12 coisas que mães que ficam em casa querem gritar para o mundo

Algo tão normal desde que as famílias existem, agora se tornou símbolo de machismo, alienação, submissão. Mulher que fica em casa não precisa se explicar, mas pode gritar...

Stael Ferreira Pedrosa

Um artigo publicado no jornal New York Times, (reproduzido aqui), intitulado “O estigma de ser uma dona de casa” por Katrin Bennhold, relata as palavras do jornalista sueco Peter Letmark de que “donas de casa são uma espécie em extinção na Suécia e que as poucas que ainda existem não se atrevem a admiti-lo publicamente.”

No entanto, na contramão da Suécia, muitos países veem a proporção de mães que ficam em casa aumentar desde 2012. Segundo o Pew Research Center, o aumento de mães fora do mercado de trabalho foi de 29% se comparado aos 23% em 1999.

O mundo parece querer cobrar da mãe que fica em casa seu papel no mundo. Ora, este é o papel dela no mundo, desde que ela o tenha escolhido ou as circunstâncias da vida a levaram a isso. A mãe e dona de casa de tempo integral deve ter seu valor reconhecido como qualquer outra. Mas, a pressão é tanta que as mães certamente gostariam de gritar alguma coisa a aqueles que lhes apontam o dedo. Aqui estão algumas.

1. “É minha escolha!”

Antes de mais nada, devemos respeitar as escolhas alheias ainda que não concordemos com elas. Cada um sabe de si e o que lhe faz feliz. Viva o livre-arbítrio.

2. “É o trabalho mais importante do mundo.”

Deve ser gratificante criar um projeto, ou vencer uma causa no tribunal. No entanto, um projeto não se compara a uma pessoa. É mais importante criar uma grande pessoa que um grande projeto. Trabalhar fora não parece mais desafiador que ficar em casa. Afinal, o trabalho mais importante do mundo é criar os filhos.

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3. “Estamos criando nossos filhos e não precisamos nos justificar por isso.”

Esse é o trabalho que escolhemos no momento em que resolvemos ter filhos. Ponto.

4. “Eu não sou apenas mãe e dona de casa.”

Aquela irritante pergunta: “Você não trabalha?” ou “você apenas fica em casa?” Como assim “apenas”? Se não bastassem todo o trabalho que a casa e os filhos dão, muitas mães empreendem a partir de casa. Pense duas vezes antes de usar o “apenas”.

5. “Estamos contribuindo para um mundo melhor.”

O pediatra e autor José Martins Filho, afirma que “terceirizar” os filhos “determina problemas graves e sérios de educação e de formação da personalidade.” Além disso, segundo economistas noruegueses e norte-americanos, o valor de nosso trabalho diário para a economia de um país está acima do valor do setor manufatureiro.

6. “Ter um emprego não é melhor nem mais digno que cuidar da família.”

Sabemos que existem mães que trabalham fora e que acabam por ter uma jornada dupla ou tripla. Seja por escolha própria ou necessidade, elas têm feito muito bem no mundo, mas isso não as torna melhor (e nem pior) que as mães que ficam em casa. Portanto, parem de dizer que sim.

7. “É extremamente exaustivo.”

Ser mãe é um trabalho onde se interage com o cliente 24 horas por dia e, embora quanto mais o fazemos mais queremos fazê-lo, é algo muito exaustivo.

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8. “Não somos máquinas.”

Muitas pessoas pensam (principalmente os maridos) que já que estamos em casa tudo tem que estar perfeito: casa e crianças sempre limpas, refeições prontas na hora certa, todas as necessidades da família atendidas. Isso não vai acontecer e não devemos nos envergonhar e nem nos explicar.

9. “Gostaríamos de mais reconhecimento.”

Trabalhamos por 18 horas ou mais, afinal, durante à noite nosso trabalho é requisitado algumas vezes também. Por isso, ao invés de críticas, apreciaríamos mais gratidão e reconhecimento pelo nosso trabalho.

10. “Nossa meta diária é chegar ao fim do dia sem enlouquecer.”

Há dias em que chegamos ao limiar da loucura entre roupas e louças a serem lavadas, filhos doentes, compromissos, críticas e falta de reconhecimento. A cada dia há novos desafios a serem vencidos mesmo se estamos doentes, exaustas ou simplesmente sem vontade de fazer qualquer coisa.

11. “Sim, amamos as crianças, mas queremos algum tempo sozinhas.”

Às vezes é tudo com que sonhamos: um tempo para ficar só. Seja para ler um livro, navegar no Facebook, fazer as unhas, ir ao banheiro, ou simplesmente dormir.

12. “Queremos ajuda e não críticas.”

Por favor!

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.