Pais-helicópteros levam a crer que muitas vezes a melhor forma de estar presente na vida dos filhos, é não estar.
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Marcia Sirota é uma psiquiatra, palestrante e coaching, que utiliza o termo "pais-helicópteros" para definir aquele tipo de pais que "estão sempre girando em torno dos filhos" para protegê-los e acabam por criar jovens com dificuldades tanto para o trabalho quanto para a vida.
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São pais bem-intencionados que acham que estão fazendo o melhor para seus filhos, mas que na verdade estão sendo altamente prejudiciais ao seu desenvolvimento como pessoa e como profissional.
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Como agem os pais-helicópteros
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Na infância
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Nunca deixam os filhos fazer nada por medo de que se machuquem. Andam atrás deles limpando suas sujeiras, organizando suas bagunças e consertando o que estragam. Assim, a criança não aprende sobre escolhas e consequências bem como a cuidar de si e de seu ambiente.
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Acham que os professores perseguem seus pimpolhos ou os sobrecarregam com trabalhos e exercícios. Costumam inclusive ir à escola brigar com professores devido ao baixo desempenho estudantil do filho.
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Jamais ensinam tolerância, aceitação de diferenças e imperfeições, cortesia, igualdade e serviço desinteressado ao próximo. Ao contrário, fazem os filhos sentirem que são de alguma forma superiores aos demais, que merecem o melhor e o mais caro dos produtos existentes no mercado.
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Têm dificuldade em dizer não e muitas vezes se sacrificam para que seu filho não se decepcione, ou sinta-se de alguma maneira em situação inferior. Não permitem que passem por perdas ou fracassos, perdendo a oportunidade de ouro de ensinar-lhes a reerguerem-se.
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Pensam por seus filhos, facilitam as coisas para eles, inclusive chegam a fazer suas tarefas escolares, deixando passar a chance de ensinar a perseverança e o trabalho duro.
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Efeitos na juventude e vida adulta
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A superproteção torna quase impossível ao jovem aprender a lidar com a frustração, o que já os deixa em pior situação para gerenciar as dificuldades da vida adulta.
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Quando os pais fazem as coisas por seus filhos, como por exemplo, limpar sua bagunça, fazer suas tarefas escolares ou outras, eles crescem sem uma ética de trabalho e sem habilidades básicas. Sem isso, o jovem não será capaz de realizar muitas das tarefas exigidas no trabalho, cuidar de seu espaço laboral e nem lavar a xícara ou copo depois de utilizá-los na cozinha comum da empresa.
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A falta de ensinamentos relacionados a atos e consequências impede o bom desenvolvimento da inteligência emocional desde a infância, formando adultos que não sabem aprender com os próprios erros e incapazes de resolver dificuldades com colegas e superiores.
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A formação da autoestima passa pela capacidade de resolver problemas e adquirir experiências e competências. Ser pais-helicópteros, não permite à criança essa autonomia e culmina em um adulto despreparado para buscar uma carreira bem-sucedida. E pior, com baixa autoestima e sujeito à depressão.
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Como evitar ser um pai/mãe-helicóptero?
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Segundo Marcia Siroto, o que os pais podem (e devem fazer) é deixar seu filho passar pelas experiências que o farão aprender a "cair e levantar", a se preocupar e resolver seus próprios problemas. A perder e aprender a lidar com a perda. A saber que nem sempre se ganha e que quem não luta não merece a vitória. Isso fará de seu filho, um adulto útil. Isso o fará empoderar-se através do aprendizado de lutar suas próprias batalhas e a enfrentar e resolver as dificuldades da vida. Não estarão desamparados e despreparados quando os pais não estiverem mais presentes.
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A autora conclui dizendo que esta é a coisa mais amorosa que os pais podem fazer por seus filhos e que "às vezes a melhor forma de 'estar presente' na vida de seu filho é não estar. É assim que você os capacita a desenvolver confiança, competência, autoestima e inteligência emocional."
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Ótimos conselhos!
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Se você é um filho de pais-helicópteros, saiba que é possível reverter tais efeitos. Veja aqui.
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