3 coisas para fazer e 3 para nunca fazer quando um irmão tem ciúmes do outro

Rivalidades entre irmãos existem desde sempre. Os primeiros irmãos do mundo – Caim e Abel - já tinham divergências.

Stael Ferreira Pedrosa

A psicóloga, Michele Borba, autora do livro “Construindo a Inteligência Moral: As sete virtudes essenciais para ensinar as crianças a fazer o certo”, relata casos de crianças profundamente magoadas por se sentirem menos amadas que seus irmãos; como o caso de Jordan de 13 anos que escreveu:

“Sei que meu pai quer o melhor para mim, mas ele está me fazendo sentir tão mal. O que ele faz é comparar-me com meu irmão e dizer que eu deveria ser mais parecido com ele. Eu sei que nunca serei como ele e estou começando a odiar meu irmão. Eu não quero, mas estou. Pode me ajudar?”

A maioria dos pais quer apenas que seus filhos sejam melhores e se sobressaiam, como deve ser o caso do pai de Jordan. No entanto, se isso não for conduzido de maneira sábia, os efeitos podem ser desastrosos. Quanto mais cedo os pais detectarem os ciúmes entre irmãos e as atitudes paternas que podem estar contribuindo para piorar as coisas, devem tentar todas as maneiras possíveis de reverter tal situação ou diminuir os danos.

Geralmente a criança ciumenta costuma expressar isso através de mau comportamento ou birra quando um irmão recebe um presente ou prêmio ou mesmo atenção dos pais. Costumam acusar os pais de preferirem o irmão em detrimento de si. Outro comportamento que pode surgir é a subtração e dano de objetos que pertencem aos pais ou ao irmão alvo do ciúme, como maneira de autocompensação.

Tratar os filhos de forma igual é difícil. Cada um tem um comportamento ou personalidade e ainda necessidades diferentes. Mas é possível minimizar as diferenças e ressaltar as semelhanças, o que deve ser feito enquanto ainda são crianças, pois as pessoas tendem a levar essas impressões por toda a vida.

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Para ajudar caso você, pai ou mãe, esteja passando por tal situação, aqui estão 3 atitudes a tomar e 3 para se evitar na confrontação do problema.

Faça estas 3 coisas

1. Igualdade quando em grupo

Tente tratar a todos de maneira igual quando em grupo, se há alguma particularidade ou necessidade, fale com o filho que precisa de maior atenção longe dos demais. Reforce o comportamento positivo, cooperativo, as habilidades individuais e a importância de cada um na família. Se a casa está uma bagunça, estimule o trabalho de todos e não apenas do mais velho ou das meninas. Um sentimento de equipe ou time é bom para crianças.

2. Tenha um tempo igual com cada filho individualmente

Escolha um dia do mês para cada filho. Saia com ele/ela individualmente. Vão ao cinema ou ao parque, ou mesmo tomar um sorvete na esquina. Mas, deixe que cada um tenha um tempo onde o pai ou a mãe – ou ambos – seja só dele. Importante: Se o primeiro teve o seu dia com o papai/mamãe, todos devem ter. Não fuja desse compromisso se não quiser piorar as coisas.

3. Ouça todos os lados

É muito comum os pais, ao ouvirem os filhos brigando, já gritam lá de onde estão: “João, o que você fez agora?”. Isso cria um sentimento de injustiça no filho que é sempre visto como o pivô de qualquer briga ou desentendimento. Tente ouvir todos os lados. Frases como: “O que está acontecendo aqui?” darão a eles a oportunidade de relatar. Ouça um de cada vez e tente ser o mais justo possível.

Não faça estas 3 coisas

1. Jamais compare

Frases como: “Por que você não é organizado (ou estudioso, ou prestativo, etc.) como seu irmão?”, ao invés de estimular a criança a ser melhor, cria nelas o sentimento de que ela não é boa o suficiente e que você prefere seu irmão. As crianças têm talentos e habilidades diferentes e devem sentir-se bem com essa diferença. Sentirem-se únicos. Nunca diga “o seu irmão joga futebol melhor que você”. Caso precise dizer algo semelhante diga: “Seu irmão é bom no futebol e você nos desenhos. Dois filhos habilidosos”.

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2. Não faça um filho ser responsável por outro

Cada filho é responsabilidade de seus pais. Caso haja “terceirização”, que seja através de outras pessoas. Não faça do seu filho mais velho babá dos outros. Não diga que já são grandes (quando ainda não são) ou que não são mais crianças quando ainda são. Existem casos em que irmãs mais velhas tornam-se tão responsáveis por seus irmãos e pela casa que chegam a ser confundidas com empregadas domésticas.

3. Não estimule o bullying entre irmãos

Certa vez vi uma mãe brigando com o filho e o chamou de “baleia”. Eu não sei como uma mãe pode ser capaz de fazer tal coisa e ainda em público. O garoto de aproximadamente 7 anos, realmente estava acima do peso, no entanto, a culpa devia ser principalmente da mãe e ela criando apelidos e estigmas para o garoto. O resultado foi seus dois irmãos rindo e gritando: “baleia, baleia!”. Qualquer um pode se colocar na pele do garoto e imaginar como ele se sentiu.

Lamentável!

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.