O amor verdadeiro deve ser doloroso

Amar alguém completamente é colocar o coração em risco.

Seth Adam Smith

Este artigo foi originalmente publicado no blog “On a literal Odissey” e republicado aqui com permissão do autor, traduzido e adaptado por Stael Pedrosa Metzger.

Por alguma razão, parece que temos esta ideia engraçada de que o amor é a felicidade ou que, quando nos casamos, de alguma forma consegue-se um estado de “felizes para sempre.”

Bem, isso não é verdade. O amor é realmente muito doloroso.

Na verdade, se você estiver fazendo as coisas da maneira certa, amor, casamento e família serão as coisas mais dolorosas que você já experimentou. Não porque sejam coisas ruins, mas porque amar significa de todas as formas abrir-se à vulnerabilidade e dor. E amar alguém completamente, como você faz no casamento, é colocar todo o seu coração em risco.

O amor verdadeiro será doloroso. O verdadeiro amor deve ser doloroso.

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Para ser claro, quando eu digo que o verdadeiro amor deve ser doloroso, não me refiro a relacionamentos abusivos, obsessivos, ou de codependência; essas relações se baseiam no egoísmo e, inevitavelmente, produzem uma dor que é destrutiva e prejudicial.

Não, o “amor doloroso” a que me refiro são essas relações que nos ajudam a crescer para além de nós mesmos. Por sermos todos imperfeitos, inevitavelmente, iremos nos machucar. Mas essa dor tem a capacidade de nos tornar mais fortes do que antes. Casamento e relações familiares estão para nossos corações como o exercício está para os músculos.

Meus avós

(Avós de Seth Adam Smith – arquivo de família)

Alguns anos atrás, eu ouvi minha mãe falando sobre seus pais – vovô e vovó Adams. Ainda na casa dos cinquenta anos, vovó Adams foi diagnosticada com esclerose múltipla, uma doença degenerativa que prejudica a capacidade do corpo de se comunicar com o seu sistema nervoso. Dentro de poucos anos, minha avó tinha perdido a capacidade de andar e estava confinada a uma cadeira de rodas. Vovô, que era um chefe de polícia, aposentou-se dois anos antes do previsto para cuidar de sua esposa.

Meu avô ajudou a minha avó a tomar banho, com as tarefas da casa e fora de casa. Certa vez, ele disse à minha mãe: “Dói-me vê-la assim. Você sabe, quando eu me casei eu pensei que tudo seria um mar de rosas. Eu nunca imaginei que eu teria que ajudá-la a mudar um cateter a cada dia. Mas eu faço isso e eu não me importo, porque eu a amo.”

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Por favor, desiluda sua mente de um amor perfeito e sem dor; ele simplesmente não existe. Porque o amor nem sempre é macio, bonito e fofinho. Mais frequentemente do que não, o amor verdadeiro tem suas mangas arregaçadas, sujeira e manchas de gordura em seus braços e suor escorrendo por sua testa. O verdadeiro amor nos pede para fazer coisas difíceis, coisas quase impossíveis como tentar várias vezes ajudar um irmão a superar um vício de novo e de novo e de novo, cuidar de um pai que está morrendo, abraçar um filho desobediente, confortar alguém que sofre, arriscar a sua segurança por outros, ou dar à luz uma criança.

C. S. Lewis colocou desta forma:

Não é um investimento seguro. Amar é ser absolutamente vulnerável. Ame qualquer coisa e seu coração irá certamente ser apertado e possivelmente partido. Se você quer ter a certeza de mantê-lo intacto, você não deve dar o seu coração a alguém… Envolva-o cuidadosamente em diversões e pequenos luxos; evite todas as complicações; tranque-o seguro na urna ou no caixão do seu egoísmo… O único lugar fora do céu onde você pode estar perfeitamente a salvo de todos os perigos e perturbações do amor é no inferno.

Sim, o amor é doloroso. Mas, como CS Lewis sugere, podemos responder aos relacionamentos com um coração infernal fechado, ou um coração celestial aberto. Se você mantiver o seu coração aberto, essa dor pode se tornar uma dor de purificação, uma dor de fortalecimento. Se escolhermos o perdão e não a amargura, a dor pode curar em vez de doer. Em vez de uma dor que divide, ela pode ser uma dor que une. Em vez de uma dor que nos despedaça, ela pode ser uma dor que nos edifica.

Medo, ódio e egoísmo? Esses são fáceis. Mas o inferno é fácil. Fé, amor e abnegação? Esses são difíceis. Mas o céu é difícil e gratificante.

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Vovô e vovó Adams criaram um legado para seus filhos e netos que nunca será esquecido. Mas criar um legado de amor é simplesmente impossível sem dor ou oposição. Então não se preocupe se seus relacionamentos são dolorosos e difíceis. O amor será sempre muito doloroso. Em vez disso, preocupe-se com a forma como você reage à dor. Você vai responder com um coração infernal fechado, ou um celestial coração aberto?

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Seth Adam Smith

Seth Adam Smith é um leitor ávido, escritor e um homem numa odisséia literal para publicar seus livros. Aprenda mais visitando seu website.