“Selfie” não deve ser a nossa palavra do ano

Abramos mão do egoísmo e foquemos naqueles que precisam de nós. O Senhor está contando conosco.

Erika Strassburger

Recentemente o dicionário Oxford, um dos mais respeitáveis da língua inglesa, anunciou a inclusão de um novo verbete: selfie. Esta foi considerada a palavra do ano de 2013, já que a menção a ela cresceu 17.000%.

Selfie é definida como “uma fotografia que uma pessoa tirou de si própria, normalmente com um smartphone ou webcam, e que foi colocada numa rede social”. Esta palavra reúne o substantivo self, que significa eu ou a própria pessoa e o sufixo ie.

Depois de estudar a relação entre comportamento e tecnologia, a psicóloga Luciana Nunes chegou à conclusão que há três tipos autores de selfies: os exibicionistas, os que querem mostrar aos outros como estão se sentindo e os que querem mostrar que estão em algum lugar especial – desde que o lugar não ganhe mais destaque do que o próprio autor.

Não é de se admirar que uma palavra como esta, que conota egoísmo ou egocentrismo, esteja em evidência. Estamos em um período ímpar da história da humanidade, às vésperas do retorno de Jesus Cristo. Cristo alertou os Apóstolos acerca de nossa época: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará” (Mateus 24:12). Graças ao arbítrio que temos, podemos optar por não incrementar as estatísticas. Temos condições de fazer a diferença neste mundo.

O que fazer, então, para que selfie não seja a nossa palavra do ano? Os conselhos abaixo podem ajudar:

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Não buscando obter vantagem em tudo o que fizermos

A primeira coisa que uma pessoa egoísta pensa quando é convidada a fazer algo é “o que vou ganhar com isso?”. Sobre isso, Dieter Uchtdorf disse: “Quando buscamos agradar a nós mesmos ou servir a nós mesmos, nossas prioridades se centralizam em nosso próprio reconhecimento e prazer. (…) Quando a busca de lucros e louvor do mundo constituem o ponto central de nossa motivação, perdemos as experiências redentoras jubilosas que advêm da oferta generosa de nós mesmos para o trabalho do Senhor”.

Desejar receber reconhecimento por um trabalho bem feito, ou relaxar e usufruir das coisas boas que temos na vida não é o problema, exceto se fizermos disso nossa prioridade.

Vencendo o egoísmo através de pequenos gestos de bondade

Não conseguiremos abandonar o egoísmo até pararmos para observar à nossa volta, identificarmos necessidades e nos esforçarmos para supri-las. O altruísmo não se desenvolve fazendo algo fabuloso. Através de pequenos e contínuos atos de bondade um caráter é moldado.

Abandonando os vícios

Aí está um bom exemplo de como ser egoísta: alimentando vícios. Quem faz isso coloca seus desejos e satisfações pessoais acima de tudo e de todos. Não se importa com os sentimentos e o bem-estar de sua família; com o desperdício de tempo, dinheiro e energia; com sua saúde; com sua espiritualidade ou com o que Deus pensa de suas atitudes. O foco é obter satisfação a qualquer custo. “O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade é a fonte de todas as virtudes.” Allan Kardec

Levando a sério o mandamento maior

O Senhor deu-nos o mandamento de O amarmos acima de todas as coisas e amarmos nosso próximo como a nós mesmos. O egoísmo é uma barreira não só no relacionamento com outras pessoas, mas no relacionamento com Deus. O egoísta perde grandes oportunidades de desfrutar dos melhores sentimentos que advêm do serviço abnegado ao próximo e sentir a paz e alegria que emanam de Deus.

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Tomando a nossa cruz e seguindo a Cristo

Cristo disse aos Seus discípulos e à multidão: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Marcos 8:34-36

Quem “toma a sua cruz” e segue o Salvador, através da obediência aos mandamentos e do serviço a Deus e ao próximo, tem o privilégio de vivenciar experiências tão enriquecedoras, sensações indescritíveis proporcionadas pelo Espírito Santo, sensações estas que os vaidosos e egoístas jamais poderão experimentar.

Buscando auxílio Divino

Não podemos sentir-nos confortáveis alimentando nosso ego e ignorando os que estão à nossa volta. Nem podemos nos contentar com míseras doses de satisfação que o mundo tem a nos oferecer. Há algo grandioso à nossa disposição, que satisfaz de fato, que é somente ofertado por Deus.

Ainda que o egoísmo seja um grande obstáculo na nossa vida, há um meio de reverter essa tendência. O Senhor prometeu ajudar-nos através do poder purificador da Expiação de Seu Filho, Jesus Cristo, e o poder transformador do Espírito Santo. Não estamos sós, temos guardiões poderosos! Precisamos tão somente aceitar Sua ajuda.

“Ser um discípulo de Jesus Cristo não é um esforço realizado uma vez por semana ou uma vez por dia. É algo que fazemos constantemente.”, disse Uchtdorf.

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Quando nossa jornada mortal findar, que contribuição ou legado teremos deixado a este mundo? E à nossa família? Deixaremos uma herança de satisfações de apetites e desejos egoístas, de enriquecimento a qualquer custo, ou de amor a Deus e serviço abnegado ao próximo? Queremos ser lembrados como aqueles que só pensavam em si ou como pessoas generosas e solícitas?

Ainda há tempo para mudanças. Então, arregacemos as mangas e trabalhemos com todo o coração, mente e força. E não nos contentemos com esforços medíocres. Se assim fizermos, poderemos ser curados e resgatados. Estaremos dispostos a fazer a diferença neste mundo e deixar um legado de serviço e amor a Deus e ao próximo.

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.