4 tipos de ‘falso amor’ contra os quais você deve se precaver

Amor tem tudo a ver com liberdade. Quando ama, você deixa o outro ser quem ele quer ser. Não há maior demonstração de amor do que essa.

Erika Otero Romero

Em várias ocasiões, ouvi uma amiga dizer que amava homens ciumentos. Ela costumava se apaixonar com muita facilidade e gostava de homens “extremos”, como costumava chamá-los. Para ela, ser ciumento e/ou controlador era sinônimo de caráter forte e amor seguro. Ela amava homens desse tipo.

Admito que ficava apavorada com suas preferências, pois sei o que é ter um relacionamento com alguém com essas características. Sei o que é viver em submissão e sem liberdade, como se você fosse um pássaro preso em uma gaiola.

Ser controlador, ciumento ou superprotetor não significa ter um caráter forte. Pelo contrário, essas são características de uma pessoa insegura e nociva.

Claro que há quem é capaz de conviver com pessoas com essas características; no entanto, acho que é preciso ser muito submisso e flexível para tolerar tanta imposição. Não acho que posso tolerar um parceiro desse tipo por causa do meu jeito rebelde de ser.

Posse não é amor

Filmes e novelas romantizaram relacionamentos em que uma das partes exerce controle sobre a “pessoa amada”. Não é preciso ir muito longe para achar um exemplo: “50 Tons de Cinza”. Por mais romântico que tente parecer, querer que seu parceiro cumpra suas ordens sem reclamar é doentio. Isso não é amor, está muito longe de ser amor.

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Leia: Porque ler ou assistir Cinquenta Tons de Cinza é má ideia

As novelas latino-americanas também não estão longe desse estereótipo tóxico. Em muitas delas é comum ver que há ciúme e controle excessivo. Também é fácil identificar dependência emocional e superproteção.

Claro que não há problema em se preocupar com seu parceiro, amá-lo e desejar que nada de ruim lhe aconteça. Apesar disso, existe uma grande diferença entre amar e não deixá-la respirar. Possuir não é amar.

Por mais que o ciúme pareça uma demonstração de afeto, está longe disso. Você acha que é amor ele ficar ligando e mandando mensagens a cada meia hora, e ainda por cima ficar bravo se você não atender? Não, não é. Nem é amor você achar que não pode viver sem ele ao seu lado.

Tudo o que foi descrito acima é sinal de insegurança, personalidade nociva e grande egoísmo. Essas falsas maneiras de amar surgem dos benefícios que oferecem, mas não do amor verdadeiro.

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Aqui estão 4 tipos de amor falso que ocorrem em muitos relacionamentos e contra os quais você deve se precaver.

Superproteção

A atitude superprotetora é típica de relacionamentos entre pais e filhos; contudo, também pode estar presente em um relacionamento de casal.

Uma pessoa com traços de superproteção cuida excessivamente do cônjuge ou dos filhos. O que ela busca é evitar que seus “entes queridos” sofram. Ela age assim por achar que essa pessoa está sob seu controle e deve ser protegida por não saber se defender.

É normal querer evitar o sofrimento de alguém que você ama. O ruim é você tentar impedir de todas as formas que seu ente querido tenha experiências de vida por medo de que ele saia machucado.

O superprotetor fica extremamente ansioso e vê perigos potenciais onde não há. Ele ignora o fato de que a vida requer experiências ruins para haja aprendizado.

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Há um limite entre proteger e cuidar por amor, e viver na angústia completa, completamente sujeito ao estresse que sempre pode ser causado por tentar evitar que a pessoa que você ama se machuque. Isso não é amor.

Controle

Pessoas controladoras são caracterizadas por quererem exercer controle sobre cada ação do cônjuge. Elas querem que ele aja de acordo com a sua vontade. Basicamente, elas querem que seu parceiro dependa de sua decisão em todos os aspectos da vida Desejam fazer com que ele se sinta inseguro em relação a suas escolhas. Como resultado, a pessoa acaba perdendo a autoconfiança e torna-se dependente de seu “protetor” para escolher por ela.

Esse comportamento é tanto quanto dissimulado, isto é, a pessoa ocultará seu controle com ações que têm como objetivo tornar a vida mais fácil para seu parceiro. Ela cuida dele e assume os problemas como seus. Pode parecer uma bela atitude; o problema é que isso tem seu preço. Você terá que pagar com sua liberdade.

Dependência

No ponto anterior, foi dito que a pessoa controladora quer que você dependa dela em todos os aspectos. Pois bem, uma pessoa emocionalmente dependente sente que precisa do outro para viver. Ela coloca toda a sua fé nesse “amor”. Para ela, sua felicidade, bem-estar e vida dependem de o outro estar em sua vida, é sim ou sim.

Ciúmes

Acho que todos nós já ouvimos alguém dizer que “seu parceiro é ciumento porque ama”. Esta talvez seja a forma mais tóxica de amar que existe.

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Não há nada de romântico em seu parceiro fazer um drama porque você está conversando com um amigo. Não é bonito impedir que você se vista como deseja porque “ele não quer que os outros olhem para você”. Também não é saudável ele checar suas redes sociais ou celular porque quer saber com quem você está falando.

Já vi pessoas cujos parceiros removem alguns de seus contatos nas redes sociais. Se alguém duvida da pessoa que está ao seu lado, então está com a pessoa errada.

Ciúme é insegurança. O pior é que, se ele interpretar mal uma abordagem que você tem com alguém, pode usar de violência.

Resta-me salientar que você sempre pode buscar ajuda profissional se seu relacionamento apresentar alguma dessas características. Não hesite em buscar apoio; nada é mais terrível do que ser privado da liberdade.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original 4 tipos de ‘falso amor’ de los que debes cuidarte

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.