Lidar com o estigma de TDAH

O TDAH é uma deficiência associada a numerosos estereótipos. Aqui estão algumas maneiras de lidar com o problema e com o preconceito.

Christine Anderson

Em 26 de julho de 1990 nos Estados Unidos foi aprovada uma lei chamada Americans with Disabilities Act, (Lei dos americanos com deficiência) que foi aprovada conforme legislação histórica dos direitos civis de pessoas com deficiência para promover o acesso público, assegurar inclusões, e reduzir o estigma para as pessoas com deficiência.

A lei cumpriu a maior parte de sua missão. No entanto, mais de 20 anos depois, o estigma e os estereótipos negativos para quem sofre de Déficit de Atenção e Hiperatividade persistem. No Brasil não é diferente.

Estes são alguns dos estereótipos associados com as crianças que têm TDAH (Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade) e DDA (Distúrbio do déficit de atenção).

  • Eles são preguiçosos e desmotivados.

  • Eles são imprudentes, sem modos e sem respeito pelos outros.

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  • Eles devem agir melhor se quiserem ter amigos.

  • Eles poderiam fazer mais se ao menos se concentrassem mais.

  • Eles têm pais ineficientes.

  • A criança precisa de mais disciplina e estrutura.

Como mãe, a última atinge meu coração. Eu sou uma defensora e profissional dessa área, com a perspectiva única de ser uma mãe adotiva de crianças com deficiência. Meu filho mais velho tem TDAH, acompanhado de ansiedade severa. TDAH e DDA são deficiências ocultas ou não aparentes. À primeira vista dificilmente se percebe que a criança tem esse problema. Como resultado, os mal-entendidos ocorrem com frequência, e as crianças afetadas são regularmente julgadas negativamente.

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Muitos pais me dizem: “Talvez o meu filho tenha TDAH, mas eu não tenho certeza se quero um diagnóstico. Eu não quero que meu filho seja rotulado”.

Infelizmente, se há um diagnóstico ou não, os julgamentos já estão sendo feitos. Estigmas e estereótipos estão sendo associados com a criança, ainda que totalmente incorretos.

Por exemplo, muitas das pessoas mais diligentes que eu conheço têm TDAH. Recentemente, meu filho me disse: “Mamãe, eu preciso continuar tentando e tentando até que eu entenda. Eu não posso desistir.” Ele está preocupado com os sentimentos dos outros em relação a ele e nem sempre sabe como controlar suas emoções. Ele é dolorosamente consciente de que não tem um grande amigo na escola.

Infelizmente, esse estigma tem um impacto na autoestima da criança e aumenta o isolamento. Outros podem optar por não se associarem com as famílias e as crianças portadoras de TDAH. Com o tratamento precoce e intervenção medicamentosa, há um menor impacto negativo na autoestima de uma criança.

Se você está lutando para superar o estigma do TDAH, ou se o seu filho está lutando, aqui estão algumas dicas para ajudá-lo.

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Mantenha-se informado

  • Há um componente biológico para TDAH.

  • A parte do cérebro que controla o funcionamento executivo é prejudicada.

  • As crianças são impulsivas, deixam escapar respostas, completam a fala dos outros, falam excessivamente, podem bater em outras crianças, e têm problemas com a gestão do tempo, com iniciar e completar tarefas.

Seja um defensor

  • Você não tem que expor um deficiente para ajudar os outros a reconhecerem que os comentários e comportamentos são desrespeitosos e isolam a criança.

  • Compassivamente corrija os maus estereótipos. Seja um exemplo.

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  • Esteja disposto a falar sobre TDAH. Compartilhe sua experiência. Ajude a dissipar mitos.

  • Você deve ser o defensor de seu filho. Ele pode ter dificuldade nas relações com os colegas e vai precisar de ajuda na escola. Você precisa ser a voz dele, até que ele seja capaz de fazê-lo por si mesmo. Por exemplo, você pode ajudar um professor a compreender e ensinar seu filho com pedidos como: “Meu filho tem dificuldade de concluir tarefas. Ele precisa ser lembrado disso.”

  • Encoraje seu filho a defender-se, e ajude-o a entender seus pontos fortes e limitações. Talvez ele tenha que pedir ao professor, “Fico mal-humorado quando não como. Você poderia me lembrar de verificar se há lanche em minha mochila?”

Associar-se com outros

  • Procurar outras pessoas que enfrentam os mesmos problemas. Eu encontrei uma creche que atende mensalmente. Nós compartilhamos os recursos da comunidade, discutimos sobre escolas e tratamento. É reconfortante saber que outras mães entendem as lutas de meu filho.

  • Junte-se à alguma associação nacional ou local de CADAH (Crianças e Adultos com Déficit de Atenção e Hiperatividade). É possível associar-se com outros, obter mais informações sobre os déficits e aprender como lidar com os portadores e com o preconceito.

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Com a conscientização e apoio adicional, as pessoas que vivem com o TDAH podem vir a desfrutar de uma vida plena e feliz.

_Traduzido e adaptado por Stael Metzger do original Coping with the stigma of ADHD, de Christine Anderson

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Christine Anderson

Christine B Anderson é candidata a doutorado, sobreviveu à infertilidade e é mãe adotiva de 3 filhos. Visite seu blog, "Counting blessings, Not Sheep"(Contando bênçãos, não ovelhas).