5 mitos sobre a maternidade para deixar de lado

Esse artigo é a resposta para quem busca conselhos de como ser uma mãe melhor, porém sem o peso de ser perfeita, sem mitos e sem culpa.

Karin Cristina Guedes de Oliveira

Quando uma mulher está se preparando para ter filho ou já esperando por ele, é tomada por conselhos, sentimentos e porquês. Muitos desses são baseados em um senso comum que nunca se comprova, pois não existem pessoas que se enquadram nesse conceito absurdo de perfeição maternal.

Mito 1: A boa mãe gosta de seus filhos o tempo todo

Se você gosta da sua ninhada em 75% do tempo, parabéns, você está indo muito bem! Tem dias que a vontade é deixá-los com alguém e ficarmos sozinhas com nós mesmas, não há nada de errado nisso. O erro está em suprimir esse sentimento, pois o risco de você agir de maneira bruta é bem maior.

O ideal é os seus filhos saberem quando eles não são as pessoas mais legais do mundo, assim você coloca para fora seu sentimento e proporciona aos seus filhos a chance de identificarem o que os torna desagradáveis. Em qualquer relação é assim que funciona, porque com filho e mão seria diferente?

Mito 2: Uma boa mãe cria vínculos com seus filhos imediatamente

“Amo meus filhos cada dia mais!” ou “Parece que a cada ano meu amor só aumenta!”, são frases bem comuns que ouvimos das mais diferentes mães. Isso comprova que os vínculos podem não acontecer de imediato e você pode sim se confrontar com uma decepção por não sentir aquele afeto todo que imaginou sentir nesse primeiro momento, não se culpe.

Dra. Sanford tranquiliza, “Como qualquer relacionamento, a sua ligação com os seus filhos se desenvolve ao longo do tempo”, explica ela. “Você aprende a se tornar uma mãe por conhecê-los e por eles conhecerem você.”

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Mito 3: Uma boa mãe dá conta de tudo com perfeição

Você olha para aquelas mães do cinema e se pergunta, como ela consegue? (tem até filme com esse título). Realmente é de causar espanto. Mas não, ela não consegue! Até no filme a personagem não consegue, porque ninguém consegue ser perfeito em tudo o tempo todo, nem as mães.

Dar conta do trabalho, das tarefas domésticas, da vida social, da vida amorosa, da família, dos amigos e dos filhos é quase impossível sem um momento para respirar. Nem para as mulheres, tudo bem que conseguimos realizar muitas coisas ao mesmo tempo, mas até para essas multitarefas existe um limite e para alcançar o equilíbrio é preciso uma pausa em tudo, inclusive com os filhos, para um tempo a sós com você. Seja para ler um livro, fazer uma caminhada, pintar as unhas ou simplesmente não fazer nada. Isso se faz necessário para que você consiga se dedicar a todas as outras obrigações que possue, porém sem o peso da culpa, afinal você não precisa e não consegue fazer tudo e ser boa em tudo, e se isso te consola ninguém consegue. Não somos malabaristas, e até eles possuem suas limitações e as respeitam.

Mito 4: A boa mãe passa muito tempo com seus filhos e eles gostam dela por causa disso

Quando se trata de tempo e filho, o que manda é a qualidade e não a quantidade. Você pode até dedicar sua vida para eles, deixar de trabalhar, de ir ao salão de beleza, de sair com os amigos, ser mãe em período integral. O que não significa ser mãe integralmente.

Ser mãe é cuidar, divertir, amar, dar segurança, estar presente, não necessariamente em todas as festinhas ou em todas as refeições do dia. É possível ser uma mãe de ótima qualidade e trabalhar fora, levar uma vida social e ainda ter o amor dos filhos. Passar o dia no trabalho, por exemplo, pode possibilitar atividades prazerosas e momentos de afeto no fim do dia que provavelmente não aconteceriam caso você estivesse o dia inteiro com eles em casa. Movidos pela saudade nos preocupamos mais com a qualidade do relacionamento que estamos construindo.

Mito 5: Uma boa mãe pertence ao “clube das boas mães”

Não! Você mamãe não precisa fazer parte do grupo de outras mamães que passam horas comparando e competindo entre si as magnitudes que seus bebês prodígios fizeram na última semana. Um grupo de apoio pode sim ajudar, promover a troca de experiências, descobertas e ansiedades, porém pertencer a ele não te classifica como boa ou má.

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Seja qual for o paradigma que tenha se fixado em sua mente, identifique-o e o elimine de suas práticas. A culpa muitas vezes é infundada, ou melhor, se fundamenta em mitos como os acima. Por isso, não se culpe, ninguém é perfeito, nem as mães.

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Karin Cristina Guedes de Oliveira

Karin Cristina é pedagoga, mãe e esposa. Apaixonada pelo ser humano, acredita que o conhecimento é capaz de mudar a humanidade e a leitura é o caminho.