Dores na menstruação: 3 sinais de que algo está errado
Cerca de 33 milhões de mulheres no Brasil relatam cólicas fortes durante o período menstrual que interferem em suas rotinas. Cólicas assim não são normais e devem ser investigadas.
Stael Ferreira Pedrosa
Cólica menstrual é uma companheira de 90% das mulheres no mundo. É um processo natural que ocorre devido às contrações uterinas no período. Estas contrações são para eliminar o endométrio formado durante o ciclo ovulatório. Quanto maior o fluxo menstrual, mais esforço o útero terá que fazer para eliminar essa camada de sangue preparada todos os meses para aninhar o embrião, então, mais intensa será a cólica.
Cerca de 33 milhões de mulheres no Brasil relatam cólicas fortes durante o período menstrual que interferem em suas rotinas. Cólicas assim não são normais e devem ser investigadas.
Muitos são os problemas que podem acometer o aparelho reprodutor e provocar dores, por isso toda mulher deve ficar atenta aos sinais que seu corpo envia de que algo está errado, tais como:
1. Dor muito forte e que não passa com analgésicos comuns
Cólica forte acompanhada de dor intestinal, fluxo intenso ou irregular, dor ao urinar, fadiga, diarreia e infertilidade são sintomas de endometriose – uma doença que afeta cerca de 6 milhões de brasileiras.
A endometriose ocorre quando há uma migração de tecido uterino (endométrio) para fora do útero, consequentemente não são eliminados na menstruação, então se fixam na cavidade abdominal e crescem por ali formando cicatrizes. Se há histórico familiar de endometriose uma mulher apresenta 6 vezes mais chances de desenvolver endometriose que aquelas sem histórico familiar.
Não é uma doença fácil de ser diagnosticada, por isso estima-se que o número de mulheres afetadas em todo o mundo (cerca de 180 milhões) possa ser bem maior.
2. Dor no baixo ventre que irradia para as costas e ou pernas
Este tipo de dor pode indicar a presença de miomas – tumores benignos, ou seja, não cancerosos, formados a partir de tecido muscular. O maior responsável é o estrogênio, hormônio que confere as características femininas e também atua na ovulação e preparo do útero para a reprodução.
Miomas podem ou não apresentar sintomas, o que dependendo do tamanho, da quantidade e da localização é possível apresentar os seguintes sintomas:
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Sangramento uterino anormal (fora do período menstrual)
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Dor pélvica com hemorragia – que pode levar à anemia
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Pressão na bexiga que pode causar cistite e levar à incontinência urinária
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Dor lombar que irradia para as pernas
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Infertilidade
O tratamento pode ser químico (medicamentos), intervenção não cirúrgica e ou cirúrgica dependendo da gravidade do problema. Em casos mais graves a retirada do útero (histerectomia).
3. Dor contínua com sangramento irregular
Pode ser DIP – Doença Inflamatória Pélvica. É uma inflamação nas trompas de falópio e é causada por uma infecção que acomete mais as mulheres que usam DIU e têm vida sexual ativa. A dor maior acontece após a menstruação e vão se tornando cada vez mais intensas na parte inferior do abdômen e podem vir acompanhadas de náusea e vômito.
A doença é contraída quando bactérias presentes na vagina migram para o interior do útero. Embora o maior meio de transmissão seja o contato sexual, e as bactérias sejam justamente as que causam Gonorreia e Clamídia, a DIP não é considerada uma DST, pois nem sempre são essas as causadoras da doença. Às vezes as próprias bactérias residentes normalmente na vagina podem fazer surgir a DIP.
Os sintomas mais comuns são:
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Dor intensa após o período menstrual com náusea e vômito
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Febre
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Corrimentos vaginais purulentos e com odor ácido
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Dor nas relações sexuais
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Dor ao urinar
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Menstruação irregular
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Dor do lado direito do abdômen
Procure um médico sempre que sentir um desconforto ou que algo não está normal. Muitas doenças diagnosticadas no início são mais bem tratáveis e sem precisar recorrer a cirurgias ou sofrer com infertilidade.
Nenhuma mulher precisa sofrer dores intensas por um processo tão natural quanto menstruar. Observe como as mulheres da sua família são afetadas para saber a propensão do que você pode ter. Pratique exercícios, mantenha um peso saudável e faça os exames preventivos regularmente.