Desafio passageiro: Crianças e a hora do banho

Embora o banho seja considerado por muitas pessoas um momento de prazer e relaxamento, é normal que algumas crianças entre dois e seis anos de idade vejam esse momento como uma tortura diária.

Beth Proenca Bonilha

Chega uma idade, geralmente entre 2 e 7 anos, que algumas crianças não gostam da hora do banho. Choram, fazem manha, gritam, chegam a se debater quando os pais insistem em colocá-los embaixo do chuveiro.

Os pais ficam sem saber o que fazer quando essa fase acomete seu filho, afinal, água e criança transmitem a ideia de alegria, diversão, um par perfeito. No entanto, quando a brincadeira vira uma tarefa, algumas crianças deixam de gostar do banho.

Primeira coisa a fazer é pesquisar os motivos que a criança apresenta para não querer tomar banho; se for perguntado a ela, possivelmente ela nem saiba responder, por isso é importante observar e aos poucos ir questionando a criança para identificar seus motivos.

Possíveis motivos:

O horário do banho

  • Algumas vezes, o horário em que foi estipulado para o banho é justamente o horário de uma atividade que a criança gosta, ou um programa de televisão, entre outros. Com organização desse horário tudo pode voltar ao normal.

Algum tipo de trauma

  • Às vezes a criança pode ter levado um susto enquanto estava no banho, um escorregão, um tombo, ou sabonete que ardeu os olhos. Qualquer fato que tenha deixado algum tipo de trauma.

O banho não deve ser um castigo

  • Alguns pais ao se zangarem com alguma coisa que o filho fez costuma mandá-lo para o banho como castigo, isso pode ser o fator que tenha desencadeado o “surto” repentino de não querer tomar banho.

O banho ser o momento que antecedeu um fato negativo

  • Pesquise se em algum momento como a ida a um médico ou posto de saúde para tomar vacina tenha iniciado com: Vamos tomar banho para ir ao médico! E depois acabou sendo um trauma para a criança que teve que tomar injeção ou mesmo se assustou como a visita ao pediatra.

O pediatra e presidente do Instituto da Família, Dr. Leonardo Posternak, diz que entre dois e quatro anos a criança passa pelo período do negativismo, quando diz “não” para tudo. Não querer tomar banho pode ser só uma fase dessas e não necessariamente um fato que desenvolveu o comportamento. Qualquer que seja o caso os pais devem ter paciência e criatividade.

Advertisement

Sugestões para fazer do banho um momento relaxante:

  • Experimente mudar o horário do banho.

  • Fiquem atentos à segurança e conforto da criança na hora do banho, colocando tapetes que não escorreguem, deixando os utensílios que ela usará numa altura apropriada à estatura da criança.

  • Participe da hora do banho, esteja presente dando orientação ou conversando com a criança para que sinta sua atenção e carinho.

  • Decoração nas paredes pode ajudar – como personagens que a criança mais gosta – preferencialmente que estejam tomando banho, ou uma decoração que sugira que gostem de água.

    Advertisement
  • Levar brinquedo para “tomar banho” é uma tática que pode dar muito certo. Enquanto a criança lava o brinquedo a mãe ou o pai lava a criança.

  • Mude a expressão “Vamos tomar banho” para “Vamos brincar de tomar banho”.

  • O banho pode ser um momento divertido e de aprendizado também. Transforme o banheiro em um laboratório de ciências, é só imaginar que sabonete, xampu, cremes e água são poções coloridas cheias de mistérios e poderes.

  • Pode ser definidos temas para a hora do banho, exemplo: O elemento principal deste banho é a água – faça perguntas a crianças ou conte histórias sobre esse elemento como: Quais animais respiram embaixo d’água? Para onde está indo o vapor que sai do chuveiro?

  • Não se esqueça de elogiar o comportamento positivo da criança; se o comportamento foi negativo, ainda assim valorize positivamente dando incentivo para que no próximo banho tudo seja perfeito.

    Advertisement

Não sofra além do necessário com cada fase da criança, os pais devem ser positivos e compreensivos para passar segurança à criança. Toda fase passa, o importante é que seja vencida sem traumas maiores. Se os pais supervalorizarem cada fase negativamente a próxima será ainda mais difícil. Pois a anterior deixará marcas por não ter sido bem resolvida.

“A família é um lugar de afeto e de conflitos que deve ser cuidada muito e sempre.” – Dr. Leonardo Posternak.

Toma un momento para compartir ...

Beth Proenca Bonilha

Graduada em Administração de Empresas com MBA em Empreendedorismo. Casada mãe de 6 filhos, avó de 2 netos. Atua profissionalmente como Analista Instrutora da Educação Empreendedora no SEBRAE - SP. Como hobby gosta de artesanato, música e leitu