Relacionamentos familiares: Desista da competição

O espírito competitivo é um dos elementos mais comuns dos desentendimentos familiares. É, pois, fundamental refletir sobre como desistir disso.

Suely Buriasco

Um dos grandes motivos dos conflitos familiares é a competitividade manifestada no desejo de se ter razão sempre. Muitas pessoas gastam considerável energia na luta incessante de sobrepor a sua opinião e lutam, muitas vezes de forma violenta, para manter-se no pódio de suas ilusórias vitórias.

Dizia Mario Quintana: “A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade… Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça de que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.” E então, o que é mais importante, ter razão ou ser feliz?

Opte pelo silêncio

Você não deixou de ter razão só porque não polemizou, tentando fazer com que as pessoas mudassem de opinião, você só desistiu de confrontar o seu ego com o das outras pessoas. Em discussões desse tipo, onde um tem que vencer, sempre alguém terá que perder e é assim que os desentendimentos se avolumam, chegando a desmanchar elos familiares. Lembre-se que quanto mais pessoas, mais pontos de vista, e aceite que tenham suas maneiras de pensar e manifestar pensamentos.

Não julgue

Quando julgamos alguém em erro estamos colocando o nosso conceito do “certo” e “errado” como se fôssemos donos da verdade. É importante, claro, que tenhamos esse discernimento para guiar as nossas ações, o que não nos confere o direito de exigir que os outros se guiem por conceitos que não são da concordância deles. Deepak Chopra declara em seu livro, O caminho para a felicidade suprema, que: “É trágico que pessoas sacrifiquem o verdadeiro objetivo da vida, que é aumentar a alegria e a felicidade, pelo frio conforto de julgar os outros e se sentir superiores“.

Desista da teima e não da pessoa

Em relacionamentos tão íntimos como os familiares, tomar consciência de que os afetos têm formas opostas de pensar pode causar grande sofrimento. É possível que a sua tentativa de impor suas razões afaste as pessoas que você ama, então desista de teimar. Não entre em discussões infecundas com quem não deseja rever conceitos, ou você estará agindo da mesma forma. Opte por manter um bom relacionamento com as pessoas da sua família, afinal, mesmo pensando diferente de você, o afeto é que deve prevalecer sempre.

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Demonstre razão por exemplos

Você não precisa discutir, mas de forma alguma pode desistir do que realmente acredita. Então é preciso avaliar: é um conceito ou uma birra? Se for birra deixe de lado porque ninguém é feliz fazendo pirraça; mas se for um conceito, então demonstre em atos. Coloque em prática o que você acredita e espere que, pelo seu exemplo, as pessoas compreendam a sua mensagem. Mas não faça isso para mostrar nada a ninguém, faça por você mesmo e pela sua satisfação de estar agindo conforme as suas concepções íntimas.

Não acredite que é preciso ter grande afinidade no amor; para amar, basta… Amar!

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.