Deixar o bebê dormir no mesmo quarto dos pais reduz o risco de morte
Para reduzir a mortalidade no primeiro ano de vida, vale seguir estas instruções preciosas.
Michele Coronetti
Uma orientação recente da Academia Americana de Pediatria, conforme divulgada nesta página de um jornal brasileiro de grande circulação, declara que bebês durmam no mesmo quarto que seus pais.
Esta ação está diretamente ligada à redução da Síndrome da Morte Súbita do Lactente (SMSL) e a asfixia acidental, que leva à morte cerca de 3,5 mil bebês a cada ano só nos Estados Unidos. Quando o bebê dorme no mesmo quarto que seus pais, há uma redução de até 50% do risco de morte.
É importante ressaltar que os bebês devem ter seu próprio berço, evitando dormir na mesma cama que seus pais. Podem permanecer até completarem um ano de vida, pois após este período os riscos caem drasticamente.
O artigo publicado na revista médica Pediatrics põe fim a um silêncio de 5 anos sobre o assunto. O objetivo é orientar os pais de forma clara e simples a respeito desta síndrome e em como proceder para não correr riscos, além de procurar reduzir o grande número de incidentes com morte em bebês menores de um ano.
As recomendações também incluem:
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Deitar os bebês de barriga para cima em superfície firme
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Cobrir com lençol bem esticado
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Evitar o uso de travesseiros e bichos de pelúcia
Apesar do risco ser maior nos primeiros quatro meses, evitar o uso de objetos moles, como os travesseiros, que possam ser levados ao rosto pelo próprio bebê deve continuar pelo menos até um ano.
Um outro item muito enfatizado no estudo da Academia Americana de Pediatria é o contato imediato entre a mãe e o bebê após o parto, seja ele de qualquer tipo. O recém-nascido equilibra a temperatura do seu corpo, fica mais feliz e mantém o ritmo cardíaco. Ele desenvolverá imunidade ao entrar em contato com a pele de sua mãe. O aleitamento materno também foi apontado como protetor contra a SMSL e como meio de prevenção de alergias.
No Brasil, a campanha “Dormir de barriga para cima é mais seguro“, promulgada em 2009 pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Pastoral da Criança orientou milhares de novas mães a entenderem que dormir de lado para não correr risco de morte é MITO e que o correto, com a barriga para cima, reduz em até 70% o risco para os bebês.
Ainda sobre esta campanha, outras recomendações são acrescentadas:
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Evitar excessos de roupas para não superaquecer o bebê
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Deixar os braços livres por cima do lençol
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Não deixar o “cheirinho”, aquele paninho tradicional no berço
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Não utilizar protetor de berço
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Manter o ambiente em temperatura agradável
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Não colocar o bebê para dormir na cama dos pais
A orientação passada para as mães brasileiras vai além do nascimento. Durante a gestação algumas coisas devem ser evitadas como a exposição ao fumo, seja pela gestante ou pela fumaça vinda de outra pessoa, além do consumo de álcool e drogas. Estes fatores, quando não observados, também aumentam os riscos de desenvolvimento da SMSL após o parto.
Um recém-nascido requer muito além de cuidados e atenção. O amor que ele é capaz de sentir vindo de seus pais e outros parentes também o protegerá de situações de risco. A alegria familiar será muito maior se houver segurança e informação adequada em todas as situações.