8 desvantagens de morar junto ao invés de casar

Um casamento é bem mais do que um simples papel assinado, é um compromisso e uma promessa que, quando se mora junto, não são realizados.

João Martins

Cada vez mais existe uma espécie de batalha entre o conceito de morar junto e o casamento. Uns dizem que o casamento é apenas um “papel” que se assina; outros argumentam que é preciso experimentar antes de se fazer um compromisso. Quando penso sobre a ideia de morar junto, uma comparação me vem à mente:

Todos nós já vimos um número realizado por trapezistas. Eles estão lá no alto, andando sobre cordas ou saltando, de um lado para o outro, apenas seguros num balanço e a confiar que os seus colegas os irão agarrar. Já vi alguns números assim, mas eles tornam-se mais interessantes quando fazem isso sem uma rede de segurança. Se algo correr mal, se um deles perde o equilíbrio ou se um hesita e não agarra a tempo, então as coisas poderão correr muito mal. Por isso eles trabalham a amizade e a confiança; eles também treinam dia e noite, sem negligenciar a sintonia que eles devem ter entre si, pois se algo corre mal, não dá para voltar e refazer tudo de novo.

Quando penso nesse exemplo, eu o aplico à relação entre as pessoas, principalmente as relações amorosas. O conceito de morar junto faz-me lembrar essa rede de segurança. Os trapezistas treinam mais e estão mais atentos, porque sabem que não há ali uma rede para os apanhar. Se a rede estivesse ali, eles poderiam vacilar e estar menos atentos, porque se falhassem por erro próprio, por preguiça ou por falta de sintonia, então as consequências não iriam ser maiores. Eles deixam de dar 100% porque não é preciso, porque a rede está lá. Quando se mora junto, a porta de saída é mais fácil de abrir; a ideia de compromisso é menos pesada porque não há nenhum contrato civil e moral que une as duas pessoas. O casamento é bem mais do que um papel assinado, é uma promessa de que se vai viver a relação sem o uso de uma rede de segurança; que se vai dar tudo para que a relação seja feliz, principalmente nos maus momentos.

Vamos ver oito desvantagens de morar juntos em vez de se casar:

1. Os homens e as mulheres têm uma ideia diferente sobre o que significa morar junto

Para a maioria das mulheres, morar junto significa um passo mais próximo do casamento e de realizar o seu sonho de se vestir como princesa no seu dia mais especial, mas para a generalidade dos homens, morar junto é visto como uma espécie de “teste” sem qualquer obrigação, ou seja, se cnão der certo, não faz mal, é fácil sair. Apesar de isso poder variar, quando duas pessoas fazem as coisas com ideias contraditórias, então é muito provável que as coisas possam acabar mal.

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2. Não existe a motivação do compromisso

Hoje, a maior motivação para se morar junto é a motivação sexual, isto é, quando se namora, mas se vive em casas separadas, para acontecer algo mais, é preciso seduzir, é preciso mimar, dar presentes, é preciso trabalhar e até se fazer promessas, entretanto, quando se mora junto, sem um compromisso maior, as pessoas podem deixar de ser vistas como algo a amar, mas como algo menor. Esse problema também pode existir dentro dos casamentos, porém é mais visível quando duas pessoas moram juntas.

3. Morar junto implica que o homem não terá de tentar conquistar a sua amada

Casais, cada vez mais jovens, saltam logo de um namoro de semanas, ou poucos meses, para uma vida a dois sem compromisso. Um casamento implica planos, implica conquista e implica um compromisso realizado para a vida inteira e, por ser uma decisão difícil, é mais motivadora. Por existir essa falta na conquista e interesse, podemos ouvir casos em que o casamento acontece porque uma das partes insistiu muito (normalmente as mulheres) ou, quando algo está mesmo mal depois de uma discussão, ouvimos algo do tipo “não importa, nem casados estamos”, e aqui entra o efeito da rede de segurança: é fácil sair.

4. Não há interesse em levar as coisas para o próximo nível

A vida a dois, sem compromissos, é tão livre que deixa de existir uma motivação para levar as coisas para o próximo nível. As mulheres irão ver as amigas e familiares casando e tendo filhos, mas elas não têm isso; elas esperam ouvir um pedido de casamento numa data especial, mas esse pedido não vai chegar.

5. Casais que vivem juntos têm menos probabilidade de casar

A ideia da rede de segurança volta neste ponto. Quando se vive junto, não existe a pressão do compromisso e da promessa de ficar juntos “na saúde e na doença, na alegria e na tristeza”. Se algo corre mal, não é preciso lutar por uma promessa que não se fez nem se “assinou”, perante Deus. Casamento é mais do que um papel assinado, é um contrato que duas pessoas fazem, perante Deus, de que irão cuidar uma da outra em qualquer situação. Quando se mora junto, essa motivação extra não existe, pode-se lutar pela relação mas não será com a mesma força.

6. Morar junto não é uma forma viável de prever como será uma vida a dois durante uma vida

Curiosamente, e contrário ao que se pensa na generalidade, o número de divórcios é maior em casais que viveram juntos antes de casar do que entre casais que apenas foram morar junto depois de casar. Apesar de se achar ser útil saber as rotinas de cada um no dia-a-dia, é mais benéfico usar esse tempo aplicando num namoro sério, onde se conversa e se tenta conhecer mais sobre a personalidade da pessoa ao seu lado, do que ir morar logo juntos, sem um compromisso firme, apenas para experimentar e facilitar a intimidade. Há mais motivação no amor quando é “tudo ou nada” do que quando se tem uma saída fácil.

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7. O efeito nos filhos quando o casal não é casado

Já foi muito estudada a relação entre a saúde mental e emocional de uma criança que cresce num lar onde o conflito é menor e ambos os pais estão casados e a de crianças em que os pais estão divorciados ou apenas moram juntos. O compromisso e promessa realizados durante o casamento abrangem também os filhos, principalmente através do amor incondicional entre a mãe e o pai.

8. Quem não casa não vive o entusiasmo de ser “recém-casados”

O efeito da novidade, o entusiasmo de, depois de um namoro sério e de um casamento, entrar em casa, de mãos dadas, para viverem juntos pela primeira vez, é uma experiência maravilhosa. Tudo será uma novidade, e os dois terão de trabalhar todos os dias para viverem em sintonia até nas pequenas coisas. O amor que se vive, aliado ao entusiasmo da novidade, é o que irá mover os dois.

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João Martins

João Martins é um biofísico com uma paixão pelo ensino e busca de conhecimento. Podem enviar uma mensagem ou seguir no Facebook: https://www.facebook.com/joao.martins.1401 ou no google+ https://plus.google.com/u/0/+JoaoMartinsJPM/posts