Ex-mulher de Cristiano Araújo revela pela primeira vez como falou com o filho sobre a morte do pai

Ela também revelou como o cantor era como pai.

Stael Ferreira Pedrosa

Elisa Leite, ex-esposa de Cristiano Araújo, que morreu em um acidente automobilístico em 2015, relata de maneira emocionada sua experiência em contar para o filho Bernardo sobre a morte prematura do pai.

Segundo Elisa, Cristiano era um pai presente e que o filho sentiu falta dele. A princípio disseram que o pai estava viajando e até áudios gravados colocaram para o menino ouvir e ele respondia às gravações, o que foi uma dor para Elisa, que procurou ajuda psicológica para contar ao filho sobre a morte do pai.

O meu AMOR ?❤️??

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Bernardo tem agora esperança de reencontrar o pai, e ele sabe que o cantor não está mais entre nós e de uma maneira que não o faz sofrer mais. A história criada pela família, embora retrate a tragédia, foi dita de uma maneira lúdica, de acordo com a idade de Bernardo, que conta tudo como foi em suas próprias palavras:

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“O carro tava andando, aí, teve um parafuso na estrada, o pneu estourou, o carro capotou e aí na barriga do meu pai tava sangrando. Aí, meu pai ficou muito internado, aí eles poram ele, meu papai no chão, aí, Deus abaixou, pegou ele, pegou uma varinha mágica e transformou ele numa estrelinha linda. Linda mais que todos. Mais linda que todos.”

E a melhor parte é que ele conta tudo isso com um sorriso no rosto e um coração confortado.

Uma semana resumida em uma SAUDADE sem FIM ?????

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Como contar às crianças sobre a morte?

Embora seja o acontecimento mais certo da vida e venha para todos, a morte ainda é difícil de ser compreendida e aceita. Se, nós adultos, não compreendemos e aceitamos, como fazer com que as crianças entendam e aceitem a morte de entes queridos?

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Tendo um filho especial e extremamente apegado aos avós, foi difícil para mim falar sobre a morte de ambos com apenas 3 meses de diferença. O que eu fiz e deu certo foi falar que nós vamos revê-los ainda e que ele deveria ser muito grato por ter tido os melhores avós do mundo e ter convivido com eles por 15 anos, quando muitas pessoas não têm esse privilégio. Funcionou e ele sempre fala dos avós de maneira agradecida e feliz.

Segundo especialistas, independentemente da idade da criança e da morte que ela terá que enfrentar – seja de um parente, um conhecido ou bicho de estimação – a mentira jamais deve ser utilizada. Também, não se deve esconder o fato por muito tempo, pois as crianças não são bobas e acabam por perceber, segundo Maria Helena Franco, psicóloga e coordenadora do Laboratório de Estudos sobre o luto da PUC-SP.

Rita Callegari, psicóloga, esclarece que mentir à criança sobre a morte de um animal, dizendo que fugiu, ou foi roubado, pode quebrar a confiança entre pais e filho caso ela venha a ouvir uma conversa em que se fale da morte do animal ou o vê morto em algum momento.

Já para Franklin Santana Santos, coordenador do curso de tanatologia da FMUSP, três pontos importantes devem ser compreendidos pelas crianças no que tange à morte:

  • A universalidade: tudo que é vivo um dia vai morrer

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  • A irreversibilidade: quando morre, não há volta

  • A não funcionabilidade: Depois de morto o ser não corre, não come, não respira, não fala, não age. Pelo menos não neste plano.

  • A inevitabilidade: Não há como escapar da morte e viver para sempre.

Para Silvana Rabelo, professora no curso de psicologia da PUC SP, é bom deixar a criança participar de todo o processo de luto. E até mesmo antes, caso a pessoa ou animal esteja doente. Deve-se contar a ela da gravidade da doença e da possibilidade da morte. Após a morte, a criança deve ir ao velório do ente querido e enterro. É uma espécie de rito de passagem.

Evite frases como: ele dormiu para sempre, foi em uma longa viagem ou descansou. A criança é literal e começa a pensar que um dia o vovô ou a vovó vão acordar, que quem viaja desaparece para sempre ou que a pessoa vai descansar e vai voltar, explica Deusa Samú, psicóloga clínica especialista em luto.

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É importante que os pais não escondam sua tristeza e deixem as crianças expressarem a sua. Como tudo na vida, a morte também é um aprendizado que pode ser doloroso, ou não. É importante, porém, que a criança se sinta amparada em sua dor.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.