3 técnicas de linguística para transformar totalmente seu casamento

Descubra como as demonstrações - feitas da maneira correta segundo a linguística ensina - podem ajudar a conciliar tradições e trazer um ambiente de paz ao seu lar.

Pedro Santos

Depois de algumas entrevistas com algumas pessoas, concluímos que para conciliar as tradições no casamento depende muito de saber como expressar nossos sentimentos de maneira a superar desentendimentos, ou ainda melhor, como expressar nosso amor da maneira correta.

Há algum tempo atrás, ouvi a seguinte história de um líder religioso: “Conta-se que um rapaz ao conhecer uma bela jovem, acabou apaixonando-se. Depois disso, suas orações todas as noites passaram a ser do tipo: ‘Se o Senhor me der um espacinho no coração daquela moça, eu prometo que vou fazê-la a mulher mais feliz do mundo’, ou ‘Se ela me aceitar como namorado, eu prometo que vou fazê-la sorrir todos os dias, nós nunca iremos brigar’, e mais tarde ‘Se ela aceitar casar comigo, prometo cuidar dela, honrá-la e amá-la por toda a eternidade’. Até que então, os jovens finalmente se casam, e alguns meses depois do casamento a oração muda, e acaba ficando mais ou menos assim: ‘SE QUERES, AFASTA DE MIM ESTE CÁLICE'”.

E aí?! Identificou-se com o personagem? E isso acontece com boa parte dos casais. No início do relacionamento assim que vemos aquela pessoa especial o corpo todo começa a gritar, o coração pula forte, as mãos tremem, e de repente você se tornou a pessoa mais boba em todo o mundo. E quando acontece, não adianta lutar, é paixão. Uma verdadeira sopa de hormônios toma conta de nossos corpos: feniletilamina, dopamina, norepinefrina, e muitas outras inas; todas formando um caldeirão em nossa cabeça capaz de nos manter zens até em frente às incompatibilidades mais incomuns com nossas namoradas(os) ou cônjuges.

Contudo, o tempo sempre toma providências para que essa paixão acabe cedendoe tenda a desaparecer (o que é, na verdade, um processo natural), as incompatibilidades vão surgindo e ganhando relevância para o casal na convivência do dia-a-dia, e aí é que o amor entra em cena. Na verdade, o que muitos casais mais maduros acabam descobrindo ao olhar para trás, é que esta fase de adaptação do novo casal – desde que preenchida com muito diálogo, paciência e humildade – pode se tornar uma das fases do casamento onde o amor verdadeiro se expressará de maneira mais real e ganhará contornos mais relevantes.

Entrevistando alguns casais, ouvi muitos conselhos cheios de sabedoria para ajudar nesse momento de transição.

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Lucas Henrique de Lima (24), recém-casado, disse o seguinte: “Todos os dias quando acordo, eu olho para ela (minha esposa), e penso: ‘essa é a mulher que escolhi para ser minha companheira eterna’; e aí oro para o Senhor me dar a oportunidade de demonstrar meu amor por ela durante o dia. Quando algo acontece que poderia levar a um conflito, percebo que aquela na verdade é a oportunidade de demonstrar amor pela qual eu orei”.

Márcia Granado (49), esbanjando bom humor, ensinou como agir na hora em que tradições se chocam: “o segredo é ter paciência… MUIIITA paciência… afinal, jogar o marido pela janela a gente não pode”.

Um ponto em comum, entretanto, a todos os entrevistados, foi o conselho de que o amor é o único meio pelo qual os conflitos podem ser sanados. Quando os casais demonstram seu amor da maneira correta, demonstrarão maior empatia um pelo outro, e conciliar tradições e o jeito de ser de cada um se torna um processo amigável.

Você já deve ter iniciado uma conversa com alguém que não conhecia e rapidamente começou a sentir-se estranho ao lado daquela pessoa, como se vocês não combinassem; bom, é muito provável que vocês dois usassem canais diferentes para se comunicar. A pessoa, por exemplo, poderia ser do tipo visual (aqueles que usam os olhos para entender o mundo), e por isso ela provavelmente usava muitas palavras do tipo “brilhante”, “colorido”, “ofuscante”; e você, por outro lado, pode ser do tipo que interpreta o mundo e se comunica utilizando o canal sinestésico, e logo acaba utilizando palavras com “macio”, “suave”, etc. Ou seja, vocês dois são realmente diferentes, e por isso, muitas vezes esse estranhamento é natural.

Se algum dia vocês fossem juntos comprar um carro usado (falando de maneira bem genérica), e parassem em frente a um carro específico, a pessoa visual do nosso exemplo estaria principalmente de olho nas formas do modelo, na cor, procurando pequenos riscos ou amassados, etc. Enquanto que você (que é sinestésico) estaria preocupado em comprar um carro confortável, com bancos macios, que não tremesse enquanto você dirige. Perceberam a diferença?

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Mas afinal, o que isso tem a ver com minha mulher/marido e eu e conciliar nossas tradições no casamento? Tudo, na verdade. Não é nada incomum em reuniões de aconselhamento para casais que a esposa diga: “Meu marido não me ama mais, ele nunca mais disse que me ama“, ao que o marido talvez responda: “Isso não é verdade, ontem mesmo eu levei uma flor pra ela“. Acontece que essa esposa é do tipo auditiva: para sentir-se amada ela precisa ouvir o “eu te amo” do marido. Ele, por sua vez, é do tipo visual, para demonstrar seu amor ele leva flores, a leva para passear em um lugar bonito, etc.

Existem dezenas de testes espalhados pela internet (para ver um bom exemplo, clique aqui). Você pode fazer o teste e depois pedir que seu cônjuge o faça também (diga que se trata de uma brincadeira, uma curiosidade). E então, baseado na resposta que obtiver, pode seguir as seguintes dicas para conseguir que ele sinta-se mais amado, conquistando assim um lar mais cheio de amor e paz (mesmo quando surgirem divergências),e aprendendo a conciliar não só as tradições que cada um traz com sua história de vida única, mas a construção de um lar harmonioso.

1. Visual

Se seu cônjuge é do tipo visual, então a solução para os seus problemas não requer nenhum brilhantismo, para agradá-lo basta que você invista em pequenos atos de romantismo que envolvam o sentido da visão. Por exemplo:

  • Envie SMS’s para ele durante o dia dizendo o quanto o ama (seja criativo).

  • De vez em quando leve flores para sua esposa.

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  • Arrume-se para receber seu marido.

  • Leve-a para passeios em lugares bonitos.

  • Acenda velas e espalhe pétalas de flores em um jantar especial. Deixe bilhetinhos espalhados pela casa (dentro do pote de açúcar, ou mesmo na bolsa dela), etc.

Podem parecer coisas pequenas, mas seu cônjuge sempre o amará por isso.

David X, um autointitulado especialista em relacionamentos, declarou há algum tempo em um programa de televisão norte-americano que, quando quer conquistar uma mulher, ele simplesmente visita uma loja de $1,99, compra algum objeto de pouco valor e leva para ela dizendo: “Eu estava pensando em você“. Percebam: A questão nunca é o preço! É o sentimento envolvido.

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2. Auditivo

Esse tipo se conquista pelo ouvido. Diga e repita “eu te amo” sempre que puder, e das maneiras mais criativas que imaginar.

  • Ligue no meio do dia, às vezes, só “para ouvir sua voz” ou “para dizer que te amo”.

  • Grave as músicas mais especiais para o casal e dê-lhe de presente (ele/ela ouvirão várias e várias vezes pensando no que elas significam para vocês dois), toque-as de fundo em momentos especiais (esse tipo de pessoa associa sons a sentimentos de maneira muito forte).

3. Sinestésico

Nada diz melhor “eu te amo” do que um bom carinho. Sempre que expressar seus sentimentos, lembre-se de tocar esta pessoa, ela sentirá muito melhor o tamanho de seu amor.

  • Leve um bom café na cama.

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  • Faça massagens.

  • Ande de mãos dadas (lado a lado), e ela sempre irá querer continuar exatamente ali, do seu ladinho.

E quanto aos outros dois sentidos?

Bom, como, vocês podem imaginar, seria quase impossível encontrar uma pessoa que desse ênfase especial ao paladar para guiar seu entendimento de mundo. Por isso nos concentramos nesses três principais, anteriormente citados.

Outras dicas importantes para colocar em prática:

Saia da rotina

Apesar do que muitos estudiosos da Programação Neurolinguística deem a entender, nunca se fixe unicamente em um sentido. Toda mulher gosta de flores e desjejum na cama de vez em quando. Você deve priorizar o canal preferencial (o sentido favorido) dela, mas sem esquecer que ela também possui outros quatro.

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Constância é a chave

Nada é mais importante do que a constância para a manutenção de um lar feliz. Muitas pessoas, especialmente os homens, costumam achar que se de vez em quando fizerem algo grande, então manterá seu cônjuge feliz. Grande engano. Uma forma muito melhor de fazer isso é por meio de coisas pequenas, que não exigem muito esforço, mas realizadas todos os dias. Em seu livro “Homens são de Marte, mulheres são de Vênus”, John Gray esclarece esse princípio de maneira bastante prática:

” Um homem pensa que marca muitos pontos com uma mulher quando faz algo de grandioso para ela, como lhe comprar um carro novo ou levá-la em férias. Ele admite que marca menos pontos quando faz algo pequeno, como abrir a porta do carro, comprar-lhe flores ou dar-lhe um abraço. Baseado nesse tipo de contagem de pontos, ele acredita que irá satisfazê-la melhor concentrando seu tempo, energia e atenção em fazer algo de grandioso para ela. Essa fórmula, no entanto, não funciona porque as mulheres contam pontos diferentemente. Quando uma mulher faz contagem de pontos, não importa o quanto um presente de amor seja grande ou pequeno, ele marca um ponto; cada presente tem valor igual. O tamanho não importa; conta um ponto. Um homem, no entanto, pensa que marca um ponto por um presente pequeno e trinta pontos por um presente grande. Como não entende que as mulheres fazem contagem de pontos de forma diferente, ele naturalmente concentra suas energias em um ou dois presentes grandes”(Gray, John – Homens são de Marte, mulheres são de Vênus – pag. 111. Editora Rocco).

Gostou das dicas? Então não perca tempo, faça agora metas e planos para agradar seu parceiro/ parceira no decorrer deste mês.

Seguindo essas regras simples, você e seu cônjuge não só poderão lidar melhor com diferenças de tradições, cultura, ou gostos, como também terão uma convivência muito mais agradável um com o outro.

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Pedro Santos

Pedro Santos é estudante de direito pela Universidade P. Mackenzie e Practitioner em Programação Neurolinguística.