O familiar deprimido que não aceita ajuda

Algumas dicas para convencer um familiar deprimido a buscar ajuda especializada através de apoio emocional e afeto.

Suely Buriasco

Pessoas deprimidas têm muita dificuldade de pedir ajuda o que dificulta muito o trabalho de socorrê-las. Pior ainda é quando se negam a tratar e colocam obstáculos para tudo. Vencer essa postura desmotivadora é um desafio muito grande para toda a família.

Então como agir?

Segundo o psiquiatra Dr. César Vasconcelos de Souza: “Procure não utilizar, com o deprimido, frases como: ‘Pare de pensar coisas ruins’, ‘Você tem que ficar animado’, ou ‘Pare de reclamar da vida’ para fazer com que ele se anime”.

O ideal é legitimar as dificuldades dele, reconhecer sua dor para que se sinta compreendido e tranquilizá-lo dizendo que depressão não é fraqueza, nem motivo de vergonha, e sim uma doença que precisa ser tratada.

É importante que a pessoa se conscientize que não está apenas triste, que não adianta mascarar a doença e é preciso enfrentá-la o quanto antes. Com muito carinho exponha o quanto é importante que ela se trate para ficar bem, voltar a ver as alegrias que a cercam. Procure usar da persuasão com muito carinho e compreensão; reconheça que é uma decisão difícil para ela.

Fique atento

Como o deprimido dificilmente pede ajuda, pode ser que você demore a perceber as condições dele. É preciso estar atento em relação a mudanças no comportamento do familiar e em suas manifestações depressivas, principalmente se ele sofreu algum trauma.

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Procure saber o que ele pensa sobre o suicídio, converse sobre isso da maneira mais clara possível. Esse é um assunto que jamais deve ser relevado, pois, preferir não ver o óbvio pode ter trágica consequência. Aprenda a reconhecer um pedido de ajuda, mesmo que implícito.

Tratamentos

Às vezes a pessoa alega que não quer procurar o médico por não gostar de tomar remédio, talvez seja o caso de perguntar se ela prefere continuar doente. Lembre-se que a assertividade é importante para conscientizar a pessoa, mas não se esqueça também da afetividade. Nesse caso um bom argumento é que existem vários tipos de tratamento e os resultados são muito satisfatórios, mas que somente um psiquiatra saberá qual o tratamento mais adequado.

É essencial que de forma afável os familiares controlem o tratamento, certificando-se que os remédios estão sendo tomados conforme a prescrição.

A importância da união familiar

Toda a família deve se empenhar no sentido de incentivar a pessoa deprimida a se tratar. É comum que o próprio doente se sinta incapaz de alterar seus comportamentos e sentimentos; o papel da família é fundamental para apoiá-lo e até dirigi-lo em momentos mais críticos. A presença afetiva é o diferencial capaz de auxiliar no tratamento, portanto, é essencial que o familiar com depressão sinta o apoio e a compreensão das pessoas próximas.

Indiscutivelmente essa é uma fase muito difícil para toda a família, no entanto, dificuldades compartilhadas são elementos que promovem grande união, favorecendo a integração das pessoas como um todo.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.