4 passos para desenvolver maior afeto pelos pais na vida adulta
Desenvolver a afetividade diminui as dificuldades de relacionamento com os pais e corresponde a grande alívio na vida dos filhos adultos.
Suely Buriasco
Algumas situações provocam grande sofrimento na família e podem dar origem à perda, ou mesmo, a inexistência do afeto natural entre seus membros. Traumas de infância são preponderantes nesse caso e não é raro que filhos não sintam afetividade em relação aos seus pais e sofrem em graves processos de culpa. Infelizmente isso é mais comum do que se imagina.
Conforme escrevi no artigo Conflito familiar – Quando o pai é ausente: Perdoar seu pai é alcançar amadurecimento suficiente para não repetir as ações dele e viver plenamente a sua vida adulta.
Se você sofre por não sentir afeto por sua mãe ou pai, determine-se a superar isso, buscando uma forma mais harmoniosa e feliz. Algumas reflexões podem ajudar:
1. Liberar afetividade promove leveza e bem-estar
Ser afetivo é agir com o melhor da própria essência, por isso nos sentimos tão bem quando manifestamos afeição para com quem quer que seja. A afetividade em relação aos pais, independente do que eles representam, tem valor emocional muito maior. Quando a pessoa não libera bons sentimentos, preferindo a dureza da razão e dos julgamentos, age e atua genuinamente contra seus próprios sentimentos e sofre as consequências disso.
2. A afetividade tem tudo a ver com compaixão
Observe essa história contada pelo Lama Padma Samten
“Digamos que alguém olha para uma planta que se encontra num vaso dentro da casa. Pelo olhar compassivo, em vez observar se gosta dela ou não, pergunta como é que ela se sente sem a luz do sol, a água da chuva e sem as suas plantas amigas e companheiras. Quando olhamos uma planta pensando se gostamos ou não, nossa mente opera obstruída pela sensação de gostar ou não gostar. Uma inteligência maior é olharmos para aquela planta perguntando do que ela necessita. E mais do que isso, nós podemos olhá-la e ver com os olhos do bom jardineiro quais as flores e frutos que essa planta tem escondidas dentro dela, e que ela mesma não sabe”.
Assim, se você deixar os julgamentos de lado vai perceber a importância de desenvolver a afetividade incondicional.
3. Ser afetivo é permitir que os sentimentos transbordem
A afeição que nutrimos na alma pode ser direcionada para as pessoas, independente de quem sejam ou tenham feito e, ainda é capaz de transformar os sentimentos negativos que se possam nutrir por elas. Se seu pai ou mãe abandonou você, ou são rudes, ou não representam o seu ideal paterno e materno, lembre-se que mais do que ninguém eles são dignos de compaixão. E, voltando à história acima, se você pode sentir compaixão por um vegetal, como não sentir por um ser humano que o colocou no mundo?
4. A afetividade é uma atitude mental
Isso mesmo, a afetividade é uma ação! Dessa forma pode ser determinada através do pensamento, gerando a vontade de desenvolver empatia suficiente para se compadecer e desenvolver afetividade por alguém. Sócrates, filósofo grego, declarava que a alma é o núcleo pensante, ou seja, que é ela que produz os pensamentos. A partir disso concluiu-se que somos sujeitos do processo mental e, portanto, podemos e devemos filtrar nossos pensamentos. Ter atitude mental positiva é essencial no equilíbrio necessário para conseguir ultrapassar as impressões de dor e de tristeza que bloqueiam a afetividade.
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Somos felizes quando agimos de forma a nos sentir satisfeitos conosco mesmo, ninguém consegue esse grau de satisfação sem superar julgamentos em relação aos outros, muito especialmente, aos pais. É, pois, fundamental agir sobre a mente, praticando bons pensamentos e os direcionando para o desenvolvimento dos bons sentimentos e alívio da alma.