Com morte cerebral, jovem grávida é mantida viva por 4 meses para salvar gêmeos
Estes dois corações que ainda batiam dentro dela lutaram por suas vidas. Conheça esta história de batalha pela vida.
Rachel D.C.
As mães têm instintos protetores muito fortes com seus filhos. Será possível uma mãe ter instintos protetores mesmo após uma morte cerebral? A família de Frankielen da Silva Zampoli acredita que ela foi uma guerreira por conseguir dar vida aos filhos dela mesmo após sua morte cerebral.
Segundo G1 Paraná, Frankielen tinha 21 anos e estava grávida de gêmeos. Ela teve uma hemorragia cerebral e foi levada ao Hospital Nossa Senhora do Rocio e atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Curitiba. E após 3 dias os médicos constataram a morte cerebral.
Depois da morte cerebral, a equipe médica e a família entraram em uma batalha pela vida dos gêmeos. Monitoraram a gravidez por 123 dias, com muito cuidado e toda atenção necessária.
Os bebês Azaphi e Ana Vitória precisavam do apoio médico para que sua mãe continuasse a gestação, que estava no segundo mês. Felizmente, a equipe médica manteve o corpo da mãe funcionando.
“Nós precisávamos manter a pressão adequada da mãe, a oxigenação adequada e manter todo o suporte hormonal e nutricional dela”, disse o médico Dalton Rivabem em entrevista.
O afeto que uma mãe dá ao seu bebê na barriga é essencial para o seu desenvolvimento. Por isso que os médicos, além de estarem preocupados com o funcionamento e nutrição do corpo de Frankielen, também se preocuparam com o afeto que os bebês precisavam de sua mãe. Por causa da morte cerebral, este afeto não seria possível. A família então foi responsável por essa tarefa. Eles acariciavam a barriga, conversavam e cantavam para os bebês.
A musicoterapeuta Érika Checan conta que a UTI ficou cheia de músicas e amor. Eles cantaram canções de crianças e canções que foram feitas exclusivamente para os gêmeos.
Após sete meses de gestação, os médicos não puderam mais esperar. Os bebês nasceram com a saúde compatível com a de prematuros da mesma idade, segundo G1. Os bebês precisam de cuidados especiais por terem nascidos prematuros, por isso ficam isolados.
O nascimento dos gêmeos mudou a vida do pai e da família de Frankielen. Mesmo com a triste perda de Frankielen, a família conta que os bebês os dão força e esperança para continuar a viver.
“A Fran, nos quatro meses que ela ficou aqui, eu tive uma experiência nova de vida. Eu aprendi a viver diferente, aprendi a olhar para o próximo. Aprendi a ver os planos que Deus tem para a nossa vida. A gente, às vezes, não quer aceitar a realidade, mas chega uma hora que você tem que abrir os olhos para a vida”, contou o pai em entrevista.