Minha história: Os cuidados especiais que aprendi para cuidar de meu bebê prematuro

Como mãe de um prematuro, pude acompanhar bem de perto os desafios que eles e nós enfrentamos. São necessários cuidados especiais com seu apressadinho.

Stael Ferreira Pedrosa

É considerado um bebê prematuro o que nasce entre 22 semanas (extremamente prematuros) e 36 semanas (pouco prematuros). A gestação normal é de 40 – 42 semanas. A taxa de sobrevida bem como as complicações se relaciona ao tempo de gestação. Quanto mais prematuro, mais dificuldades o bebê enfrenta para sobreviver. Existem diversos motivos para o parto prematuro – desde gravidez na adolescência, até má-formação fetal, passando por infecções, doenças metabólicas, gravidez tardia e gestações múltiplas.

O meu bebê prematuro entrou em sofrimento fetal devido à pressão alta e diabetes gestacional. A placenta envelheceu antes do tempo e não proporcionava o suprimento nutricional e de oxigênio que o meu filho precisava. Tive uma pré-eclâmpsia grave. Foi um parto emergencial. Meu bebê estava com 34 semanas. Ele nasceu cianótico e precisou ficar na incubadora. O diagnóstico foi TTRN – Taquipneia Transitória do Recém-Nascido. A principal vantagem do meu bebê foi o peso: 2.460 kg. Quanto menor o peso, maiores os riscos.

Graças à tecnologia, a sobrevivência tanto de mães quanto bebês aumentou muito.

Os problemas mais comuns que o bebê prematuro enfrenta

O mais comum deles é imaturidade no desenvolvimento dos órgãos internos como os pulmões, intestinos, rins e coração. Também acontece de o sistema imunológico não estar pronto para proteger o organismo. A criança costuma respirar com a ajuda de aparelhos, já que não consegue ainda respirar sozinha.

Devido à defesa orgânica deficiente, há riscos de infecções bacterianas como a pneumonia. O que é um quadro grave. Devido a isso as visitas ao bebê são limitadas e cercadas de cuidados especiais, como desinfecção de mãos e braços, e roupas especiais. No entanto, o contato com os pais, principalmente a mãe, é estimulado. Existem estudos que revelam que este contato é calmante e alivia a dor ou stress. Além disso, começa a estabelecer o contato mãe e filho. Também é importante falar com o bebê, ele já reconhece a voz materna e se sentirá confortado.

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É triste deixar o bebê e receber alta, mas os prematuros extremos chegam a ficar três a quatro meses internados. Normalmente, eles vão para casa quando atingem 2 kg, em média. O meu filho ficou apenas uma semana, já que tinha peso suficiente.

Cuidados em casa

Após receber alta, o bebê não terá maiores problemas que um recém-nascido de tempo. Os cuidados deverão ser os mesmos, mas a atenção é dobrada. O fato de chorar mais ou chorar menos não tem relação com o fato de ser prematuro.

Sequelas?

Sim, pode haver sequelas dependendo do quão prematuro. Se o bebê teve uma pneumonia ou qualquer problema respiratório, muito provavelmente ele terá um problema respiratório crônico. Se houve anóxia no parto (falta de oxigênio) pode acarretar uma lesão cerebral de graus variados. Pode haver também sequelas que só venham a se manifestar mais tarde como disfunção cognitiva, dificuldades de fala, problemas na coordenação motora, hiperatividade entre outras.

O acompanhamento pediátrico é muito importante

Além do olhar dos pais o acompanhamento pediátrico, vacinação e cuidados de puericultura são essenciais. Lembrando que é comum um pequeno retardo no desenvolvimento no primeiro ano de vida. Por exemplo, se a criança nasceu de 7 meses, quando ela estiver com 6 meses, terá um comportamento de um bebê de 4 meses. O que não deve ser motivo de preocupação.

Estímulos

Meu filho teve dificuldades para começar a andar. Foi necessário estimulá-lo através de exercícios. Embora não exista uma idade certa para começar a andar o pediatra achou por bem estimulá-lo aos 14 meses. Muitos pais se angustiam porque seus filhos com 1 ano ainda não andam. Até 1 ano e meio é normal.

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Cuidados

  • Amamente – Seu bebê prematuro deve ser amamentado e cuidado como qualquer outro. Porém, ele precisa de mais nutrientes, amamente-o sempre, a qualquer momento que ele queira, mesmo durante a noite.

  • Limite as visitas – Com o sistema imunológico ainda deficiente o quanto menos ele for exposto aos germes, melhor.

  • Fumo – Totalmente contraindicado para qualquer bebê, a fumaça de cigarros pode causar morte súbita ao prematuro.

  • Dormir – Coloque-o para dormir de barriga para cima. Principalmente quando você for dormir. Durante o dia alterne as posições para não achatar a cabeça. Sempre o apoie nas costas ao deitar de lado.

  • Não o superaqueça na hora de dormir e deixe as cobertas na linha das axilas.

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Seu bebê prematuro será sua prioridade por um bom tempo. Por isso você deve buscar ajuda. Se precisar trabalhar deixe-o com alguém de sua extrema confiança. Seja fácil de encontrar e disponibilize mais dois ou três telefones de pessoas (como avós) que possam ser chamados em caso de emergência.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.