4 sinais de trombose por tomar a pílula anticoncepcional que você deveria ficar em alerta

Se você fuma, usa pílula anticoncepcional, é sedentária e tem sentido dores nas pernas, você pode estar desenvolvendo uma trombose.

Stael Ferreira Pedrosa

Dores nas pernas, queimação e inchaço podem indicar o risco de uma trombose, principalmente quando associadas ao uso de pílula anticoncepcional. E agrava-se ainda mais com a combinação de tabagismo e longos períodos com as pernas na mesma posição.

O que é?

Trombose Venosa Profunda (TVP), segundo o angiologista Bruno Lima Naves, é a formação de um trombo (coágulo) nas veias da parte inferior do corpo, geralmente nas pernas, bloqueando a circulação normal e causando dor e inchaço. A trombose por si só já é um problema, mas pode se agravar se o trombo de desprender e começar a se movimentar dentro da corrente sanguínea (embolia), e se alojar em órgãos importantes como cérebro, coração, pulmões ou outros, causando graves lesões com risco de morte.

Associação da TVP com a pílula anticoncepcional

Segundo a ginecologista, obstetra e professora da USP, Ângela Maggio da Fonseca, todos os anticoncepcionais orais e quaisquer outros métodos que liberam hormônio, trazem como efeito colateral uma chance maior de desenvolver a TVP. Porém, raramente isso é dito à paciente.

Tais métodos contraceptivos trazem em suas fórmulas o estrógeno e a progesterona, hormônios que podem afetar a coagulação sanguínea. Ainda segundo a médica, “as fórmulas que têm apenas progesterona também devem ser usadas com acompanhamento médico por pacientes de risco”.

Quem está em risco?

As mulheres que usam a pílula e apresentam:

• Histórico familiar de trombose

• Problemas circulatórios

• Diabetes

• Obesidade

• Tabagismo

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• Sedentarismo (principalmente associado a longas horas sentada)

• Hipertensão

Quais são os sinais de trombose que a pílula pode desencadear?

Um dos grandes problemas da trombose é que ela não apresenta sintomas em cerca de 50% dos casos, diz o médico Bruno Naves. No entanto, a usuária de pílula anticoncepcional (todas, independente do fator de risco) devem ficar atentas aos seguintes sinais de trombose:

1. Dor nas pernas

Principalmente na panturrilha e que pode se estender até o tornozelo. Também é comum a dor se manifestar na altura em que o trombo se encontra, pode ser na coxa ou na virilha, por exemplo.

2. Inchaço e sensação de calor

O inchaço acontece devido a um desequilíbrio da quantidade de sangue que desce para a perna com aquele sangue que volta, diz Paulo Camiz, geriatra do Hospital das Clínicas de São Paulo, o que acontece subitamente no caso de trombose, alerta o médico. Deve-se ir ao médico imediatamente.

Já a sensação de calor, se deve às toxinas se acumulam nas pernas devido às dificuldades circulatórias. Essas toxinas atingem os nervos periféricos e provocam a sensação de calor e queimação, ardência e hipersensibilidade, que pioram nos dias quentes e no período menstrual.

3. Dor de cabeça

Trombose venosa cerebral. Geralmente forte, acompanhada de náuseas e que perdura por muito tempo e vai aumentando a intensidade, causando vômito e caso não seja avaliada e tratada em tempo, evolui para convulsão, AVC (com ou sem sequelas) e morte.

4. Mudança da cor da pele na área afetada

A pele no local afetado pode ficar vermelha ou azul, também pode apresentar um tom acastanhado. Geralmente há concomitantemente um endurecimento do tecido interno e dificuldade para andar.

Nem todas as mulheres apresentam os mesmos sintomas, ou sequer apresentam. E em alguns casos pode acontecer a trombose sem que haja casos na família. A informação e a comunicação periódica com seu médico bem como a escolha do método contraceptivo de maneira individualizada e com supervisão médica são fatores decisivos na prevenção da trombose.

Além das visitas periódicas ao médico, é recomendado também evitar o fumo, o estresse e a automedicação. O uso de meias de compressão pode ajudar a melhorar a circulação, evitando as dores e inchaço.

Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.