Tinha tudo para terminar em morte de mãe e filha. Mas, graças à atitude de profissionais inspirados, um milagre aconteceu

Ela foi retirada do ventre da mãe morta em condições totalmente desfavoráveis, dando entrada na UTI em estado gravíssimo. Mas havia alguém lá em cima cuidando dessa menina.

Erika Strassburger

Exames pré-natais mostravam que Iolanda Pimentel (22 anos), de Rondonópolis, MT, estava tendo uma gravidez tranquila. Mas, em fevereiro deste ano, às vésperas de dar à luz pela primeira vez, ela teve um mal súbito e acabou morrendo.

No dia 17 de fevereiro, a família de Iolanda ligou para o Samu informando que a jovem, grávida de nove meses, estava tendo convulsões. Uma viatura foi logo deslocada até a sua casa. A médica plantonista da SAMU, Luciana Abreu Horta, de 36 anos, contou ao G1:

“Durante o trajeto recebemos uma nova chamada dizendo que a paciente parou de respirar. Quando chegamos, ela estava em uma cadeira e já tinha sinais de morte, não apresentava pulso. Eu pedi permissão [aos familiares] para tentar uma abordagem e salvar o neném”.

A prima de Iolanda, Jomara Nunes, contou ao Centenário que uma irmã de Iolanda morreu da mesma maneira. “Informaram pra minha mãe que foi um ataque cardíaco, mas vi que a médica responsável pelo atendimento classificou como uma eclampsia”, afirmou.

Posted by Iolanda Pimentel on Thursday, February 11, 2016

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A caminho do hospital, a equipe tentou reanimar a mãe, sem sucesso. Então, a médica optou por realizar uma cesárea de emergência, dentro da viatura mesmo, sem materiais e condições necessárias para realizar uma cesárea. A menina nasceu em parada cardiorrespiratória, mas conseguiram reanimá-la e mantê-la estável. A pequena foi encaminhada à UTI da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis.

A doutora Luciana relembra: “Foi muito rápido e a pressão é muito grande. Foi emocionante tomar uma decisão dessas, perante à família, em uma situação de resgate. Foi iluminação de Deus”.

Segundo boletim médico, a pequena deu entrada na UTI em estado gravíssimo. Respirava com ajuda de aparelhos e apresentava crises convulsivas.

A menina sobreviveu por um milagre, e sem nenhuma sequela. No dia 5 de abril, após 48 dias internada, ela ganhou alta. Mas, antes de deixar o hospital, a pequena ganhou de presente um ensaio fotográfico feito pelo fotógrafo Marcus Bordado e sua mulher. O fotógrafo conta que as fotos foram tiradas enquanto ela estava internada, durante cada melhora em seu quadro de saúde.

A menina recebeu o nome de Luiza Vitória. O primeiro nome já havia sido escolhido pela mãe, e o pai, Cristian Ribeiro Galvão, acrescentou “Vitória” por conta do que aconteceu.

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O pai contou ao G1, emocionado: “Estou muito feliz. Agora posso ter ela perto de mim e está bem, sem nenhuma sequela. Apesar de tudo que aconteceu, ser pai é a melhor experiência da vida. Vou cuidar dela e dar todo amor e carinho”.

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.