Crescimento Pessoal: A verdadeira compaixão

Importante refletir sobre o que seja a compaixão e como desenvolvê-la na própria vida, analisando igualmente os seus benefícios.

Suely Buriasco

Na doutrina budista, a compaixão é a pedra fundamental dos ensinamentos de Buda. Numa frase, Dalai Lama, líder espiritual do Budismo Tibetano, afirma que: “A compaixão tem pouco valor se permanece uma ideia; ela deve tornar-se nossa atitude em relação aos outros, refletida em todos os nossos pensamentos e ações”. Independente de religião é sempre interessante refletir que palavras não ecoam no vazio de atitudes, assim como a compaixão não surte qualquer efeito sem que se manifeste genuinamente em nossas ações cotidianas.

Compaixão e pena

É importante que, logo de início façamos a diferenciação entre pena e compaixão. A pena é um sentimento que inferioriza as pessoas, por isso é comum que elas não desejem que ninguém se penalize por elas. Isso porque a percepção de quem sente pena é de cima para baixo, ou seja, pena pressupõe que o outro é incapaz de reagir, de conseguir erguer-se por si só. A compaixão pressupõe uma atitude totalmente diferente; para ter compaixão é imprescindível ser empático, o que significa olhar a pessoa de forma nivelada ou lado a lado. Dessa forma a compaixão aproxima e eleva as pessoas.

Compaixão e empatia

A empatia produz o senso de preocupação pelo outro; é a noção clara de que todos os seres têm exatamente o mesmo direito à felicidade. Mais do que isso, a empatia promove o desejo que todos sejam felizes e é essa compreensão que nos faz sentir compaixão. Entretanto, ao reconhecermos que todos nós podemos agir a favor de nossa própria felicidade não rebaixamos o alvo de nossos sentimentos, pois sentimos a sua dor sem, contudo, carregá-lo ou fazer por ele o que lhe compete. Pela empatia sentimos e compreendemos o sentimento alheio, incentivando seu fortalecimento e trabalho próprio para a superação.

Compaixão e apego

Segundo publicação: “…outro aspecto que costuma ser confundido com compaixão é a sensação de proximidade, de ligação que temos com amigos e parentes. Mas isso não é compaixão verdadeira, porque esse sentimento está ligado ao apego“. A compaixão verdadeira não se restringe às pessoas de nosso convívio, parentesco ou qualquer outra coisa, ao contrário, a compaixão é um sentimento que se universaliza; quem sente compaixão tem naturalmente esse sentimento por qualquer pessoa. Equivale dizer que quem desenvolve a compaixão tem esse sentimento de forma plena e ampla, sem fronteiras ou qualquer distinção porque reconhece no outro um semelhante seu.

Benefícios da compaixão

Em matéria para o blog o autor Walter Sarmento escreveu: “Nos últimos anos, houve muitos estudos que corroboram a ideia de que o desenvolvimento da compaixão e do altruísmo tem um impacto positivo sobre nossa saúde física e emocional“. Pessoas compassivas têm maior facilidade de lidar com seus próprios problemas porque não se fixam neles tornando-os maiores, pelo simples fato que percebem e reconhecem os problemas alheios. São pessoas mais calmas e agem com discernimento diante de situações adversas e isso tem, certamente, por consequência, maior equilíbrio emocional e físico. Desenvolver a compaixão promove a transformação dos sentimentos e das ações, fazendo da pessoa compassiva o principal beneficiado.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.