Casada com o Peter Pan: 5 meios de lidar com um cônjuge que não quer crescer

O adubo de que precisamos para florescer vem de nosso amor.

Fernanda Ferrari Trida

Acabo de conversar com uma amiga recém-casada. Ela me ligou para pedir conselhos quanto a algumas “novidades” que têm vivenciado em sua nova jornada. Fiquei lisonjeada em poder ajudá-la, não que eu seja a pessoa mais sábia ou experiente neste âmbito, mas por ter tido a oportunidade de acalmar sua alma e impulsioná-la adiante, de alguma forma. Assim, decidi escrever sobre isso.

Casar é crescer. Contudo, muitas vezes, esse processo é difícil para um ou ambos os envolvidos. Minha amiga permitiu que eu expusesse aqui seu sofrimento, desde que a mantivesse no anonimato. Seu marido é um executivo bem-sucedido e ela acaba de se formar e deixou a casa dos pais diretamente para o altar. Está buscando um lugar no mercado de trabalho e tem uma casa para gerir. Sente-se tão perdida que paralisou. Seu marido a ama, mas não sabe como ajudá-la e ela não quer buscar seus pais, pois acredita que se o fizer seria o mesmo que dizer que fracassou.

Vou colocar aqui o que disse a ela e o que diria a qualquer outro marido ou esposa, recém-casado ou não, que precisasse auxiliar aquele que ama e que está em situação similar, mas não sabe como fazê-lo:

  1. Paciência e perseverança são as palavras de ordem, tanto para o que sofre quanto para o que precisa ajudar.

  2. Se há filhos no relacionamento, não os envolva. Eles não são um joguete entre o casal. Eles não são o problema. Eles são uma bênção e precisam ser ouvidos, pois também sofrem com a situação.

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  3. O cônjuge que não cresceu, não o fez por algum motivo. Não deixe que desculpas, como: hoje acordou com dor de cabeça; hoje recebeu uma notícia ruim, etc, sejam o combustível que mantém a situação como está. Isso é errado. O cônjuge que está bem, que é o “adulto” da relação, precisa conversar com o outro em toda e qualquer oportunidade que tiver para que suas palavras sejam ouvidas.

  4. O “adulto” tem que entender que as mudanças não acontecem de um dia para o outro, mas que o apoio e o entendimento da causa do problema são essenciais para que a pessoa afetada possa se dar a chance de crescer.

  5. Sair da zona de conforto (e cada um tem a sua), que pode ser a casa dos pais, sua casa, seu local de trabalho, sua cidade, uma loja, uma atividade exercida durante anos a fio, etc, e experimentar locais e coisas novas causa ansiedade em todo mundo. Porém, é mais difícil para alguns. Se soubermos que temos valor e que conseguiremos fazer aquilo ou chegarmos àquele lugar, enfim, que temos apoio de quem amamos, fica bem mais fácil.

Para terminar, gostaria de dizer que um casamento é feito de duas pessoas. Cada uma delas trouxe uma bagagem diferente de casa e terão, porque se amam, que se adequarem aos pensamentos, ao entendimento da realidade, à religião, ao trabalho e ao contexto de vida um do outro. Vocês estão juntos para crescerem juntos. Cada um tem um ritmo. Não podem parar e desistir nunca, por vocês e pelos seus filhos (se ainda nãos os têm, terão). Portanto, se um de vocês não souber fazer, dizer ou sequer raciocinar sobre algo cabe ao outro ensinar e vice-versa. Casar é isso. Casar é ser feliz com o outro e não pelo outro.

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Fernanda Ferrari Trida

Fernanda Trida é jornalista, médica veterinária, dona de casa, esposa, mãe de Marcela, com três anos, e de João, com um ano de idade.