Deixando de lado o preconceito e aceitando o outro como ele é

Aceitar as diferenças é ensinar aos outros que o mundo pode ser um lugar melhor. Comece agora e colha os frutos.

Fernanda Ferrari Trida

De acordo com nosso saudoso Aurélio Buarque de Holanda, preconceito é um conceito ou opinião formado antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; um julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que o conteste; suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras raças, credos, religiões etc.

A história cria o preconceito

Ah! Como a história nos ensina a tentar viver sem conceituar previamente o outro… os campos de concentração nazistas, o apartheid na África do Sul, as prisões siberianas, a escravidão mundo afora, o tratamento que a corte portuguesa nos deu quando chegou ao Brasil. Esses são somente alguns exemplos sólidos de como não devemos agir com o outro.

Progredir em vez de perpetuar

Mas será que aprendemos alguma coisa com esses eventos? Será que apenas nos lamentamos pela falta de discernimento dos nossos ancestrais? Ou será que nossos atos não estão perpetuando o preconceito? Quantas e quantas vezes não nos deixamos levar por uma ideia preconcebida no julgamento do outro? Será mesmo justo julgar alguém baseando-nos somente em como vemos essa pessoa?

São tantas as questões que esse tema levanta que poderíamos discorrer sobre ele por páginas e mais páginas. E ao final da discussão, diríamos que somos isentos de quaisquer preconceitos, que somos seres superiores, capazes de olhar para os outros com ternura e compaixão. Mas, se dizer superior não é uma forma de preconceito?

Empatia e aceitação

Aceitar o outro como ele é pode ser tão difícil quanto se livrar das amarras de milênios de história, de séculos de vida em sociedade, que muitas vezes se mostrou preconceituosa para conosco e para com os outros. Hoje, por exemplo, temos o bullying, que na minha época nada mais era do que os coleguinhas de escola que não aceitavam as diferenças. Crescer sofrendo discriminação pode influenciar a vida de alguém de várias formas, geralmente negativas. Porém, crescer sendo o agente desta discriminação também acarretará em consequências negativas.

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Aplicando a regra de ouro

Portanto, antes de julgar o outro deveríamos entender que, do mesmo modo que cada um tem uma cor de cabelo, uma estatura e peso diferentes, tem também um arcabouço de ideais e verdades que são suas e suas. Estar aberto a enxergar a realidade do outro e partilhar suas verdades, mesmo que saibamos que elas não nos servem tais como são, é ensinar o outro, seja um filho, um amigo ou um cônjuge, a ter mais tolerância com o outro e consigo mesmo.

O resultado é uma pessoa mais feliz, mais aberta a realidades alheias e capaz de criar um futuro cheio de paz. Afinal, não é isso o que todos nós queremos para nossos filhos? Evitar o preconceito é uma luta diária, pois, às vezes, nem nos damos conta de sua existência dentro de nós. Mudar o modo como pensamos é um exercício que eleva nossa alma. Mude-se a si mesmo. Melhore-se para entender que a hora do outro fazê-lo também vai chegar.

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Fernanda Ferrari Trida

Fernanda Trida é jornalista, médica veterinária, dona de casa, esposa, mãe de Marcela, com três anos, e de João, com um ano de idade.