Depressão infantil: Isso não é brincadeira de criança

Existem alguns fatores que podem levar uma criança a entrar em depressão. A depressão parece ser comum em certas famílias, e uma criança ou um jovem que tenha parentes que sofrem de depressão tem mais probabili...

Michelle Schultz

Dois filhos estão no meio do divórcio de seus pais. Os pais temem que eles entrem em depressão. Um dos filhos fala, faz perguntas e chora com frequência. O outro não comenta sobre o problema e continua a vida do jeito mais normal possível, mas começa a ter problemas com algumas matérias na escola. Com qual dos dois filhos os pais devem se preocupar mais? A resposta é ambos. Ambos estão demonstrando sintomas de depressão e precisam ser avaliados e observados.

Quem está correndo riscos?

Existem alguns fatores que podem levar uma criança a entrar em depressão. A depressão parece ser comum em certas famílias, e uma criança ou um jovem que tenha parentes que sofrem desta doença tem mais probabilidade de desenvolver o mesmo problema. As crianças que têm dificuldade para reagir ao seu ambiente social demonstram uma maior tendência a se tornarem deprimidas. Alguns acontecimentos mais sérios, como divórcio, mudança, morte de um ente querido, algum tipo de abuso, podem fazer com que uma criança ou um jovem entre em depressão.

Como reconhecer a depressão

A depressão é uma doença caracterizada por um estado depressivo de longa duração e que interfere na habilidade que a criança ou o jovem tem de “funcionar” normalmente. Segundo pesquisas, uma em cada 33 crianças sofre de depressão. Estes são alguns dos sintomas da depressão:

  • Explosões emocionais como gritos ou choros.

  • Ansiedade.

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  • Rejeição por outras crianças.

  • Diminuição do apetite.

  • Mudança nos padrões de sono.

  • Medo de que um dos pais morra.

  • Apego demasiado aos pais.

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  • Problemas na escola.

  • Mau humor.

  • Sentimento frequente de tristeza.

  • Choro frequente.

  • Sentimento de que não é compreendida.

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  • Pouca disposição.

  • Isolamento social.

  • Pouca comunicação.

  • Sentimentos de culpa.

  • Baixa autoestima.

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  • Extrema sensibilidade à rejeição ou a erros cometidos.

  • Aumento na irritabilidade.

  • Queixas de desconforto físico, como dores de cabeça e de estômago.

  • Baixo desempenho escolar.

  • Faltar à escola.

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  • Problemas comportamentais.

  • Baixa concentração.

  • Sentimentos de que não tem valor.

  • Comentários sobre se ferir ou suicidar.

  • Planejar ou tentar fugir de casa.

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Devido aos vários estágios de desenvolvimento em que as crianças se encontram, pode ser difícil reconhecer os sintomas de depressão nelas. Se seu filho apresenta sintomas de depressão e as prováveis causas físicas tiverem sido eliminadas, talvez seja bom uma avaliação por um profissional de saúde mental.

Como tratar a depressão

Quanto mais cedo os sintomas da depressão forem reconhecidos e o tratamento iniciado, melhores serão os resultados. Recomenda-se um tratamento abrangente que inclua terapia familiar e individual. Pode ser que o tratamento também inclua a administração de um antidepressivo. Veja abaixo algumas formas comuns de terapia e seu enfoque:

  • Cognitiva: altera o pensamento negativo.

  • Comportamental: ajuda a aumentar a frequência de atividades prazerosas.

  • Habilidades sociais: ensina a como reagir em certas situações e aumenta as habilidades de interação social.

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  • Autocontrole: fornece estratégias para o automonitoramento e o autocontrole.

  • Interpessoal: enfoque nos relacionamentos e nas funções sociais.

Medicação

Antidepressivos também são uma forma de tratamento. Pode levar de quatro a seis semanas até que os efeitos esperados surjam. O maior motivo pelo qual as pessoas param de tomar antidepressivos são os efeitos colaterais. No entanto, só se deve interromper o tratamento sob a orientação de um médico. Fale com o médico sobre suas preocupações e sobre tratamentos alternativos.

Dieta, sono e atividade

Ajude seu filho a manter uma alimentação regular, pois o corpo dele necessita de energia para lidar com a depressão. Da mesma forma, observe as atividades físicas e o sono dele. Uma criança que não esteja dormindo bem pode sentir um aumento no efeito da depressão. Não dormir bem pode também prolongar a doença. Atividades físicas podem ajudar a combater ou aliviar os efeitos e os sintomas da depressão. Os pais também devem prestar atenção aos filhos. Procure entender pelo que eles estão passando e os ajude a encontrar atividades significativas e prazerosas.

Apesar da dificuldade de conversar com seu filho sobre os desafios que ele pode estar enfrentando devido à depressão, isso pode mudar a vida dele e tornar-se algo extremamente importante para o bem-estar geral dele.

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Traduzido e adaptado por Wagner Vitor do original Children who have the ‘blues’ are not to sing about, de Michelle Schultz.

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Michelle Schultz

Michelle Schultz é professora do Ensino Fundamental, graduada em Psicologia e Sociologia, mãe de dois filhos e gosta de esportes e atividades com os filhos.