Marcos Mion sai em férias com a família e explica porque não levou filho com autismo

"Durante muito tempo pensei que o que faria Romeo evoluir era tratá-lo como se não tivesse nenhuma limitação," disse Mion.

Michele Coronetti

Sair de férias com a família é sempre um bom programa. Ainda mais quando toda a família pode ir junto. Mas nem sempre é possível levar os filhos, especialmente aqueles que precisam de cuidados especiais.

Marcos Mion está com a família em uma viagem e postou fotos da diversão e adrenalina pela qual ele, a esposa e filhos estão passando. Ele explica de forma muito tranquila que seu filho Romeo não pôde ir com eles, mas que ficou com os avós seguindo sua rotina.

Como muita gente está estranhando a ausência do meu anjo Romeo nesta viagem, como prometi, vou falar um pouco sobre o dia a dia de uma família que concilia filhos dentro e fora do TEA – Transtornos do Espectro Autista. . . . Durante muito tempo pensei que o que faria Romeo evoluir era tratá-lo como se não tivesse nenhuma limitação. Arrasta-lo para situações cotidianas que “não tinha pq ele não gostar” e que o fariam ter um maior convívio social e ser mais aceito pela sociedade que, muitas vezes, não acha “normal” um garotinho ter panico para entrar numa festa. Aliás, isso é uma coisa que quero falar mais em outro post, o conceito e o uso errado da palavra “normal”. . . . Mas voltando, em algumas situações, funcionou, tivemos sucesso! Como por exemplo a festinha infantil que citei. Romeo, hoje, adora uma. Ele AMA se apresentar na escola, coisa que anos atrás gerava um panico que só quem convive com uma criança com autismo sabe como é. . . . Porém, algumas coisas não mudam. Por exemplo, a falta de rotina. Isso tira ele do eixo. O deixa muito nervoso e desesperado. E uma viagem onde não consigo montar uma estrutura para ele é puro improviso, cheia de decisões tomadas na hora. “Vamos comer agora?”. “Vamos entrar nesta loja agora?”. Coisas, vamos lá para o fácil entendimento, consideradas “normais”, mas que para minha família são muito ANORMAIS! Nos vivemos na rotina! Nos respeitamos horários e o que está combinado a dias pelo bem estar do Romeo! . Então numa viagem rápida ele encontra tudo que não gosta! E os pais de crianças com autismo TEM QUE SABER que não precisam se culpar! Que eles, assim como todas crianças, tem limites!! Gostam de algumas coisas e nao gostam de outras! E cabe aos pais identificarem onde existe evolução e onde é mais saudável aceitar que não vai rolar! . . . Não sou apenas pai do Romeo, tenho outras duas mini jacas que querem conhecer e ganhar o mundo! Sem rotina! E tenho que respeitar IGUALMENTE as necessidades deles. Pais que tem crianças dentro e fora do espectro: nao esqueçam disso! E Romeo? Ah, tá FELIZ DA VIDA no lugar q mais ama no mundo c os avós e pelo FaceTime c a gente toda hora! Felicidade SEMPRE! #FamilyFirst

A post shared by Marcos Mion (@marcosmion) on

Romeo está no espectro autista e sair da rotina para ele é muito complicado, explicou o apresentador. Como viagens são cheias de imprevistos e para não afligir o filho a família optou por deixá-lo com os avós. Segundo o apresentador, ele está muito feliz seguindo com sua rotina que o deixa seguro. Respeitar a posição do filho pode não ser muito fácil para os pais, porém, mantém a criança equilibrada e alegre.

Advertisement

Como o apresentador tem mais dois filhos, não seria justo não ter um período sem rotina para eles, que apreciam a viagem e as aventuras que a acompanham. Esta foi a melhor forma que o casal encontrou de respeitar a todos e passar por momentos agradáveis de acordo com as necessidades de cada um.

A forma como os familiares interagem com a criança autista faz toda a diferença no convívio familiar. Ao entenderem e respeitarem as limitações e desejos assim, como se a criança não tivesse o transtorno, um equilíbrio pode ser encontrado. Algumas dicas podem ajudar a saber como agir e não temer errar com o filho que possui o transtorno.

Temporada de ski loading….99%. . . . #FamilyFirst

A post shared by Marcos Mion (@marcosmion) on

1. Carinho

A criança que recebe carinho e atenção é sempre mais feliz, porém, muitos com o transtorno autista não toleram toques ou nem mesmo olhares. Por isso é importante que os pais encontrem o que pode fazer para demonstrar seu amor por eles. Palavras de incentivo e sorrisos podem abrandar o coração e passar confiança. Cada criança tem o seu nível de tolerância e sempre deve ser respeitada.

Advertisement

2. Brincadeiras

Da mesma forma que as demonstrações de carinho, os pais precisam encontrar a melhor forma de ajudar seu filho a progredir através de brincadeiras que eles realmente desejam participar. Seu desenvolvimento motor normalmente está relacionado ao ato de brincar e interagir.

3. Contato social

A inclusão da criança com o convívio social é importante, porém muito temida por ela. Com atividades simples e orientação para as outras crianças é possível conseguir que ela se solte cada vez mais e interaja com outras crianças ou adultos.

4. Outros meios de comunicação

Eles podem aprender a se comunicar com gestos e precisam de auxílio para entender o significado e em como se expressar. A ajuda e acompanhamento dos pais com paciência é fundamental.

5. Limites

Não é porque ele não entende que não precisa respeitar aos outros. Ao ser podado normalmente uma reação violenta ocorre e ela precisa ser controlada com firmeza. Ele precisa entender que sua liberdade termina onde começa a do outro e nem sempre isso é fácil de ser ensinado, mas é fundamental.

Os desafios para educar e conviver com filhos, tendo transtornos ou não, é grande para todos os pais. Aprender com o tempo e buscar sempre o melhor pensando em todos os familiares, ajudará a conservar a união e todos podem se desenvolver aprendendo uns com os outros e se tornando pessoas melhores e mais tolerantes socialmente.

Advertisement
Toma un momento para compartir ...

Michele Coronetti

Michele Coronetti é secretária, mãe de seis lindos filhos, gosta de cultura e pesquisas genealógicas.