Mulher dá à luz trigêmeos, mas todos ficam espantados como os bebês são diferentes dos pais

Como é possível uma mulher dar à luz filhos ADOTIVOS e de outra etnia?

Erika Strassburger

Em um artigo publicado em The Washington Post, Aaron Halbert conta os motivos para ele e a esposa decidirem formar uma família multiétnica e o que tornou possível sua esposa conseguir engravidar de filhos adotivos e de outra etnia.

Aaron cresceu em Honduras. Seus pais moraram por anos naquele país para prestar um serviço religioso. Desde muito cedo ele já tinha consciência da diversidade étnica, e achava isso muito natural. Ele conta, “o tempo todo eu me se sentia profundamente ligado às pessoas de lá, apesar de termos aparências muito diferentes”.

Sua esposa, Rachel, cresceu no Mississipi. Mas ela precisou viajar algumas vezes para o Haiti para que “o véu do preconceito racial fosse tirado de seus olhos”.

Quando ainda namoravam e embora fossem férteis, Aaron e Rachel tinham um sonho em comum: a adoção. Convictos de que uma das maneiras de serem pró-vida, era se envolvendo com a adoção.

Em busca de crianças para adotar

Em várias ocasiões, depois de casados, eles visitavam agências de adoção, ao mesmo tempo em que tentavam engravidar naturalmente. A sua única exigência em relação à criança a ser adotada era que não fosse totalmente caucasiana.

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Quando começaram o processo de adoção, o casal sabia que essa escolha poderia influenciar a dinâmica familiar, “o que nos levou a refletir profundamente sobre o que seria uma família racialmente diversificada”, conta. “Vemos as características físicas variadas da família humana como lembretes fantásticos do brilho criativo de Deus. Não achamos que a raça não exista, ou que não a enxergamos. Na verdade, é o oposto – nós a vemos e a abraçamos”.

Eles adotaram duas crianças. O menino é afro-americano, a menina tem mais de uma etnia. Eles estavam conscientes de que sua família multirracial seria alvo de todos os tipos de reações, e foram. Mas isso não os afetou, menos ainda os impediu de ir além.

Uma forma diferente de adoção

Bastante ocupados com duas crianças em casa, eles não estavam pensando em aumentar a família naquele momento. Até que um casal os encorajou a fazer um tipo de adoção bastante diferente: a adoção de embriões.

Por que adotar embriões se há tantas crianças precisando de um lar?

Segundo a crença do casal, a vida começa na concepção. E dos milhões de embriões congelados nos Estados Unidos, os que não forem utilizados pelos pais biológicos terão os seguintes destinos: permanecerão congelados, ou serão destruídos, ou doados para pesquisas científicas. Então, uma das formas de impedir esses “abortos” de embriões é adotando-os.

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Aaron conta como reagiu à sugestão do casal: “Ficamos profundamente emocionados com a ideia de trazer mais crianças à nossa família ao resgatar essas pequenas vidas criadas a partir da fertilização in vitro e intrigados com a ideia de a Rachel ter de experimentar uma gravidez”.

Escolhendo os embriões

Ao tomar a decisão de adotar embriões, o casal voltou à questão anterior: a origem étnica. Eles queriam que seus novos filhos se sentissem “conectados racialmente” aos irmãos. Então pediram à equipe do National Embray Donation Center (Centro Nacional de Doação de Embriões – NEDC) que selecionasse embriões afro-americanos para eles.

Uma grande surpresa

Em setembro de 2015, dois embriões foram implantados em Rachel. Após algumas semanas, descobriram que um dos embriões havia se dividido e Rachel estava grávida de trigêmeos.

As trigêmeas nasceram em maio de 2016. “Esta não foi a maneira que planejamos 12 anos atrás, quando namorávamos e falávamos sobre a adoção, mas oh, quão gratos somos por Deus ter nos abençoado com essas doces pequeninas que Ele colocou aos nossos cuidados”.

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Com funciona a doação de embriões no Brasil

Ainda não há leis específicas para a realização de reprodução assistida no Brasil, mas há uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM,) de 2013, que rege a conduta dos profissionais que realizam esses procedimentos. Entre outras coisas, o texto determina que:

  • Os números máximos de embriões implantados em mulheres com até 35 anos são 2; de 36 a 39 anos, 3; e acima de 40 anos, 4 embriões. O propósito é limitar o número de gêmeos múltiplos.

  • A doação de embriões não poder ter caráter comercial ou lucrativo.

  • Receptores e doadores não podem se conhecer. Essa regra é para evitar futura contestação de paternidade.

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O juiz Siro Darlan de Oliveira, da Primeira Vara da Infância e Juventude do Rio, em entrevista à Isto É, lembra que “hoje é mais fácil adotar uma criança. Não é mais necessário ser casado, por exemplo”. Por isso, considera a adoção de embriões uma “alternativa positiva, mas não socialmente correta num país com tantas crianças abandonadas”.

E você, o que pensa sobre o assunto?

Leia: Entendendo o processo de adoção no Brasil

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.