Como ensinar seus filhos a serem inovadores

“Aquilo que eu ouço, eu esqueço, aquilo que eu vejo, eu me lembro, mas aquilo que eu faço, eu aprendo”. Essa frase de Confúcio revela a importância do exemplo. Pais Inovadores, filhos inovadores.

Beth Proenca Bonilha

Inovação é a palavra de ordem do século XXI. Em todas as áreas de atuação o que se espera de uma pessoa é que ela traga inovação ao setor, seja profissional, social ou educacional.

É responsabilidade da família ajudar as crianças a viverem neste mundo “mutante” em tecnologia, ciências e novas descobertas a cada dia. Neste artigo vamos sugerir algumas ações que possam ajudar os pais a contribuírem com o desenvolvimento de seus filhos para se tornarem pessoas inovadoras.

Muitos pensadores já concluíram que está na educação da criança a resposta para que o mundo seja melhor no futuro. Os avanços tecnológicos são importantes, mas é necessário empregar todo este conhecimento em causas que beneficiem grandes grupos e não somente alguns afortunados.

Edgar Morin, Sociólogo e Antropólogo francês, defende o conceito de que o conhecimento deve ser complexo ao invés de fragmentado como o que se aplica na educação das crianças na maioria das escolas hoje em dia. Dentro de casa no convívio da família o desenvolvimento é prático e simultâneo. Por isso o bebê desde seu nascimento até os três anos de vida adquire muito mais conhecimento do que terá até sua fase adulta, considerando, claro, de maneira proporcional a relação quantidade de aprendizado com o período, ou seja, em três anos o bebê vai desenvolver habilidades tão complexas como comer, beber, andar, se comunicar sem a fala e depois através da fala, que ao se considerar a complexidade deste aprendizado em tão pouco tempo com o que levará para aprender a ler, escrever e compreender os conceitos das ciências, concluímos que o que Edgar Morin diz tem muita coerência e efeito positivo na aprendizagem.

Reafirmando a importância do papel da família no desenvolvimento da criança. O papel do pai e da mãe contemporâneo é fundamental, por isso eles devem se preparar, pois é muito provável que não tenham tido a mesma oportunidade que pretendem dar a seus filhos.

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O tema deste artigo tem como objetivo sugerir aos pais “como ensinar os filhos a serem inovadores”, para isso primeiramente os pais precisam inovar, quebrar velhos paradigmas e se disporem a ser facilitadores na aprendizagem de seus filhos.

Vamos entender o conceito de inovação para que possamos definir as ações. Segundo a Wikipédia:

“Inovação significa novidade ou renovação, se refere a uma ideia, método ou objeto criado e que pouco se parece com os padrões anteriores. (…) Hoje, a palavra também é usada no contexto de ideia e invenções, mas segundo o pesquisador Christopher Freeman, inovação também quer dizer desenvolvimento de processos, ou seja, melhorar aquilo que já existe fazendo mais por menos, menos recursos mais eficiência.”

Ações para ensinar inovação aos filhos

O ambiente favorável –

É aquele que propicia à criança inovar. Isso quer dizer que quando a criança questiona o que lhe é apresentado deve ser respeitado e respondido. Como o personagem “Zequinha” do programa infantil “Castelo Rá-Tim-Bum”, que sempre tem um “Por quê?” na ponta da língua, a criança está sempre buscando entendimento do mundo e do que ele lhe oferece. Se os pais fizerem como no programa e só disserem “Porque sim!” aos questionamentos, ao invés de aproveitar a oportunidade para ajudar a criança a descobrir a resposta do que busca, ela aos poucos vai deixando de ser questionadora, irá aceitando tudo o que lhe é imposto e não terá mais a ânsia pelo saber, que é o combustível do inovador.

Propiciar experiências –

Incentive e deixe seu filho criar, ele não precisa acertar sempre e nem mesmo ser o melhor, ele precisa ser livre para pensar, experimentar e concluir. Nesta etapa a função da família é primordial, e permitir experiências, isso não significa que se um filho de cinco anos quiser acender uma fogueira no meio do quarto, os pais devam permitir. Mas os pais devem estar dispostos a compreender suas intenções e ajudá-lo a entender as consequências e propiciar a ele a experiência de outra maneira, talvez assistir a um vídeo, fazer uma pequena fogueira em local seguro ou acender a chama do fogão para que ele sinta o calor e assim compreenda as consequências de um acidente com fogo. O importante é que ele seja livre para pensar e agir, mas seguro de que tudo o que pretender realizar deve ser comunicado aos pais.

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O filósofo Confúcio disse: “Aquilo que eu ouço, eu esqueço, aquilo eu que vejo, eu me lembro, mas aquilo eu que faço, eu aprendo”.

Valorizar as tentativas –

Interessante falarmos em valorizar as tentativas, quando normalmente temos a tendência de valorizar as conquistas e menosprezar as perdas. Perder faz parte do processo de aprendizagem do sujeito inovador, ele não acertará na primeira tentativa e precisará ter consciência de que o processo geralmente é esse. Todas as grandes invenções desde que o homem existe na terra surgiram através da tentativa de erros e acertos, já dizia Thomas Edson, inventor da lâmpada elétrica após mil tentativas e todas sem sucesso, seu auxiliar lhe perguntou se não se desanimava com tantos fracassos, ao que ele respondeu: “- Fracassos? Não sei do que fala, em cada experiência descubro um dos motivos pelo qual a lâmpada não funciona. Agora sei mais de mil maneiras de como não fazer uma lâmpada”.

Dar exemplo –

Nada é mais eficaz do que o exemplo, por isso permitir que a criança observe é a melhor maneira de ensinar algo, além de ser uma excelente oportunidade de reafirmar o relacionamento afetivo entre pais e filhos. Muitas vezes é mais fácil não recorrermos ao auxílio ou permitirmos que a criança esteja por perto quando vamos fazer alguma tarefa, mas eles sempre estão por perto, e mais, querendo participar efetivamente da ação. Isso significa que os pais devem estar dispostos a dar de seu tempo, dar sua atenção e aceitar o que seus filhos têm a oferecer. A sabedoria popular lembra o quanto os filhos se parecem com os pais quando ouvimos: “A fruta nunca cai muito longe do pé” ou “Filho de peixe, peixinho é”. Claro que a carga genética tem parte dessa responsabilidade, mas na maioria das vezes o fato se deve mesmo à convivência.

Os pais são a fonte inspiradora para seus filhos, pais inovadores geram filhos inovadores, mas há casos de crianças sem apoio algum, e ainda assim, sobrepujaram as dificuldades e oposições e tornaram-se ícones para a humanidade. Isso significa que são naturalmente pessoas criativas com raciocínio divergente, pois faz parte da natureza do ser humano imaginar, combinar ideias para gerar novas ideias.

Para identificar se seu filho tem ou não comportamento criativo nato, observe algumas competências em suas atitudes como:

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  • Curiosidade extrema

  • Persistência diante de obstáculos

  • Independência em suas atitudes

  • Tolerância a situações de desordem

  • Desenvoltura e desembaraço na execução de tarefas

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  • Determinação para explorar soluções alternativas

Pais lembrem-se sempre de que o que esperam de seus filhos depende do que oferecem a eles. Isso foi ensinado até mesmo por Jesus Cristo, quando Ele disse, em João 8:38, 28 “O Pai (…) é quem faz as obras (…) o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se não vir fazer o Pai”.

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Beth Proenca Bonilha

Graduada em Administração de Empresas com MBA em Empreendedorismo. Casada mãe de 6 filhos, avó de 2 netos. Atua profissionalmente como Analista Instrutora da Educação Empreendedora no SEBRAE - SP. Como hobby gosta de artesanato, música e leitu