3 estilos de criação e como cada um afeta a relação da criança com seu entorno
Seu estilo parental, isto é, o tipo de pai e mãe que você é, atinge em cheio – para o bem ou para o mal – a forma como seu filho se relaciona com seu entorno.
A forma como as crianças são criadas e educadas mudou drasticamente nos últimos anos, adaptando-se a novas ideias e necessidades. Nota-se uma grande diferença no sentido de que a família deixou de ser apenas um ambiente de criação e educação para ser um espaço de convivência e aprendizado mútuo.
Por conta dessas mudanças importantes e repentinas no papel da família e dos pais, a maneira de educar as crianças às vezes se torna confusa, pois a intenção é criar um vínculo maior com elas, além de proporcionar-lhes a autoconfiança e segurança de que precisam para se desenvolverem de forma saudável no mundo ao seu redor.
Obviamente, isso tudo beneficia as crianças desde que não se perca a força das figuras paterna e materna, representando perante os filhos uma base de confiança e exemplo em relação às regras sociais e mostrando-lhes, de forma adequada, o que é certo e o que é errado.
Para que isso fique claro, é necessário tentar entender os tipos de parentalidade que existem, e qual o impacto de cada um sobre a criança e a forma como ela se relaciona com seu entorno.
Há três tipos de parentalidade, que explico a seguir:
Pais autoritários: criação autoritária
Esse tipo de criação ensina obediência às crianças, mas em nenhum momento é explicado com clareza pelos pais o porquê de cada ordem dada. É alcançado o objetivo principal: a obediência. Nossos filhos farão o que mandarmos, e não farão aquilo que lhes dissermos para não fazer.
A desvantagem dessa educação é que, à medida que crescem e formam o próprio julgamento, eles não entenderão por que certas ações são permitidas enquanto outras são totalmente proibidas.
Essa confusão pode levá-los a fazer justamente aquilo que queríamos evitar a todo custo.
Pais permissivos: criação permissiva
Nessa linha de criação, é dada muita liberdade às crianças ou adolescentes para “deixá-los felizes”, para “não lhes causar problemas” ou simplesmente porque tentamos criar um vínculo de maior amizade com eles.
Isso pode prejudicá-los em muitas áreas, em especial na vida adulta. Como não receberam limites, eles estão acostumados a conseguirem tudo o que desejam. E a vida vai mostrar-lhes a duras penas que não é assim que funciona.
Pais democráticos: criação democrática
Esta é a criação é ideal, pois a balança se mantém equilibrada. Mais do que mandar e exigir obediência, pratica-se a orientação. É ensinado aos filhos o que é certo e errado, e explica-se o porquê.
Fazer isso nos dará a confiança e segurança de que estamos criando neles uma boa capacidade de julgar. E mais tarde, quando estiverem em uma situação delicada em que não poderemos ajudá-los diretamente, nossos ensinamentos e educação os ajudarão a tomarem as decisões que considerarem corretas, de acordo com seus critérios e os valores morais que ajudamos a incutir neles.
Em minha experiência como filha, posso dizer que crescer com uma educação democrática ajuda você a escolher com assertividade o que é melhor para você, além de assumir a responsabilidade por suas ações, decisões e suas consequências.
Além disso, o relacionamento que desenvolve com seus pais é baseado na confiança. Na adolescência pode não parecer assim, mas quando você cresce, consegue entender os motivos que lhe deram.
Com a criação, procura-se fortalecer o processo de individualização dos filhos, reforçando sua autoconfiança e, ao mesmo tempo, criando condições para uma convivência menos autoritária e mais equitativa.
Com isso, você poderá fornecer a seus filhos as ferramentas necessárias para se desenvolverem e se adaptarem de maneira mais saudável e adequada ao seu ambiente, podendo estabelecer relações saudáveis e duradouras – afetiva, pessoal e profissionalmente, revigorando de igual maneira seus vínculos com a família
Traduzido e adaptado por Erika Strassburger do original La mejor crianza ayuda a los hijos a relacionarse sanamente con su entorno