5 complicações que podem causar o parto prematuro
O parto prematuro é uma das principais causas de complicações e morte neonatal, chegando a 11,7% das gestações no Brasil.
Stael Ferreira Pedrosa
Uma gestação normal dura entre 37 e 42 semanas incompletas, sendo chamado de parto “a termo”. É considerado parto prematuro quando o bebê nasce entre 22 e 37 semanas de gestação. O que determina a gravidade da prematuridade é a idade gestacional. Geralmente o bebê que nasce após a 34ª semana, terá mais facilidade de desenvolvimento extrauterino. Abaixo desse período pode ser necessário permanecer na incubadora ou na UTI neonatal. Antes de 22 semanas é considerado aborto.
Grupo de risco
Não é fácil diagnosticar qual gestante está no grupo de risco. Existem critérios médicos na avaliação de uma gravidez de risco, no entanto, as mulheres que não estão no grupo de risco costumam ser as que mais passam por partos prematuros.
As mulheres que não se enquadram na gravidez de risco podem ter os seguintes complicadores para um parto prematuro:
-
Histórico de partos prematuros – aumentam em 22% a possibilidade de um segundo
-
Anormalidades uterinas ou histórico de cirurgia cervical
Advertisement -
Infecções
-
Malformação fetal
-
Histórico de cesarianas
Existem outros fatores que podem estar presentes e que tornam uma gravidez que não seria de risco em gravidez de risco. São eles: fumar ou usar drogas, baixo peso ao engravidar, má assistência pré-natal e ganho excessivo de peso durante a gestação.
No entanto, os maiores complicadores de uma gestação e que podem (e geralmente levam) a um parto prematuro são as 5 abaixo:
1. Hipertensão arterial
Para Alberto D’Auria, médico obstetra, são os maus hábitos e alimentação desequilibrada que causam a maioria dos problemas de saúde, inclusive a hipertensão durante a gestação. Classificada com DHEG – Doença hipertensiva específica da gravidez, esse é um dos problemas mais comuns da gravidez que causam pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial acompanhada da eliminação de proteína pela urina) ou eclampsia (pressão muito elevada geralmente acompanhada de convulsões). Nesse ponto, é necessário retirar a criança com urgência, já que a vida da mãe e do bebê estão em risco.
2. Gravidez múltipla
Além das dificuldades uterinas de acomodação dos fetos, as mães de gêmeos ou trigêmeos têm maior probabilidade de desenvolver diabetes gestacional devido ao aumento de secreções hormonais, que podem influenciar na produção adequada de insulina. Além disso, há maior risco de placenta prévia, sangramento e parto prematuro.
3. Idade da gestante
Acima de 35 anos e abaixo de 19, a gravidez costuma ser considerada de risco, pois existe certa propensão maior nessas faixas etárias do surgimento de complicações como a hipertensão. Nas mais jovens, há ainda o risco de anemia e, segundo Adriana Lippi Waissman, médica obstetra do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, especialista em gravidez na adolescência, muitas adolescentes já engravidam com anemia, o que aumenta durante a gravidez e pode levar ao parto prematuro, baixo peso fetal e cesariana.
Já as maiores de 35 anos estão mais propensas à hipertensão, diabetes gestacional e gestação de feto com Síndrome de Down, afirma Tânia Regina Schupp Machado, médica obstetra da Universidade de São Paulo, responsável pelo setor de gestantes com idade avançada.
4. Posição placentária
Pode ser devido à placenta prévia (fixação da placenta no lado errado do útero), ou pode ser por mudança de posição da placenta durante a gravidez, o que pode causar sangramento, principalmente se ela se assenta sobre o colo do útero.
5. Infecções
Infecções como candidíase, gonorreia, clamídia, cistite ou sífilis, podem colocar a gravidez em risco caso não sejam tratadas.
Como evitar?
O pré-natal bem feito ainda é o melhor meio de evitar um parto prematuro. Em seguida, cuidados com a alimentação da gestante, evitando excessos de açúcar e sal, ter uma alimentação balanceada e evitar hábitos nocivos como fumar, beber ou usar drogas (mesmo que sejam medicamentos). Exercícios físicos recomendados pelo médico e evitar o estresse são importantes e contribuem para a saúde de mãe e filho e um parto tranquilo.