3 diferenças entre o amor e o apego
Distinguir amor de apego é um passo importante na construção de relacionamentos saudáveis e duradouros.
Suely Buriasco
Você pode viver um relacionamento dependente, sem nem mesmo perceber, pode acreditar que está no controle da situação, ou ainda, que não vive sem a pessoa que acredita amar. Mas, o fato é que ciúme, inveja e qualquer forma de controle é fruto do apego e nunca do amor.
Segundo o psicólogo Frederico Mattos em matéria “O amor potencializa características que já são da pessoa como sabedoria, felicidade, humildade, alegria e outras tantas. No apego, por outro lado, a pessoa busca se agarrar na outra para sentir essas emoções”.
Existe muita confusão em relação ao amor e apego, muitas pessoas podem até ser apaixonadas, mas paixão também não é amor. Muitos relacionamentos terminam por essa falta de entendimento, portanto, vale a pena refletir um pouco mais sobre o assunto. Com esse intuito listei algumas diferenças:
1. O amor é altruísta, o apego é egoísta
Quem ama se preocupa em fazer o outro feliz, em se certificar que o parceiro esteja se sentido amado e seguro, em construir elos de confiança. Busca fazer do relacionamento uma alavanca de crescimento mútuo, pela qual os dois sejam impulsionados a atingir seus próprios sonhos.
Quem é apegado busca formas do outro lhe fazer feliz, torna-se fortemente dependente do parceiro. Age de forma a manter o controle, não admite que o parceiro vivencie seus próprios objetivos e, normalmente, tem muito medo de ser abandonado.
2. O amor é libertador, o apego sufoca
Quem ama aceita o parceiro como ele é, compreende suas fraquezas e o incentiva no desenvolvimento de suas habilidades. Cultiva a confiança mútua, procurando agir como catalisador para o crescimento de ambos. Compartilha de suas fraquezas, expõe suas vulnerabilidades e fala de seus sentimentos.
Quem é dependente não se sente seguro e tenta manter o parceiro sob controle. Não compreende o outro e faz de tudo para controlar suas ações e até pensamentos, a fim de que aja conforme sua própria vontade. O ímpeto de manipular restringe o crescimento de ambos, tornando o relacionamento tenso e insatisfatório.
3. O amor é eterno, o apego é transitório
O verdadeiro amor resiste ao tempo, à distância e até à morte. Ele pode se modificar, mas jamais perde o sentido. O amor sobrevive à traição e à ofensa, porque compreende e perdoa sempre. Como em Coríntios 13: “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. Mesmo que a separação seja necessária, a pessoa amada sempre estará no coração amoroso que guardará por ela os melhores sentimentos e desejo de que seja feliz.
O apego é paixão, chama que se apaga ao menor vento, ou pior, transforma sua energia em ressentimento, deseja o mal e pode chegar ao cúmulo de praticá-lo contra aquele que diz amar.
Por não refletir nessas diferenças, muitas vezes sutis, as pessoas sofrem ora mantendo relacionamentos doentios, ora não aceitando a separação. Dominadas por emoções destruidoras, prejudicam a própria vida e se tornam amargas e infelizes. Mudar essa situação não depende do outro, pois, é da responsabilidade de cada um buscar o autoconhecimento e encontrar em si mesmo o que precisa ser feito.
Se você percebe que tem controlado mais e amado menos, espero que essas reflexões impulsionem o seu desejo de agir diferente. Amar é uma ação de quem decide que a vida só tem sentido quando nos libertamos de nossas crenças limitantes e, consequentemente, libertamos o outro. Não existe amor onde não há liberdade. Essa frase do Dalai Lama é brilhante: “Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar”.