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU), ou o “Teste da Orelhinha” como é popularmente conhecido, em todos os recém-nascidos. O exame é gratuito e segundo especialistas é feito no 2º ou 3º dia de vida. É rápido, cerca de 5 a 10 minutos, sem contraindicação, não é necessário nenhum tipo de intervenção invasiva (uso de agulhas ou qualquer objeto perfurante) e sem efeitos colaterais.

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Quais as causas de surdez no bebê?

Ainda de acordo com a OMS, dos 60% dos casos evitáveis,

  • 31% é devido a doenças (para as quais existe imunização) como sarampo, caxumba, rubéola ou meningite.

  • 17% são decorrentes de complicações durante o parto, ou seja, prematuridade, baixo peso e/ou surgimento da icterícia.

  • 4% está ligado a medicamentos usados pela grávida

  • 8% vem de má formação congênita.

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Quais testes detectam a surdez?

1. Emissões otoacústicas

Teste da orelhinha.

2. Potenciais Evocados Auditivos do Tronco Encefálico (PEATE)

Através de eletrodos e fones por onde são transmitidos estímulos. Quando o nervo auditivo e o tronco encefálico são ativados pelos estímulos, a eletricidade gerada é captada pelos eletrodos e interpretada pelo examinador.

3. Audiometria Tonal Limiar

É um teste que mede a intensidade sonora necessária para provocar a sensação auditiva no paciente.

4. Imitanciometria

Através de um minúsculo fone inserido no canal auditivo obtém-se informações sobre a membrana timpânica, sua vibração e as condições funcionais da orelha média.

Como detectar em casa se seu bebê tem problemas auditivos?

Segundo a revista Crescer, existem meios de se detectar o problema bem cedo no bebê. Fique atento se seu filho se enquadra em algum desses casos:

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1. Pouca ou nenhuma reação a sons

Ele não olha para a TV quando é ligada, não prefere os chocalhos e outros brinquedos barulhentos, não se importa quando alguém grita, etc.

2. Não acorda facilmente

O bebê não acorda quando alguém entra no quarto e faz barulho. Não reage a sons altos mesmo aos 9 meses ainda não responde à música e nem tenta dançar.

3. Ele não se acalma

Se seu bebê chora durante a noite, por exemplo, e se acalma quando um dos pais fala com ele, é sinal de que detectou o som da voz. Porém, se a criança só se acalma após ver o rosto dos pais, ou ao acender a luz, é sinal de que há um problema que deve ser investigado.

4. É silencioso

Não emite sons e nem fala mamã ou papá mesmo com 1 ano de idade.

5. Comportamento atípico

Se seu filho não tem predileção por brinquedos barulhentos e não muda o comportamento ao ouvir uma ordem ou um “não” mesmo aos 8-9 meses de idade, esse é outro sinal de alerta.

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Muitos dos problemas auditivos não podem ser evitados, especialmente aqueles que a criança já nasce com eles, mas, ainda é possível impedir que a criança diminua com o tempo a capacidade auditiva. O site Tua Saúde traz dicas como:

  • Evitar inserir objetos (inclusive cotonetes) na orelha do bebê

  • Estar atento a sinais como: falta de apetite, choro ininterrupto, febre, coriza, entre outros, pode ser gripe ou infecção do ouvido (otite) – que inclusive, causa mau cheiro.

  • Evitar expor o bebê à música ou aparelhos com o volume alto

  • Manter a vacinação em dia

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.