Por um motivo extremamente nobre, este homem já enterrou 10 crianças desde 1995

O ser humano é capaz de cometer as maiores atrocidades, porém, é capaz também de ter atitudes extremamente bondosas.

Luiz Higino Polito

De acordo com a matéria publicada no site People, um homem chamado Mohamed Bzeed, de Azuca, Califórnia, nos Estados Unidos, se dedica há duas décadas a cuidar de crianças doentes em estado terminal; crianças que na maioria das vezes são negligenciadas por todos e que já nem conseguem mais ver, nem ouvir e nem conversar. Isto é sem dúvida uma coisa impressionante e fora do comum!

Nascido no Líbio e muçulmano devoto, Bzeek, casou-se com Dawn em 1989 e foi então que começou a ajudá-la com as crianças.

“Aprendi muito com ela (Dawn) sobre a importância da parentalidade adotiva”, disse ele à People. “Ela era uma pessoa tão generosa – ela amava cada criança doente que chegou a seus cuidados, seja por algumas semanas ou por muitos anos”.

Ele já cuidou de 10 crianças, juntamente com sua esposa

Desde o ano de 1995, Mohamed Bzeek, que hoje tem 62 anos de idade, sem fazer propaganda, cuida de crianças muito doentes e desenganadas pelos médicos, dando-lhes um pouco de amor, tentando transmitir a elas esperança e também diverti-las um pouco.

Ele já cuidou de dez crianças adotivas até a morte delas e fez o enterro também, além de ter feito o enterro de sua própria mulher, Dawn, que faleceu há dois anos.

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Hoje Bzeek cuida de uma criança de 6 anos que nasceu com microcefalia e é cega e surda de nascença. Ele explica que a única maneira de se cominicar com ela, é por contato. Bzeek a adotou para que a criança doente saiba “que alguém a ama, e que ela não está sozinha”.

Bzeed diz que se sente obrigado (e honrado) em poder dar às crianças que chegam aos seus cuidados, amor e dignidade nos últimos anos de suas vidas.

“Eu tive crianças aqui com tudo”, diz à People, “e muitas delas nem sequer tinham um nome. Então, eu dou-lhes um nome. E quando é hora delas morrerem, eu me certifico de que seus nomes sejam lembrados.”

Foi muito doloroso para Mohamed Bzeek dizer adeus aos 10 filhos adotivos. “Eu dou a essas crianças o melhor que tenho para oferecer, no curto período de tempo que estão aqui”. “Elas saem daqui sabendo que foram amadas”.

A rotina de Mohamed Bzeek

Bzeek passa, atualmente, até 22 horas por dia cuidando da criança adotiva (uma menina), colocando-lhe sondas de respiração e de alimentação. Para facilitar, Mohamed dorme ao lado da cama da criança, num sofá.

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Além de cuidar da menina de 6 anos doente, Mohamed ajuda também seu próprio filho, Adam, de 19 anos, que é doente, e que tem Osteogênese Imperfeita, que é uma doença que deixa os ossos quebradiços, além de outros problemas, mas que não afeta, porém, o cérebro na parte do raciocínio. Adam estuda Ciência da Computação e, às vezes, é incapaz de usar muito as suas mãos, então Mohamed o ajuda a fazer as tarefas domésticas e outras coisas, mesmo coisas muito simples, como colocar sapatos ou tomar banho. “É como Deus o criou, mas ele (Adam) é um lutador, assim como as crianças que vieram morar conosco”, diz Bzeek às pessoas.

“Foi-me perguntado”, conta Bzeek: “Por que você faz isso?”. Bzeek então respondeu essa pergunta assim: “…a resposta é simples: mesmo que essas crianças não possam se comunicar ou ver nem ouvir, elas têm uma alma. Elas precisam de alguém para amá-las.” E então, “eu lhes digo”, continua Bzeek se referindo às crianças em estado terminal, “Tudo bem, eu estou aqui com você. Nós enfrentaremos isso juntos.”

De onde vem as crianças para Bzeek cuidar?

Quase todas as crianças que passaram seus últimos anos com Bzeek foram-lhe enviadas diretamente dos hospitais do condado de Los Angeles quando ainda bem pequenininhas, onde foram abandonadas por pais que não podiam cuidar delas. Bzeek, que é um “pai adotivo de acolhimento”, recebe 1.700 dólares por mês para cuidar da menina que está com ele atualmente. Também foi criada uma página de doações para sua família.

Ele é o único do condado de Los Angeles que faz isso, pelo que ele saiba.

Atualmente, mais de 35 mil crianças estão registradas no sistema do Departamento de Crianças e Serviços Familiares do condado, diz Rosella Yousef, administradora regional assistente dos Serviços de Gerenciamento de Casos Médicos. O Hospital de Los Angeles cuida de cerca de 600 pessoas com necessidades médicas severas.

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Rosella Yousef diz que “Mohamed é um Pai de Acolhimento excepcional”, e que “é o amor dele e o excelente cuidado que mantém a criança atualmente em seu cuidado, melhorando, quando inicialmente, só se esperava que ela vivesse apenas algumas semanas”. Rosella Yousef diz ainda que “Ele manteve a vida da criança, bem além das expectativas dos médicos. Sua atenção em tempo integral tem sido fornecer um lar e uma família para uma criança terminalmente enferma de cada vez”, e acrescenta Rosella, “porque ele sente que toda criança merece ter uma família amorosa. Espero que os outros vejam seu exemplo (e venham também) a abrirem seus corações e casas para um filho adotivo que precise, podendo assim fazer uma diferença vital na qualidade de vida da criança”.

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Luiz Higino Polito

Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, estudei oratória e didática. Gosto muito de escrever. Profissionalmente, sou músico e tenho um Sebo Virtual, onde vivo com minha esposa e cercado de livros!