O ultrassom mostrou um buraco anormal, então o médico disse para os pais ‘desistirem do bebê’

Eles fizeram exatamente o oposto do que foi sugerido pelo médico e veja o que aconteceu com o bebê.

Stael Ferreira Pedrosa

Um casal cujo nome foi omitido, moradores do estado da Flórida, Estados Unidos, estava muito feliz com a gravidez de seu segundo bebê. No entanto, uma notícia recebida na consulta de pré-natal tirou o chão sob seus pés, e sua felicidade foi esmagada sob a recomendação do médico de que interrompessem a gravidez, pois seu bebê de 20 semanas era portador de uma condição que tornaria seu nascimento muito arriscado.

Segundo o médico, provavelmente o bebê não sobreviveria ao nascimento.

A incrível jornada desse casal foi contada, a partir do diagnóstico, através do compartilhamento de fotos e informações no site Imgur. O pai contou o dia a dia da gravidez de seu bebê que sofre de uma condição genética rara e desconhecida que os médicos suavemente sugeriram que era melhor fazer um aborto.

Mas, seus pais não estavam dispostos a abrir mão de seu bebê.

Olhando para o ultrassom, é possível ver algo inimaginável: uma mancha negra no abdômen do bebê. Sobre isso o pai escreveu: “Com 20 semanas de gestação, nosso bebê foi diagnosticado com uma hérnia diafragmática congênita (o buraco negro que aparece na imagem é o pequeno estômago do bebê localizado em seu peito!) A expectativa de sobrevivência do feto era inferior a 50%, e dependia de vários fatores.

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Eles tinham esperança

Embora os pais soubessem que as chances poderiam ser pequenas já que seu estômago fora empurrado para seu tórax, decidiram seguir com a gravidez e fazer tudo o que pudessem para trazer sua menininha em segurança ao mundo.

Foi quando estes pais ansiosos tiveram um sopro de esperança em sua primeira consulta no Hospital Infantil John Hopkins, na cidade de Houston, no Texas: testes mostraram que apesar do órgão ter migrado, o bebê não precisaria passar por uma cirurgia ainda dentro do útero. O que foi uma grande alegria, pois esperar até o nascimento aumentaria as chances de sobrevida da pequena dramaticamente.

A família fez a difícil escolha de se mudar temporariamente para o Texas, deixando sua casa em Jacksonville, Flórida, para garantir que seu bebê recebesse o melhor tratamento do mundo durante a gravidez e depois que ela nascesse.

O milagre do nascimento

O pai descreveu seu nascimento no Imgur:

“Nosso segundo bebê nasceu de 39 semanas e foi imediatamente entubada e levada para a UTI onde foi sedada com dopamina para controle da pressão arterial. Estava ligada a muitos fios e se alimentando por nutrição parenteral. Eu nunca me senti mais arrasado do que durante os primeiros minutos após o parto.”

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“Em um dos lados da sala de parto, minha filha estava sendo entubada e mal se agarrava à vida… do outro lado, minha esposa estava se recuperando de ter dado à luz.

Permaneci onde eu poderia ver a ambas e que pudesse deixar claro para a mamãe que nosso bebê estava sendo bem cuidado.”

Aos quatro dias de idade, sua filha passou por uma cirurgia de reconstrução do seu diafragma. A partir de então, tudo passou a correr de maneira mais suave.

O diagnóstico da doença não é uma sentença de morte

O desejo desse pai ao compartilhar sua história é mostrar aos outros pais que um diagnóstico de hérnia diafragmática congênita (HDC) não é necessariamente uma razão para se desesperar.

E seu alvo principal são os médicos que aconselham os pais a abortarem um bebê com o diagnóstico de HDC, pois é possível que eles não tenham compreendido que o bebê com essa anomalia pode sobreviver.

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E ele conta que ao conversar com outros pais percebeu o quanto o HDC é mal interpretado e o quanto um diagnóstico pode ser sombrio quando estão em mãos erradas.

E continua, “Eu não tenho raiva daqueles que nos disseram para abrirmos mão dela. Isso me fez perceber que existem doenças e condições que realmente precisam ser vistas em um mundo saturado de campanhas de conscientização para problemas já bem conhecidos”.

Sua esperança é que sua história atinja mais pais que enfrentam um diagnóstico de CDH e que estes sintam que há mais esperança que estatísticas opressoras e que buscar uma equipe especializada altera as chances de forma significativa, e faz histórias como esta, possíveis.

Quanto à sua pequena? Ele postou no dia 29 de março: “Hoje é dia 29, quatro dias de pós-operatório, e estamos indo para casa com nosso bebê. Eu nunca pretendi abrir mão dela”.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.