Seu filho adolescente e a pressão do grupo, como superar?

Não se sinta culpado se seu filho fizer escolhas erradas, ele pode estar sofrendo com a pressão do grupo. Supere e estenda a mão a ele.

Fernanda Britto Teixeira de Borba

Os pais têm a responsabilidade de amar e cuidar de seus filhos, ensinar a eles bons valores e prepará-los para as adversidades que enfrentarão ao longo da vida. Enquanto seu filho é pequeno, você pode e deve fazer escolhas por ele, mas quando ele crescer, ele terá de fazer suas próprias escolhas.

Muitos adolescentes fazem coisas erradas para terem um sentimento de liberdade e adrenalina: cometem vandalismos, consomem bebidas alcoólicas e substâncias ilegais, entre outras coisas. Mas esses adolescentes se sentem melhor ao saber que outros estão fazendo coisas erradas também, por isso, decidem influenciar outros a participarem de seu comportamento inadequado.

A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) divulgou em 2016 dados assustadores referentes ao ano de 2015. A pesquisa foi realizada com jovens de 13 a 15 anos de escolas públicas e privadas de todo o Brasil, e os resultados mostraram que 55,5% destes jovens já experimentaram bebidas alcoólicas, e 9% já experimentaram drogas ilícitas.

Durante a adolescência seu filho desejará ter liberdade. Ele será convidado para ir em festas e saídas entre amigos. Você talvez dirá “não” porque não conhece o comportamento destes amigos e estas saídas acontecerão à noite, ou dirá “sim”, porque embora não conheça estes amigos, acredita que seu filho sabe muito bem o que é certo e o que é errado, portanto, não haveria por que temer.

Há o que temer. A pressão do grupo é real e perigosa. Nenhum de nós escapa. É natural querer sentir-se aceito pelos amigos, mas como essa necessidade é mais forte durante a adolescência, essa aceitação pode custar caro. O jovem pode ver-se diante de uma situação em que precise rebaixar seus valores para que possa fazer parte do grupo, e, que caso não faça isso, ele será zombado e ridicularizado por não ter “coragem” o suficiente.

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Embora seja uma tarefa difícil, você deve buscar proteger seu filho, mas em algum momento as más influências do mundo tentarão ele. Proteger é diferente de prender, portanto, você deve prepará-lo para enfrentar situações de oposição. Evitar conversar com seu filho sobre drogas, álcool, violência e sexo é um grande erro, não é proteção. Ele aprenderá sobre estas coisas e formará uma opinião de alguma forma, e é melhor que seja dentro do lar com o terno e sábio auxílio dos pais.

As sagradas escrituras nos dão exemplos de pressão do grupo. O livro de I Reis, no capítulo 12, relata a história de Roboão, que tornando-se rei, ouviu pedidos para aliviar o jugo do povo. O rei Roboão foi se aconselhar com os mais velhos, e acabou ignorando os conselhos deles – de realmente aliviar o pesadíssimo jugo -, ao ouvir e seguir os conselhos dos jovens – de aumentar ainda mais jugo. O rei cedeu à pressão do grupo, e as dez tribos rebelaram-se contra ele e deixaram de o seguir para seguir Jeroboão. É assim com todos nós: fazemos escolhas, mas não temos o poder de escolher as consequências.

Não se sinta culpado se seu filho fizer escolhas erradas. Não pense em desistir de ajudá-lo se ele tomar rumos diferentes dos quais você imaginou. Ele muitas vezes falhará, mas ele precisará de seu apoio para que possa aprender com o erro e não cometê-lo novamente. É indispensável que cultivem a amizade entre vocês. Se você for amigo de seu filho, ele se sentirá confortável em dividir com você seus medos, dificuldades, suas falhas, e, quando estiver sendo pressionado pelo grupo, será em você que ele procurará auxílio. Centralize seu lar no amor e união. Ajude seu filho a discernir o certo e o errado por ele mesmo, para que saiba tomar boas decisões quando estiver sozinho.

Todo adolescente precisa perceber o quanto ele é importante e capaz, pois, tendo autoestima, ele não achará necessário sentir-se aceito pelos demais; não sentirá necessidade de ceder à pressão do grupo e consumir substâncias prejudiciais à saúde, cometer atos ilícitos, nem qualquer tipo de comportamento que vá em desacordo com seus valores morais, só para provar que ele é uma pessoa interessante. Ele saberá que ceder à pressão não é um ato de coragem, e passará a mostrar sua coragem influenciando seus amigos para o bem.

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Fernanda Britto Teixeira de Borba

Fernanda de Borba é estudante de Administração de Empresas, recém-casada, apaixonada por observar, calcular e escrever.