7 atitudes dos pais que destroem a autoestima dos filhos
Construir a autoestima de uma criança pode levar uma vida inteira, mas destruí-la pode ser rápido. Cuide para não fazer isso com seus filhos.
Stael Ferreira Pedrosa
É consenso que, na maioria das vezes, os pais querem o bem de seus filhos e fazem o possível para que vivam bem e sejam felizes. No entanto, nós, pais, podemos, no intuito de educar, cometer alguns erros que destruirão a autoestima de nossos filhos. Isso pode ter graves resultados no futuro. Uma pessoa sem autoestima sempre se verá como inferior, incapaz, terá dificuldades de competir ou pode se achar não merecedora de coisas boas.
Tive uma vizinha que parecia ter implicância com seu filho mais jovem. Ele estava acima do peso (assim como ela mesma), contrastando com os irmãos que eram magros e ágeis. Talvez viesse daí o problema da mãe com ele.
Lembro com desgosto das palavras que ela falava para o menino quando o levava na pracinha. Eu costumava levar meus filhos também e presenciei momentos em que ela o chamava de “baleia”, “balofo”, “elefante”.
O rostinho envergonhado da criança, as lágrimas que desciam, enfureceram-me e disse a ela: por que você trata seu filho assim? Não vê que está fazendo com que ele sofra? Você é a mãe, deveria ser a fonte principal de afeto e não de agressividade para seu filho.
Ela me olhou de uma maneira que parecia dizer “o que você tem com isso?”. Mas não falou, e eu tive a graça de nunca mais assistir essa cena. Espero que ela tenha ponderado sobre seus atos e tentado reparar seu erro.
O que leva um pai ou mãe a errar tanto assim?
Na maioria das vezes é por falta de empatia ou tentativa de ensinar algo, aplicar algum tipo de disciplina. Talvez aquela mãe estivesse tentando conscientizar seu filho de seu excesso de peso e com isso fazer com que ele comesse menos – o que era obrigação dela e não da criança naquela idade. Certamente, ele não fazia as compras de supermercado e nem preparava as refeições.
Se você deseja que seus filhos se sintam amados, guiados com bondade, ajustados emocionalmente e, acima de tudo, acolhidos de acordo com sugestões de duas escritoras norte americanas – Grace Marguerite Willians e Ammy Morin, evite estas 7 atitudes que destruirão a autoestima de seus filhos:
1.Críticas à aparência deles
O ser humano nasce sem sentir vergonha de seu corpo ou sem ver defeitos em si. Um bebê se sente (e é) a perfeição em forma humana. Na verdade, as pessoas aprendem a criticar, inclusive a si mesmas. A minha vizinha foi um exemplo de como se desenvolve baixa autoestima em uma criança devido à sua aparência. Como o filho dela vai se sentir à vontade com sua aparência, se nem sua mãe a suporta? Se seu filho tem um defeito físico, ou é gordo ou magro demais, enfim, independentemente de sua aparência, faça-o perceber que ele é único, belo, especial e amado, exatamente como é. Quanto a controlar o peso, normalmente está nas mãos dos pais fazê-lo. Envergonhar o seu filho não vai ajudar em nada, mas piorar, com certeza.
2. Críticas às suas habilidades
Ninguém nasce sabendo fazer coisas, a não ser chorar, sugar e satisfazer suas necessidades fisiológicas, o restante é aprendido, ainda que haja uma aptidão natural. Não cobre de seus filhos que façam qualquer coisa com perfeição. Isso não existe. Só o desestimulará a continuar tentando. Elogie os esforços e diga que da próxima vez ficará ainda melhor, pois é através da tentativa e erro que se cresce. Se ele arrumar o quarto pela primeira vez e ficar horrível, elogie o esforço e deixe como está. Ele está no processo de aprender.
3. Comparações
Os pais costumam achar que se ressaltarem os pontos positivos de outra criança em relação a um filho, isso fará com que este tente ser igual à outra criança. O que ocorre geralmente é o contrário, a criança se sente com menor valor e tende a nem tentar fazer as coisas de uma forma melhor. Em vez de comparar, foque no que seu filho tem de positivo e incentive-o em todos os aspectos.
4. Proteção excessiva
É normal que os pais queiram proteger os filhos. Nós os amamos e desejamos que estejam sempre seguros. O ideal é pensar que somos seus guias, não seus protetores. Permita que as crianças experimentem, brinquem na terra, explorem algum espaço e que aprendem que todo ato traz consequências, sejam boas ou ruins. Você estará dando a elas a oportunidade de construir sua autoestima e autoconfiança que futuramente se tornarão sua habilidade para lidar com os problemas da vida.
5. Planejar suas vidas e carreiras
Instrua, mostre, fale dos desafios, mas JAMAIS, escolha como viverão suas vidas ou que carreira seguirão. Não projete seus próprios sonhos em seus filhos. São eles que viverão suas vidas e trabalharão naquilo que escolherem fazer. Então, que seja algo que eles adorem fazer.
6. Nunca Elogiar
Uma frase que me vem à mente é: “não fez mais que a obrigação”, ou “não pedi nada”. São frases utilizadas por pessoas sem qualquer consideração pelo esforço alheio. Alguns pais fazem isso com seus filhos por achar que elogiar pode “mimar” a criança ou dar a ela a sensação de que fez muita coisa e não precisa fazer mais nada. Ainda que tenham feito o que se espera deles, ou seja, suas tarefas ou tirado boas notas, seus filhos precisam de seu elogio. Mesmo que você não tenha pedido e a criança lhe faz algo, elogie. Isso preservará e até aumentará a autoestima deles. No entanto, elogios em excesso podem ter efeito contrário. Elogie na medida certa.
7. Exigir obediência cega
Meu ex-marido, pai dos meus filhos, nunca explicava o porquê de uma regra ou proibição. Era sempre “porque sim!”. Isso não é justo. A criança deve entender porque ela deve ou não deve fazer determinada coisa. Ela deve compreender a razão para não quebrar uma determinada regra ou burlar uma proibição e as consequências. Ao disciplinar seus filhos, faça-o como um líder, não como um juiz, de maneira que eles aprendam como agir e por que o fazem. A obediência será certamente alcançada.
Construir a autoestima de uma criança pode levar uma vida inteira, mas destruí-la pode ser rápido. Cuide para que seu filho tenha uma vida feliz e equilibrada.