5 passos essenciais para se recuperar de uma traição

Enfrentar o trauma originado pela traição é a forma mais legítima de superar e reestruturar o casamento; algumas reflexões são importantes nesse processo.

Suely Buriasco

A dor da traição é comparada por muitas pessoas com a dor do luto e, de certa forma, representa realmente a perda de alguém querido no sentido da constatação que aquela pessoa não existe mais da forma como você a concebia. Como em todo trauma, é preciso esforço para recuperar-se.

1. Momento da descoberta

As desilusões são muitas; mentiras, enganações e estratégias sujas somam-se em uma gama de emoções corrosivas e perturbadoras. Nesse primeiro momento a dor é implacável e é natural que você pense que é o fim, que não há nada a ser feito. Entretanto, quanto antes conseguir equilibrar a sua mente, melhor; ninguém consegue viver nesse torvelino muito tempo sem prejudicar a saúde física e mental.

2. Quebra das alianças

Deveríamos colocar menos expectativas nas pessoas, assim sofreríamos menos quando elas agissem em desacordo com nossas concepções. Mas não é assim que funciona, principalmente no casamento; as pessoas juram fidelidade e esse é, sem dúvida, um dos parâmetros mais relevantes na relação a dois. A fidelidade implica em aproximação e confiança; representa um pacto que é selado pela troca de alianças. Essa “quebra” tem consequências intensas nos sentimentos das pessoas.

3. Momento de decidir

Enfrentar essa realidade pode ser assustador, mas é necessário para recuperar-se. A verdade pode doer, mas é sempre dignificante! Se seu cônjuge se mostra arrependido e quer manter o casamento, a decisão está, pois, em suas mãos e você terá que manter a serenidade para não agir de forma a se arrepender depois. É importante que a decisão seja madura, então não se apresse e só a tome com serenidade; escolha o momento certo e pondere tudo o que está envolvido na sua decisão. O momento é de pensar em você, mas é preciso lembrar que os efeitos se farão na família toda; não considerar isso também pode ser motivo de arrependimento no futuro. Bom dar peso justo às coisas!

4. O importante é a autoconfiança

Caso você levante razões para manter o casamento e se decida por isso, o caminho de recuperar-se do golpe é primordial, afinal, de outra forma você não vai conseguir reestruturar seu casamento. Muitas pessoas se preocupam com a dificuldade de viver com alguém em quem não se confie. Penso que a questão central não seja essa e sim o desenvolvimento da autoconfiança; essa é a grande alavanca que vai tirar você de todo esse sofrimento! Deixe que o trabalho de reaver a confiança fique por conta de quem a perdeu e foque seus esforços em você mesmo. Cuide da sua autoestima, desenvolva planos visando ações que tragam satisfação pessoal e profissional. Dedique-se a atividades que façam com que você se sinta capaz e competente; aprimore seus talentos. Isso sim é garantia de superação; vai de novo esperar que essa satisfação venha do proceder de seu cônjuge?

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5. Seu casamento não será mais o mesmo

Faça a sua parte valorizando o lado bom que fez com que você quisesse manter esse relacionamento. Coloque uma pedra no assunto, mesmo não sendo possível esquecer, você pode deixar de tratá-lo como prioridade. Por mais difícil que seja, evite até pensar nisso, você não merece esse sofrimento, então porque cultivá-lo?

Veja que você está fazendo isso por você e por sua escolha de dar nova chance ao seu cônjuge, assim permita-se todo o esforço no sentido de transformar essa relação. Isso é enobrecedor!

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.