Rafa Brites publicou em seu Instagram o drama vivido por toda mãe que trabalha fora

A mãe que trabalha fora irá se identificar com as palavras dela.

Stael Ferreira Pedrosa

Rafa Brites tem um bebê de 7 meses. E, como grande parte das mães, ela trabalha. É um drama tentar conciliar a maternidade e a vida profissional. Por mais que uma mãe se dedique ao filho fora do horário de trabalho, ela sabe que a maior parte do seu tempo está sendo levada longe do filho.

E aí vem a culpa, o desejo de estar junto, os sentimentos contraditórios entre ficar em casa e ser infeliz, ou voltar a trabalhar e ser infeliz também. Rafa expressou esses sentimentos em seu Instagram, onde a jornalista diz:

Sobre sair de casa e seu filho ainda estar dormindo e voltar e ele já estar dormindo. Eu sabia que esse dia chegaria. Entrar no quartinho dele pé por pé dar um beijinho e susurrar o famoso: mamãe ja volta. Após um dia de trabalho voltar pra casa tentando ultrapassar todos os carros, olhar o relógio e saber que ja perdi o banho, mandar msg pra casa pedindo que tentem segura-lo acordado…pegar cada sinal vermelho e finalmente largar o carro na garagem de qualquer jeito e entrar… mas já com tudo escuro o que resta é tirar os sapatos e entrar de mansinho para susurrar o famoso: mamãe ta aqui. Diferentemente das outras noites, agora é torcer para ele acordar algumas vezes a noite para poder abraçar… Na cabeça passa de tudo: o que será que perdi nesse dia? O que será que eu perderei amanhã? E depois? O tempo não volta. Mas também abrir mão da vida profissional amada para dedicação integral? Não seria feliz! E por falar em integral, tem lá alguma mãe que consegue voltar e estar integralmente em algum lugar? Qualquer escolha terá consequencias. Achar um equilíbrio é preciso, mas se alguém achou essa conta exata aí me fala! Em meio a mil pensamentos sempre rola um : Abrir um site e fazer home office (se todas as mães que pensam em abrir um site abrissem mesmo, acho que rolaria o tao bug do milênio). Aumentar o som da TV, fazer o cachorro latir dar uma tossida mais forte, todas as tentativas sutís valem para tentar provocar uma acorda "espontânea" para oferecer um colinho que a pouco tempo atrás pedia arrego de tão cansado. Gostaria de pensar que é um processo e tudo ficará melhor, mas pelo o que escuto por aí, fica mais complexo… vai começar a rolar chorinho e um fica mamãe… Parece que na hora que sentimos que esta tudo bem, e ele falar tchau mãe! Ainda dói um pouco mais… Acreditem se quiser… esse texto ficará sem fim (logo eu que adoro um fim poétiquinho) kkkk ele acordou!!! Nunca mais vou reclamar dele acordar a noite toda!!!! Fui

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“Após um dia de trabalho voltar pra casa tentando ultrapassar todos os carros, olhar o relógio e saber que já perdi o banho, mandar msg pra casa pedindo que tentem segurá-lo acordado… pegar cada sinal vermelho e finalmente largar o carro na garagem de qualquer jeito e entrar… mas, já com tudo escuro, o que resta é tirar os sapatos e entrar de mansinho para sussurrar o famoso: mamãe tá aqui”.

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Diferentemente das noites iniciais, onde tudo que a mãe quer é que o bebê durma para que ela possa descansar, nesta situação, a mãe torce para o bebê acordar e ela poder dar um colinho.

Alguns comentários logo abaixo do post da Rafa mostram que ela não está mesmo sozinha. Muitas são as mães que sofrem com o mesmo dilema.

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Seria possível conciliar?

Assim como cada mãe é diferente, cada situação também é. Adaptações, mudanças e postergar planos podem ajudar a mãe na conciliação entre trabalho e filhos. Porém, não existe uma fórmula que sirva para todas.

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Uma dupla norte-americana, Barret Avigdor e Cathy Greenberg, mães, advogada e diretora da companhia H2c Happy Companies Happy People, falam do assunto com conhecimento de causa, já que ambas são mães que trabalham fora. Elas entrevistaram mais de mil mães de vários países (do Brasil também). Com os dados coletados das entrevistas, as duas escreveram um livro: O que as mães felizes que trabalham sabem.

O livro diz que, normalmente, as mães querem que tudo dê certo e que a felicidade dela não é prioridade – o que as autoras discordam veemente. Segundo Barret e Cathy, deveria ser prioridade sim, pois as mães mais felizes no trabalho criam filhos mais felizes, segundo a dupla. No entanto, elas fazem algumas considerações sobre as quais toda mãe deve ponderar:

1. O que a motiva a sair de casa e deixar o filho? Dinheiro ou realização profissional?

Segundo as autoras, se você sai de casa apenas por causa do salário, isso pode ser um grande problema. Claro que muitas precisam, principalmente as mães sozinhas, solteiras.

2. Você ama o que faz?

Você quer que tudo dê tão certo que a sua felicidade, às vezes, não figura na lista das prioridades. Mas deveria. Mães mais felizes no trabalho criam filhos mais felizes. Esse é o principal argumento da dupla que ama o que faz, isso contribui para a sua felicidade, já que mães felizes criam filhos mais felizes, pode ser um bom ponto de partida.

3. Suas expectativas são reais?

Se você tentar carregar o mundo nas costas, logo perceberá a frustração de não conseguir fazer tudo o que deseja. Faça o que for possível.

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4. Você é sua melhor amiga ou sua pior crítica?

Mães que trabalham fora já têm o mundo apontando o dedo para elas, as que não trabalham também. Então, simplesmente tome suas decisões pensando no que é melhor para você e sua família, com sinceridade e não se culpe tanto.

5. Sua vida é condizente com seus valores?

Se seus valores dizem que a mãe deve ficar em casa e cuidar dos filhos, deve estar presente quando eles adoecem, cuidar da educação, etc., ficar em um escritório ou fábrica o dia todo não a fará feliz.

O próprio conflito, aquele aperto no estômago, já podem ser pistas de quais são seus reais valores. O importante é ser honesta consigo mesma.

Ao final parece que o que conta é o grau de felicidade. Se você está infeliz porque trabalha fora e perde momentos preciosos com seu filho, como é o caso de Rafa Brites, e ao mesmo tempo sabe que ficará infeliz se ficar em casa só cuidando do bebê, é melhor ficar em casa e cuidar do seu filho, você pode não ser tão feliz quanto desejaria, mas seu bebê certamente ficará mais feliz com sua presença. Em última instância, cabe à mãe decidir e a ninguém mais.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.