3 soluções que diminuem o vazio trazido pela “Síndrome do Ninho Vazio”
Acompanhe estas dicas simples de especialistas sobre o assunto, e descubra o lado bom da existência do "ninho vazio"!
Cibele Carvalho
De acordo com uma pesquisa realizada nos Estados de Minnesota e Illinois, entre os anos de 2006 até 2011, em famílias onde os filhos haviam saído de casa há poucos meses e mais de anos, comprovou-se que, normalmente, os pais se preparam muito para a chegada dos filhos, entretanto, não existe preparo algum para o dia da saída dos filhos de casa.
Isso porque, de acordo com alguns relatos de pais, especialmente as mães, não esperam que esse dia chegue, sabem que está chegando, mas tentam enganar seu cérebro devido ao tamanho da dor que sentem por não terem mais os filhos em casa todos os dias tão pertinho.
Muitas dessas casas mantêm os espaços ocupados pelos filhos, intactos, ou transformam em locais para memórias.
Mas, apesar da recusa, resistência e tristeza das mães e dos pais, esse dia normalmente chega, e pode até chegar sem muito tempo de espera ou preparo, afinal, depois que crescem os filhos mudam e determinam suas vidas e podem decidir “coisas” de uma hora para outra!
Para ajudar a esses pais, listamos algumas dicas de especialistas, com soluções rápidas para tentar preencher esse espaço vazio em seus corações e mentes:
1. Estruturando um novo relacionamento
Segundo Estudo realizado por especialistas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, o período vivenciado por esses pais pode ser sentido como um declínio biológico que envolve sua personalidade, crescimento pessoal, e função parental.
Nesse sentido, os pais podem sentir que a família agora não tem mais estrutura alguma, parecendo perder o sentido ou significado.
A Psicóloga Adriana C. R Sartori, uma das autoras do estudo, indica que o casal precisa descobrir uma forma de viver a fase da pós-paternidade, ou seja, precisam unir forças assim como quando decidiram se casar e redescobrir juntos uma nova fase de relacionamento, agora mais madura.
O amor aos filhos nasceu do amor do casal, então os parceiros precisam entender que tudo que realizaram foi porque sempre estiveram juntos, e assim poderão ainda realizar muitas outras coisas juntos, como cuidar dos netos, projetos novos, viagens, novos hobbies, etc.
2. Compreendendo a dor do outro
Especialistas do estudo já citado (item 1), afirmam que muitas pesquisas se preocupavam anteriormente apenas quanto ao quadro depressivo das mulheres ao perderem o papel de cuidadora dos filhos. Hoje, ao estudar o quadro de SNV, comprovou-se que os pais também sofrem muito com a saída dos filhos de casa, mas apresentam sintomas diferentes da depressão feminina.
Normalmente os homens, pais, passam a ficar mais acomodados com a vida, sem motivação, passando muito tempo em casa, e passando a gostar das atividades domésticas.
Essas características ou outras podem bater como um choque emocional no casamento, isso porque essa fase é carregada de emoções novas e diferentes que nunca haviam experimentado antes.
Compreender o outro, então, se faz importantíssimo entre o casal, saber que ambos estão sofrendo, mas apenas reagem de forma diferente é essencial para manter a boa convivência.
3. O ninho não ficará vazio para sempre
Por um certo período de tempo que pode ser mais curto do que os pais supunham, o ninho volta a ser preenchido, seja com a volta de um filho da faculdade, a presença de um novo bebê (netos), ou até mesmo reuniões frequentes na casa dos avós e pais.
Ainda citando o estudo acima, foram entrevistados 118 casais estáveis que passaram por esse período, e muitos declararam sentir uma fase de infelicidade na vida e no casamento.
As profissionais indicam que o casal precisa parar de se lamentar, chorar e sofrer, e perceber que existem muitas oportunidades para construir uma felicidade a dois como nunca sentida anteriormente.
Agora que os gastos e preocupações diminuíram, o casal pode concentrar-se e definir o que e como irão gastar seu rico e suado dinheiro, descobrirem inúmeras outras funções, projetos de vida, e aproveitar o pouco tempo que terão seu ninho vazio, pois em breve novas perspectivas familiares exigirão deles novos papéis e forças, então viver e ser feliz a dois enquanto há tempo é o ideal e mais saudável tanto mental como fisicamente.