Crianças brigando? Tente o “banquinho do arrependimento”

Aqui está uma ideia simples que pode diminuir a rivalidade entre irmãos, ajudar as crianças a resolver suas divergências e ensinar as crianças a arte valiosa de pedir desculpas.

Linda and Richard Eyre

Como um casal jovem com quatro crianças pequenas indisciplinadas, com personalidades fortes e agressivas, nós estávamos passando todo nosso tempo tentado impedi-los de discutir, brigar e disputar. Nós tentamos dizer a nós mesmos que era apenas uma “rivalidade entre irmãos”, mas estávamos cansados de fazer o papel de policial, juiz e júri durante todo o dia enquanto tentávamos arbitrar e “corrigir” suas brigas e desavenças.

“Quem começou?”

“E o que você fez depois?”

“Quem bateu em quem com mais força?”

Era uma loucura, e fomos tirando chance deles de resolver as coisas por conta própria.

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Nós descobrimos que as necessidades desesperadas exigem soluções desesperadas e, um dia, tivemos uma ideia. Nós estávamos vivendo na Inglaterra na época, e no nosso caminho para casa uma noite, passamos por uma igreja velha, que estava basicamente tendo uma “promoção” porque iriam fechar. Eles tinham colocado todas as coisas de dentro da igreja no gramado, e por impulso, compramos um pequeno banco de madeira.

No dia seguinte, nós o apresentamos às crianças como o “Banquinho do Arrependimento” e explicamos que sempre que houvesse uma discussão ou briga entre duas crianças, elas seriam enviadas diretamente para o banco onde eles teriam que passar por um simples processo de pedir desculpas ou de arrependimento.

O procedimento era:

  1. Cada criança enviada para o banquinho precisava descobrir o que ela fez de errado (não o que o outro fez).

  2. Quando elas estavam prontas para admitir sua culpa, elas deviam chamar a mãe ou o pai e, essencialmente, “confessar” o que elas fizeram.

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  3. Em seguida, elas devem voltar-se para a outra criança e dizer: “Eu sinto muito. Você me perdoa?” e “Eu vou tentar não fazer isso de novo.”

  4. Darem um pequeno abraço.

  5. Em seguida, elas são autorizadas a sair do banco.

Nosso filho mais resoluto, previsivelmente, queria saber se ele poderia nos mandar para o banco se estivéssemos discordando ou discutindo. (Nós concordamos, e passamos muitos momentos encantadores nos “arrependendo” um ao outro sob o olhar atento de um ou mais de nossos filhos).

Não funcionou perfeitamente no início. As crianças insistiam, “eu não fiz nada de errado – é tudo culpa dele.” Mas depois de algumas conversas sobre como é preciso duas pessoas para haver uma briga, e discussões sobre “provocar” elas começaram a perceber que elas teriam que ficar no banco para sempre se elas não conseguissem pensar no que elas tinham feito no conflito.

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Às vezes, em desespero, elas perguntavam a outra pessoa o que elas tinham feito e, claro, a outra pessoa sempre sabia. Mesmo que o processo parecesse superficial às vezes, e as crianças diziam “Sinto muito” ou “Sim, eu te perdoo” apenas para sair do banco, ainda assim era muito melhor do que os pais tomando conta e tentando decidir quem disciplinar ou punir. De alguma forma, aquele abraço físico no final era como estourar uma bolha de sabão com a ponta do dedo. Raiva, a revolta e até mesmo os pensamentos de vingança pareciam simplesmente desaparecer!

Ao longo dos anos aquele velho banco preveniu inúmeras horas de sentimentos ruins e punições arbitrárias, e preveniu pequenas discussões de criarem ressentimentos duradouros. Sentimentos ruins entre as crianças são dissipados ao passarem um tempinho juntos no banco. E o mais importante, as crianças aprendem uma das habilidades mais valiosas para a vida – pedir desculpas e resolução.

Obviamente você não precisa de um banco antigo de igreja para fazer isso funcionar. Qualquer banco ou duas cadeiras designados para o “local para arrepender-se” funciona (mas você não quer que seja um lugar muito confortável). É importante que ele sempre seja o mesmo local, e é crucial “interpretar” a coisa toda várias vezes em reuniões de família – deixe que as crianças reencenem um conflito recente e pratiquem o procedimento do arrependimento. Dessa forma, quando você diz “vá para o banquinho do arrependimento” não há dúvidas sobre onde ir e o que fazer.

Experimente, você vai gostar!

_Traduzido e adaptado por Sarah Pierina do original Kids fighting? Try ‘The Repenting Bench’.

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Linda and Richard Eyre

Their new books are The Turning, and Life in Full.