Nós somos nossas escolhas

Todos temos problemas e dificuldades a transpor, mas tudo ficará mais fácil se vivermos minuto a minuto.

Fernanda Ferrari Trida

Têm dias em que acordar pela manhã é muito difícil. Abrir os olhos é um esforço tão grande, que só o fazemos por termos responsabilidades e horários a cumprir. Há dias, porém, em que as coisas parecem fluir de modo agradável. Nem percebemos as horas passarem, os problemas se mostram tão pequenos e de fácil solução e o mau humor das pessoas não nos afeta. Por que será que há tanta divergência? Creio que é por pensarmos demais no que virá e no que já foi e, de menos, no que é.

Mesmo sendo difícil acordar, se o fizéssemos agradecidos talvez fosse mais fácil. Mesmo que demorássemos horas para chegar ao trabalho por causa do trânsito devido a um acidente, se ficássemos agradecidos por não ter ocorrido conosco talvez a reclamação de nosso chefe não nos afetasse tanto. E assim por diante. São pequenos detalhes, pequenas mudanças na forma de pensarmos na vida que podem fazer com que nos apaixonemos por ela, exatamente como ela é agora, e esse sentimento vai nos trazer frutos maravilhosos no futuro como recompensa.

1. O ato de se lamentar

Os pensamentos que temos, as palavras que proferimos e nossos atos ditam quem somos. Se forem negativos, se magoam a nós mesmos e aos outros, nada de bom haverá de vir deles. Nosso “agora” é triste, é cinza como fumaça. Lamentar-se por isso é o mesmo que, em poucas palavras, bater a cabeça na parede de propósito repetidas vezes e em todas elas culpar a parede por estar naquele lugar. Vire-se e veja que a porta está na direção oposta, basta abri-la. Você sabe como.

2. Amar a minha vida? Você já viu como ela é?

Muitos de nós já ouvimos ou falamos isso. Quando estamos lutando contra nós mesmos e não enxergamos mais a saída, é isso o que vemos: uma vida sem felicidade. Nem agora, nem no futuro. Se este for seu caso, você precisa de apoio seja de um familiar ou amigo que realmente se importe com você ou de um profissional para que volte a acreditar em si mesmo. Às vezes, basta uma frase, uma palavra e você consegue se recompor. Outras vezes, leva mais tempo. O importante é saber que o que aconteceu há 20 segundos é passado. O agora é exatamente esse momento, enquanto você lê estas palavras. Siga em frente. Sua vida não é como você a vê. Ela é melhor.

3. Paixonite aguda

Na minha época de adolescente, quando uma menina começava a gostar de um menino dizíamos que ela estava com paixonite aguda. Como se fosse uma condição médica mesmo, pois tinha todos os sintomas clássicos: falta de apetite, olhar constante para o vazio, enjoos, palpitação, queda da pressão sanguínea, tremor nas pernas, mudez passageira se ele lhe fazia uma pergunta, etc. Era só começar a namorar o menino que, em um mês ou dois, tudo isso ia passando.

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O mesmo acontece quando vamos a uma entrevista de emprego que desejamos muito conseguir, quando nos casamos, quando temos nossos filhos e em outras tantas ocasiões importantes de nossas vidas.

Que tal lembrar-se de como eram gostosos esses sintomas de paixonite aguda a todo o momento e parar para pensar que, mesmo que estejamos realizando tarefas cotidianas e um tanto quanto maçantes, somos capazes de fazer delas casos de paixonites. Porque elas são parte de nossas vidas e nós temos que nos apaixonar por nossa vida; elas são quem somos. Nós fizemos essas escolhas!

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Fernanda Ferrari Trida

Fernanda Trida é jornalista, médica veterinária, dona de casa, esposa, mãe de Marcela, com três anos, e de João, com um ano de idade.