Como identificar e solucionar o problema de acumular coisas

Muitos problemas ocorrem com a acumulação desordenada de bens, desde acumulação de objetos como de animais. O acumulador convive com riscos e sente dificuldades para compreender a gravidade do seu problema.

Fernanda Ferraz

A acumulação de bens é uma patologia psíquica que afeta o ego que é incentivado a recolher um montante de coisas, podendo ser de ordem animal, de matéria orgânica ou inorgânica.

Existem dois tipos de acumuladores bem conhecidos: O acumulador de animais e o de objetos.

A acumulação compulsiva, que também é conhecida como acumulação patológica ou disposofobia consiste na característica que a pessoa tem de coletar qualquer tipo de coisas, para tudo ela acha que aquele objeto terá utilidade, pode acumular desde talheres até coisas que nunca pensou em fazer uso, como produtos altamente tóxicos. Ela pode coletar esses produtos a qualquer hora do dia e em quaisquer lugares, pode comprar em lojas, como também em seu estado mais crítico pegar objetos que foram descartados no lixo dos outros.

Esse problema da acumulação é tão séria que afeta completamente a forma do indivíduo enxergar o mundo, e o meio em que vive.

O acumulador de animais pode adotar várias espécies num mesmo ambiente, superlotando o local, traz riscos de saúde tanto para si mesmo como para os que estão ao seu redor, em muitos casos cria grandes dívidas pois não consegue suprir a necessidade de alimentação de todos os bichos.

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A posse e o desejo de obter bens materiais têm crescido em ritmo acelerado em nossos dias, o consumismo, as ofertas e liquidações tem feito com que as pessoas no geral, tanto homens, mulheres, jovens e até crianças, desenvolvam essa atitude descontrolada de ter o que muitas vezes não há a necessidade de possuir. Muitas vezes começa-se apenas como coleção de coisas e objetos ao qual não se tem utilidade, e que em vez de ser usado para benefício, está sendo guardado e coberto de poeira, fungos e prejudicando o espaço em que se habita. A casa fica lotada de entulhos, cheia de todo tipo de coisas, roupas, comida, eletrodomésticos, livros, brinquedos e tantos outros; chega a um ponto tão crítico que fica impossível de habitar, andar ou sequer fazer qualquer outra coisa como cozinhar, dormir ou limpar, pois os espaços estão preenchidos de materiais e lixos. Vira verdadeiras montanhas de bagunça, atraindo roedores e insetos, prejudicando ainda mais a saúde.

A acumulação de bens materiais não faz bem nem para o psicológico, nem para o físico, e pode trazer sérias consequências para a saúde como sinusite, renite, ansiedades, fobias e medos; se alguns destes já não existiam e foi só um agravante para o ponto onde se chegou.

1- Como perceber algumas características de um acumulador

Não vê erro em seu comportamento.

A pessoa que reúne muitos objetos em sua casa e não faz uso de metade das coisas que possui.

Tem dificuldades de desapegar-se dos bens, por exemplo: doando-os, ou livrando-se deles.

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Não aceita quando as pessoas próximas a aconselham a mudar o seu estilo de vida.

Ficam nervosas, ansiosas ou até agressivas se alguém, como um membro da família ou um amigo, fizer uma limpeza sem a sua permissão, jogando parte dos acúmulos.

Constantemente sente-se pressionado.

Sente-se bem em meio a inúmeros itens, ainda que lhe dificultem a locomoção.

Age como se os bens acumulados, incluindo animais, fosse o bem mais precioso que possui.

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Não sabe parar, continua a comprar e pegar utensílios e materiais, ainda que não possua mais lugar para armazená-los.

Isola-se socialmente.

Geralmente começa-se lentamente. O acumulador um dia olha para um pacote de biscoito vazio e acha que em algum momento precisará daquele embrulho para algo, e isso vai crescendo, o que acontece é que chega a um ponto que nada em absoluto é dispensável para ele.

2- Possíveis causas

Depressão.

Perdas de pessoas próximas ou financeira.

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Medos.

Fobias.

Compulsão.

Frustração.

3- Como evitar

Fazer limpeza frequentemente em sua residência.

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Doar bens ou materiais que não utilize há cerca de 6 meses.

Sempre que comprar algo novo substituir pelo mais antigo, sem aumentar o número, seja com roupas, sapatos ou acessórios domésticos.

Fazer faxina em papéis como recibo, contratos, receitas, jogar o que não tem mais validade e organizar o que ainda serve.

Manter a casa organizada, cada coisa em seu lugar.

Ensinar a família a se unirem e cada um desenvolver suas tarefas e responsabilidades ligada a higiene e organização.

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4- Tratamentos

Terapia cognitivo-comportamental.

É um tratamento com base na psicologia, que proporciona ao paciente compreender melhor a si mesmo, razões do problema e como os fatores externos influenciam seu modo de vida. Através de algumas técnicas auxilia na percepção de possíveis soluções. Irá ser trabalhado aspectos sociais e emocionais, a durabilidade deste tratamento muitas vezes leva anos para trazer resultados notáveis.

Medicamentos como inibidores seletivos da recaptação de serotonina e outros antidepressivos.

Organizadora que vai ajudar o processo de desapego e equilibrar o ambiente apenas com os objetos necessários.

5- Riscos

Incêndio.

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Machucar-se ou ferir-se gravemente caso a montanha de objetos caiam em cima do acumulador.

Caso precise ser socorrido dentro de casa, pode demorar para receber atendimento, já que o acesso é restrito, arriscando a própria vida.

Contrair doenças, como a leptospirose que é uma doença bacteriana, onde pode ser transmitida pelos ratos. A bactéria da leptospira pode mostrar reações tanto assintomática como sintomática, alguns dos sintomas podem ser diarreia, vômitos, dores musculares, icterícia, falência renal ou hepática, entre outros.

Doenças respiratórias e pulmonares.

Poluição visual.

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Contaminação química ou tóxica.

Afastamento dos familiares.

Revolta dos vizinhos.

Neurose obsessiva.

Deve haver um ponto de equilíbrio em todas as coisas. Não comprar itens para apenas mostrar para si e para outros que tem, fazer bom uso quando necessário, desenvolvendo uma atitude consumista pela necessidade real e não pelo prazer de comprar, gastar e possuir ainda que não se faça uso.

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Fernanda Ferraz

Graduada em RH, acredito que nossa vida têm verdadeiro propósito, sou SUD, sei que toda dor e aflição é uma fonte de virtude e força espiritual, que nos molda e purifica.