5 dicas para escolher um plano de previdência privada

Ensinar ao leitor leigo em investimentos a saber como escolher um bom plano de previdência.

Isabella Araujo

LEIA o artigo: 5 motivos pelos quais devemos ter um plano de previdência privada.

Quando falamos em plano de previdência privada a primeira pergunta que nos vem à mente é: Vou aplicar em quê? As perguntas seguintes são: Como posso escolher o melhor plano? Devo aplicar em PGBL (plano gerador de benefícios livres ou VGBL (vida gerador de benefícios livres)? Para saber qual a melhor opção de plano de previdência, o economista e professor de finanças Carlos H. Mazieri nos dá cinco dicas de sucesso.

Para nos ajudar a compreender melhor a diferença entre os dois tipos de previdência privada, Mazieri detalha: “O PGBL é um plano que você tem incentivos fiscais enquanto está depositando, mas quando você for resgatar, o IR (imposto de renda) será cobrado sobre o montante aplicado. É um grande negócio para quem faz declaração de imposto de renda completa, uma vez que a pessoa pode reduzir até 12% da renda bruta anual. Financeiramente falando, como o dinheiro tem valor no tempo, com o incentivo fiscal, você tem esse dinheiro agora e pode alocar este recurso em outra aplicação e ter um ganho ainda maior. O VGBL é um plano que não tem incentivo fiscal durante o período de acumulação, mas em contrapartida, só incide IR sobre os rendimentos”.

Após uma breve apresentação de ambas as propostas, o economista nos apresenta 5 pontos a se ponderar antes da escolha. Nas palavras de Mazieri temos:

1 – Se você faz declaração de IR completa e possui capacidade de guardar até 12% da renda, opte pelo PGBL. Não vou ficar apresentando cálculos, mas em geral, para nós assalariados que temos o IR retido na fonte, a maioria das vezes o PGBL é mais interessante. Ah, e se eu quero contribuir com mais de 12 %? Então façam 2 planos: até 12% PGBL por conta do incentivo fiscal e o restante em VGBL.

Advertisement

2 – Leve em consideração o tempo de contribuição. Não se esqueça de que previdência é para o longo prazo e quanto mais tempo deixar, mais vai ter em sua aposentadoria.

3 – Pense nas taxas de carregamento (valor cobrado para cobrir despesas como corretagem – incide sobre todas as contribuições) e taxa de administração (valor cobrado para administrar os fundos de investimentos onde o dinheiro ficará depositado). Compare pelo menos em dois bancos e empresas sólidas. Tome cuidado. Não adianta pagar menos e correr o risco de quando for resgatar a empresa não existir mais.

4 -O item mais importante. Desde 2005 os planos têm duas formas de tributação:

  • tabela regressiva – como o próprio nome diz, vai diminuindo em função do tempo em que seu dinheiro fica aplicado. De acordo com a tabela, o IR sobre o valor resgatado vai diminuindo podendo chegar a somente 10% de IR caso ultrapasse o tempo de 10 anos de contribuição;

  • tabela progressiva – é idêntica ao cálculo do IR sobre seu salário. A alíquota tem como base o valor a ser resgatado. Por exemplo, se você tem a intenção de receber mensalmente até 2600,00, a alíquota é de 7,5 % um pouco abaixo dos 10% citados anteriormente. No entanto, se for acima disso, o valor sobe de 15 até 27,5%. O que é muito acima da tabela regressiva. Esse negócio só é bom para quem quer sair rápido do plano ou que queira receber um valor baixo.

    Advertisement

5 – Os recursos depositados nos planos são aplicados em fundos que podem ser mais ou menos conservadores. Normalmente os bancos apresentam três situações: uma carreira conservadora (aplicados em papéis de renda fixa), uma média (até 49% em renda variável e o restante em renda fixa) e outra que segue seu ciclo de vida (quanto mais novo, maior é o percentual em renda variável). Avaliem a possibilidade de colocar um pouco em renda variável. Mas se você tem aversão a risco, aplique somente em fundos de renda fixa.

Para completar sua análise e opinião sobre o assunto, o economista aconselha: “Para uma pessoa de perfil conservador, com declaração anual de IR completa, que queira aplicar por bastante tempo e ter uma renda maior que 2600,00 por mês, uma boa opção é um PGBL, de empresa bem conceituada, com tabela regressiva, baixa taxa de carregamento, e com aplicação na modalidade de ciclo de vida”.

Agora que você já conhece as vantagens de cada um dos planos, basta escolher a opção que melhor se encaixa ao seu perfil e iniciar um investimento que lhe garantirá uma aposentadoria e futuro mais tranquilos.

*Carlos H. Mazieri é graduado em Ciências Econômicas, tem pós-graduação em Economia e Finanças e um MBA em Executivo em Negócios Financeiros. Como professor há 20 anos, trabalha temas relacionados à economia, finanças e mercado de ações. Também ministra palestras voltadas à área de educação financeira.

Toma un momento para compartir ...

Isabella Araujo

Isabella Araújo é jornalista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo e é mestranda do curso de Literatura Portuguesa da Universidade do Porto.