4 feridas emocionais da infância que ainda nos perseguem quando adultos
É importante aprender a curar as feridas emocionais da infância para conseguir ser feliz em nossa vida adulta. Você está pronto?
Adriana Acosta Bujan
“Quando fecho os olhos, ainda posso ouvir os gritos e surras que meu pai dava em minha mãe cada vez que chegava em casa. Até que um belo dia, ele se foi para sempre, abandonando a mim, minha mãe e meus três irmãos”, disse Lúcia.
“Meu pai era muito rigoroso comigo, lembro-me de que, quando tinha 18 anos, estava conversando com uns amigos fora de minha casa, quando de repente meu pai foi me buscar e me bateu sem consideração na frente dos meus amigos. Foi um momento vergonhoso que se repetiu em várias ocasiões”, disse Camila.
Em pouco tempo, André interveio na conversa: “Meus pais nunca me deram afeto, não me lembro de ter recebido um abraço ou um beijo, só focavam em me dar o que precisava para viver”.
Adriana disse: “Minha mãe morreu quando eu era pequena devido a um câncer, e há cinco anos, meu pai também faleceu; a ausência de meus mm me marcou para sempre”.
Assim, posso contar muitas experiências de vida que feriram os corações de muitas pessoas durante a infância e que ainda perseguem muitos de nós já adultos.
Para compreender melhor o tema, devemos entender que as feridas emocionais são lesões afetivas que nos impedem de levar uma vida plena, porque são traumas ainda não superados em sua totalidade, Então, elas aparecem na forma como nos relacionamos com os outros, e o pior é que às vezes nos impedem de resolver problemas e de sermos resilientes.
Às vezes, essas feridas emocionais da infância repercutem gravemente em nossas emoções e personalidade, por terem um grande impacto psicológico que vai desencadeando doenças como a ansiedade, depressão, estresse, pensamentos obsessivos, entre outros.
Por isso temos que focar em curar as nossas feridas emocionais para melhorar as nossas relações e a forma como solucionamos os nossos conflitos, simplesmente para termos uma melhor saúde mental e física.
Feridas emocionais
Agora, quais são essas feridas emocionais da infância que nos perseguem quando adultos?
1. Medo do abandono
Algumas pessoas têm medo de ser abandonadas pelos seus entes queridos ou pelo seu parceiro, por isso é que chegam a idealizá-los, desenvolvendo um apego emocional muito forte. Essas pessoas, por vezes, tornam-se submissas, ciumentas, deixam de tomar decisões e de expressar suas opiniões e, além disso, nunca lutam para defender seus ideais ou crenças.
São como marionetes deixando que outros controlem suas vidas, simplesmente porque não confiam nelas mesmas, têm pouca segurança, baixa autoestima e muitas vezes abandonam seus sonhos. Em poucas palavras, deixam nas mãos dos outros sua própria felicidade por medo de serem abandonadas.
Alguns estudos afirmam que o medo de ser abandonado gera, em grande parte, rupturas de casais, devido ao grande apego emocional que as pessoas depositam em seu ser amado.
2. Ser rejeitados
Somos todos seres sociais por natureza, desde que somos crianças nos vemos na necessidade de ser aceitos por um grupo social, inclusive alguns adolescentes chegam a fazer coisas que não querem fazer ou que vão contra suas crenças para poder ter amigos.
Essa ferida emocional pode ter sido gerada desde a infância (como no exemplo de André, no qual seus pais não lhe demonstravam nenhum tipo de afeto). Esse vazio e falta de amor podem fazer com que, ao serem adultos, as pessoas procurem preencher, de uma maneira ou de outra, o amor que não receberam, por sentir-se incompreendidos, culpados e sobretudo rejeitados.
Geralmente, essas pessoas são introvertidas, têm dificuldade de falar em público, quase não têm amigos, e o pior é que podem desencadear um tipo de transtorno chamado ansiedade social, que os leva a se ferirem-se.
3. Não confiar nas pessoas
Quando em experimentamos ou observamos algum tipo de violência física ou emocional em casa, na infância, é provável que deixemos de confiar nas pessoas por medo do que sofremos no passado. Essa ferida emocional também se originou quando nossos pais foram muito exigentes, não cumpriam suas promessas ou mentiam ocasionalmente.
É por isso que, sendo adultos, desconfia-se das pessoas e isso põe em risco qualquer relação que se deseja formalizar, seja um casamento, ter amigos, inclusive as relações laborais. Quando as pessoas deixam de confiar, é provável que tenham medo de voltar a experimentar qualquer tipo de violência, desilusão ou frustração.
4. Medo do fracasso
Algumas pessoas deixam de acreditar em si mesmas e passam a viver em sua zona de conforto, com medo de falhar. São pessoas pouco aventureiras e evitam se arriscar porque quase não tomam decisões que as ajudem a melhorar a sua vida, às vezes nem sequer conhecem as suas capacidades nem sua resiliência perante os problemas.
Em geral, são pessimistas e encontrarão sempre desculpas para tudo; logicamente, será difícil para elas ter boas relações sociais.
Para concluir, podemos dizer que as feridas emocionais da infância devem ser curadas e tratadas com a ajuda de um especialista para se ter uma boa qualidade de vida quando adultos. Se estivermos completamente curados, poderemos ter confiança, segurança e autoestima, tomar melhores decisões e resolver qualquer adversidade.
Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original 4 heridas emocionales de la infancia que nos persiguen aún de adultos