4 informações que farão você levar o sono muito mais a sério

Sabia que a falta de sono encurta a vida? O sono é um dos aspectos mais misteriosos do funcionamento cerebral. Em vez de descansar, o cérebro permanece ativo durante o sono. Continue lendo para mais informações.

Arelly Vela Catzín

A palavra “sono” (do latim somnum, que se conserva nos termos soníferosonolento e sonâmbulo) denota o ato de dormir e sentir sono. O sono é um dos aspectos mais misteriosos do funcionamento cerebral. Pensava-se que o sono era um estado de inatividade, no qual o cérebro se desliga, possivelmente com a intenção de descansar ou se recuperar. No entanto, quando os primeiros registros do eletroencefalograma foram feitos durante o sono, verificou-se que, em vez de ficar inativo, o cérebro permanece intensamente ativo, pelo menos durante parte do sono.

Aqui estão algumas coisas interessantes sobre o sono que talvez você não saiba. Os dois primeiros podem ajudá-lo a entender melhor um membro de sua família que está passando por uma dessas situações, e os outros dois lhe darão motivos para incentivar seus familiares a dormir o suficiente todas as noites. Confira:

1. As mulheres dormem pior que os homens

As mulheres são duas vezes mais propensas que os homens a sofrer de insônia, principalmente devido a alterações físicas e hormonais, ansiedade e maior exposição à deficiência de ferro. Essas diferenças também são acentuadas pela idade: a insônia afeta 35% das mulheres na pré-menopausa, e esse número sobe para cerca de 50% após a menopausa.

Durante essa fase, ocorrem alterações hormonais que resultam em alterações físicas, fisiológicas e psicológicas. Um problema adicional é que o diagnóstico dessas patologias pode, por vezes, ser complicado, uma vez que, por razões sociais, as mulheres podem relutar em comunicar ou investigar alguns sintomas típicos de determinadas afecções, como o ronco, cujo tratamento permite reduzir o risco de doenças cardiovasculares associadas com esse tipo de transtorno.

Outro período da vida da mulher em que os distúrbios do sono são acentuados é na gravidez. Essas alterações ocorrem principalmente a partir do terceiro trimestre de gestação, no qual as alterações físicas e hormonais são maiores, os despertares são mais frequentes e o aumento do estrogênio reduz a duração do estágio REM do sono. Além disso, outros sintomas podem aparecer, como ronco ou síndrome das pernas inquietas, que consiste em uma vontade incontrolável de se movimentar e andar estando em repouso. A qualidade do sono é restaurada durante o ano após o parto.

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2. Dormimos pior com o avançar da idade e com o calor

As pessoas geralmente descansam pior no verão. Como explica o Dr. Francisco Javier Puertas, “com a idade, os mecanismos responsáveis ​​pela regulação da temperatura se deterioram, tanto para sua eliminação quanto para sua manutenção”. Esse fato, ressalta a pesquisadora, “tem implicação direta na continuidade e profundidade do sono”. De fato, segundo as estatísticas, aproximadamente 60% dos idosos apresentam algum sintoma ou distúrbio do sono.

Dr. Milagros Merino aprofunda o processo que causa esses problemas: “Na velhice, a função do hipotálamo, o centro que regula a temperatura corporal e o sono, é afetada, o que significa que os episódios de sono nem sempre estão associados à escuridão noturna, como em outras fases da vida”, explica. Esses problemas geralmente levam a uma perturbação do ritmo circadiano, o que faz com que a pessoa pegue no sono em horários estranhos e acorde cedo demais. 

Esse não é o principal problema que vem com o calor e a velhice. Como explica o Dr. Puertas, “nos últimos tempos verificou-se que a taxa de apneia/hipopneia por hora de sono, que é o marcador de gravidade da doença, aumenta com a idade, o que pode ter uma importante implicação nas consequências cardiovasculares das pessoas”.

3. Enquanto o sono repara o cérebro, a falta de sono desencadeia doenças

O sono aumenta a reprodução das células envolvidas na formação da mielina, material isolante nas projeções das células nervosas no cérebro e na medula espinhal. Há anos, os cientistas sabem que muitos genes são ativados durante o sono e desligados durante os períodos de vigília. No entanto, não ficou claro como o sono afeta células específicas, como os oligodendrócitos, que produzem mielina no cérebro saudável e respondem a lesões.

Semelhante ao isolamento que envolve um fio elétrico, a mielina permite que os impulsos elétricos se movam rapidamente de uma célula para outra. Em um novo estudo, Chiara Cirelli e seus colegas da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, identificaram que os genes que promovem a formação de mielina são ativados durante o sono, enquanto os envolvidos na morte celular e na resposta ao estresse celular ligam quando os animais acordam. 

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Diante dos resultados, Cirelli suspeita que a perda extrema ou crônica do sono possa agravar alguns sintomas da esclerose múltipla (EM), doença que danifica a mielina.

4. Não dormir o suficiente encurta a vida

A privação crônica de sono, voluntária ou involuntária, produz alterações fisiológicas (metabólicas, hormonais etc.), que podem precipitar doenças físicas, como diabetes ou hipertensão, que reduzem acentuadamente a qualidade de vida das pessoas. 

Não foi possível verificar uma relação clara entre a falta crônica de sono e a morte, mas foi apontada uma relação entre a falta de sono e uma maior incidência de algumas doenças hormonais, cardiovasculares, imunológicas, psiquiátricas, etc.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original A la cama se ha dicho… No dormir acorta la vida

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Arelly Vela Catzín

Arelly Vela es Maestra en Ciencias Químicas, graduada en la Facultad de Química de la UADY. Es madre de 2 niñas y consejera de matrimonios.