Ela acordou com o rosto cheio de marcas, então percebeu a realidade cruel que estava vivendo

"Ficou pior e eu parei de sair. Parei de ir à academia porque não queria que ninguém me visse sem maquiagem. Foi brutal!"

Erika Strassburger

Certo dia, quando Judith Donald tinha 23 anos, ela olhou-se no espelho e se surpreendeu com sua pele lotada de espinhas. Como foi algo súbito, ela pensou, a princípio, que fosse uma reação alérgica. Seus colegas indagaram se não era catapora, já que as manchas estavam se espalhando pelo corpo todo.

Com o tempo as espinhas evoluíram para um tipo severo de acne: a acne cística. Ela ficou muito abalada e sem vontade de sair de casa, porque não queria que ninguém a visse daquele jeito, e nenhuma maquiagem era capaz de cobrir tantas lesões.

Além de afetar a autoestima, as acnes císticas podem ser muito doloridas. Por conta disso, Judith tinha problemas para dormir, as lesões haviam se espalhado para as costas, peitos e ombros.

Como a maioria dos jovens, ela teve algumas espinhas na adolescência, mas nada comparado àquilo. “Foi brutal!”, disse ela à BBC.

Causa da sua acne

A escocesa visitou vários médicos, tomou antibióticos, mas não obteve resultados. Ela usou vários cremes, mudou sua alimentação para ver se algo mudava, e nada. Até que uma dermatologista chegou à conclusão que sua acne era genética. “Meus irmãos tiveram acne na puberdade, mas nada se compara ao que eu tive”, conta.

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Sobre esse tipo de acne, o dermatologista John Hawk disse à BBC: “Se os poros ficam bloqueados, as glândulas produtoras de óleo incham e se enchem de bactérias. Então as glândulas estouram como um balão e causam um problema enorme debaixo da pele”.

Tratamento

Por se tratar de um caso grave de acne, que poderia render-lhe cicatrizes permanentes e, consequentemente, causar um dano ainda maior à sua autoestima, foi receitado a ela um medicamento à base de isotretinoína. Esse medicamento deve ser indicado apenas para os casos mais sérios, assim como para acne rosácea, já que pode ter efeitos colaterais consideráveis. Por isso, são vendidos apenas sob prescrição médica.

Segundo esta matéria do programa Bem Estar, “de quase 60 mil mulheres que receberam isotretinoína, cerca de 55% não tentaram usar outros medicamentos contra acne antes, o que configura claramente uma violação das diretrizes da prescrição”.

Efeitos colaterais

Judith levou alguns meses para iniciar o tratamento por causa dos efeitos colaterais do remédio. Ela listou quais deles sofreu:

  • Enxaqueca, durante os dois primeiros meses.

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  • Cansaço excessivo nos três primeiros meses.

  • Sangramento da mucosa do nariz.

  • Olhos e lábios ressecados.

  • Eczema nas mãos.

Apesar do cansaço extremo (Judith precisava dormir de 10 a 11 horas por dia no início do tratamento para se sentir bem) e dos demais efeitos do remédio, ela disse que isso não a assustou. “Todos os efeitos colaterais valem pelo jeito como me sentia com minha acne”.

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O medicamento é totalmente proibido para mulheres grávidas ou para quem pretende engravidar durante o tratamento. Um Estudo revelou que de 1.473 gestações durante o tratamento com isotretinoína, apenas 8% (118) resultaram em nascimentos, 20% (290) acabaram em abortos espontâneos e 71% (1041) terminaram em abortos. Das 118 crianças nascidas, 9% (11) vieram com malformações.

As pessoas que farão tratamento com esse medicamento precisam assinar um Termo de Consentimento, confirmando estarem cientes dos riscos e pré-requisitos para o seu uso.

Os resultados

Embora ainda faltem dois meses para acabar o tratamento, os resultados são impressionantes. “Estou muito mais confiante. Já fez uma diferença fenomenal. Mudou completamente minha vida”, diz Judith aliviada.

Sua pele é bastante oleosa, com tendência a ter cravos e espinhas?

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.